Este é o registo de casamento, no dia 9 de Julho de 1760, da vicentina Maria das Candeias, com Teodósio(Theodozio) Duarte, da Póvoa da Atalaia.
O apelido Candeias não o herdou dos pais (Mathias de Abreu e Rita Antunes), facto que legitima a história que os Candeias contam, segundo a qual uma menina nasceu (ou foi exposta, já não sei bem) no dia da Senhora das Candeias e por isso ficou com esse nome. Veremos, quando chegar ao registo de batismo.
Esta Candeias deu origem a uma geração que depois se multiplicou. Nas Invasões Francesas, havia um soldado filho de uma Candeias. Também Hipólito Raposo descende destes Candeias.
Ao contrário dos Candeias que defendem haver origens diferentes para os Candeias de São Vicente e Casal da Serra, tudo me leva a concluir que vêm todos do mesmo tronco, este que aqui apresento.
José Teodoro Prata
3 comentários:
Uma coisa curiosa nestes casamentos, é que havia muitas pessoas que iam casar fora e havia também muitas que casavam cá com pessoas de fora! E isto tanto mais curioso é, quanto sabemos que não havia qualquer transporte mecânico, mas apenas transportes animais dos quais, mesmo assim, muito poucos dispunham. Vejo por mim que, apesar de tudo, ainda calcorreei muitas terras à volta da vila, nas festas e "bailações". Mas, tirando a Charneca em que podíamos ir pé, a maior parte das vezes íamos de carro. Alugámos muitas vezes, clandestinamente, a carrinha (furgão) do Horácio do Sobral, que levava uma série de indivíduos e ficava mais barato. Clandestinamente, porque a carrinha não era de aluguer! E aí íamos nós a correr vários arraiais numa só noite! Por outro lado, já havia alguns carros, motos e bicicletas. Mas como é que no séc. XVIII ou XIX um indivíduo vinha namorar uma rapariga a S. Vicente ou um rapaz de cá ia fora?! Estranho! Será que havia assim tanta gente (90%) que nascia e morria sem sair da sua terra como ouvi dizer? Incógnita!
Estou com o mesmo problema dos Candeias. É que acho que o meu avô Bernardo Barroso seria originário do Casal da Serra. Mas, na vila, também há pessoas com o mesmo apelido. Como diria o outro (Sócrates, o Grego) que não era nada burro: "Só sei que nada sei." Quando o ZT lá chegar logo se vê.
Abraços
ZB
Para além das questões levantadas pelo Zé Barroso, pergunto-me também muitas vezes sobre as motivações que trariam tanta gente de fora, algumas vezes de muito longe, para a nossa terra. Devemos ter sido muito importantes porque, pelo que temos visto nos registos de batismo aqui publicados, não seria apenas gente que vinha para trabalhar como jornaleiro ou criado…
M. L. Ferreira
Nota-se a presença de muita gente de fora, sobretudo criados e rendeiros das famílias mais abastadas (que eram em número significativo; 5 a 10 famílias com criados, nas quais incluo o vigário e o juiz de fora).
Mais raros eram os que vinham trabalhar para a Câmara, como escrivães.
Depois havia os que estavam de passagem e conheciam uma cara bonita. Ou os que tinham algum familiar aqui a viver e lhes arranjava casamento com alguém de cá (casos não raros).
Postar um comentário