quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Chef João Dias Hipólito


A votação para o melhor Chef do Quebec, Canadá, termina já amanhã.
Um dos candidatos é o meu João.
Ele e os pais terão de me perdoar este atraso, não há outro remédio.
Clicar em baixo, escolher Quebec e depois votar no João.

Faço minhas as palavras do João Candeias, que me enviou a notícia:
Acabei há pedaço de saber que está a decorrer a votação, até 28 de Janeiro, para o melhor chefe da região do Quebeque, Canadá.
Um dos concorrentes,  para além de ser de São Vicente da Beira, é filho do nosso amigo Ernesto!!!
A nossa OBRIGAÇÃO é VOTAR!
Vamos TODOS VOTAR  no João .

Segue a restante informação:

Portugal continua a dar cartas à mesa;

chef João Dias Hipólito nomeado para

os Notable Awards 2015


João Dias Hipólito foi nomeado para os Notable Awards 2015 na categoria de melhor chef da região do Quebeque, Canadá. O chef está à frente do Ferreira Café, considerado um dos melhores restaurantes de comida portuguesa fora de Portugal, propriedade do empresário Carlos Ferreira.


«Ser reconhecido é para mim muito gratificante, pois confirma a minha paixão perante o olhar e paladar de todos os amantes de boa cozinha. A minha preocupação é colocar o máximo de Portugal no vosso prato e fazer-vos sentir no nosso país! Por isso, já sabem, venham ao Ferreira, venham experimentar», afirma João Dias Hipólito.
Aberto desde Abril de 1996 em Montreal, o Ferreira Café é um hino à gastronomia portuguesa, com grande destaque para os vinhos nacionais. A qualidade e a frescura dos produtos utilizados e a mesclagem entre o tradicional e o moderno são as principais características que tornaram este restaurante uma verdadeira referência.
João Dias começou por trabalhar na área em Portugal, tendo passado por restaurantes como a Casa da Dizima, em Paço de Arcos, o restaurante da Quinta de Catralvos, como braço direito do chef Luís Baena, o Terraço do Hotel Tivoli, o Manifesto e, por fim, como chef executivo em dois hotéis na Serra da Estrela. Estando à procura de novos desafios e experiências fora da hotelaria, conheceu o empresário Carlos Ferreira, que, em 2013, acabou por lhe dar a oportunidade de ser chef no seu famoso Ferreira Café, em Montreal, Canadá.
As votações para os Notable Awards 2015 estão a decorrer até 28 de Janeiro, às 10:00, e podem ser feitas em http://notableawards.com/categories/chef e depois é só seleccionar «Região Quebec» e escolher o chef João Dias.

José Teodoro Prata

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

São Sebastião.e São Vicente

Celebram-se a 20 e 22 de Janeiro, mas já há muito tempo que a festa se faz no mesmo dia.
Foi este fim de semana.

  
No sábado à noite, realizou-se a missa na capela de São Sebastião 
e depois a procissão com a imagem do Mártir até à Igreja Matriz.
Domingo, foi rezada a missa perante as imagens dos dois santos.


Após a missa, foram veneradas as relíquias de São Vicente e distribuídos papossecos benzidos.

 

Seguiu-se depois a procissão desde a Igreja Matriz até à capela de São Sebastião…

 

… onde foram benzidas as filhós que, desde há alguns anos, é hábito distribuir por todas as pessoas.


Este ano, os festejos foram assumidos pela comissão das Festas de Verão e foram abrilhantados, 
como sempre, pela nossa Banda…


… e pelo nosso Rancho.


Nota: Sobre S. Sebastião, S. Vicente e o bodo há no blogue várias publicações, nomeadamente em Fevereiro de 2009, 2012 e Janeiro de 2013 que podemos sempre revisitar.
Falei com várias pessoas para tentar perceber qual era o entendimento que tinham sobre o bodo. A maior parte referiu as bênçãos divinas, como proteção na saúde e defender da fome. Creio que será também esse o resultado das pesquisas do Florentino Vicente Beirão, porque quase todos os bodos que conheço estão relacionados com agradecimentos contra pestes ou pragas (saúde e sustento, condições básicas de vida).
Parece que o hábito de distribuir filhós no bodo de S. Sebastião é relativamente recente. Antigamente era costume dar tremoços e vinho, mas só aos homens.

Também me falaram, e depois vi referido numa exposição do GEGA, que antigamente, no dia de S. Vicente, se fazia uma grande feira na Vila. Era a Feira de Janeiro, onde, parece, se vendiam essencialmente produtos agrícolas e gado. Muita gente ainda se lembra disso. 

M. L. Ferreira

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Presidenciais, 2016


Marcelo Rebelo de Sousa: nacional, 52,00%; SVB, 57, 99%

Sampaio da Nóvoa: nacional, 22,89%; SVB, 20,77%

Marisa Matias: nacional, 10,13%; SVB, 8,95%

Maria de Belém: nacional, 4,24%; SVB, 5,75%

Edgar Silva: nacional, 3,95%; SVB, 1,92%

Tino de Rans: nacional, 3,28%; SVB, 2,08%

Nota: o todo nacional não está concluído, pois ainda falta contar os votos da emigração.

José Teodoro Prata

sábado, 23 de janeiro de 2016

Paradanta

Esta publicação é dedicada a um jovem de apelido Paradanta, que falou comigo aquando da minha palestra na Partida.
No dia 9 de julho de 1760, além da Maria das Candeias e do Teodósio Duarte, casaram também o José Leitão e a Maria Pires Duarte. Ela do Casal da Serra e ele nascido no Louriçal do Campo, mas a viver no casal do Monte do Surdo, uma propriedade do Conde de São Vicente, arrendada pelos pais.
O pai do José Leitão chamava-se Manuel Leitão e era da Paradanta. Como a mulher era do Louriçal, deve ter ficado a viver na terra da mulher, tendo nascido lá o filho José. Poucos anos depois, mudaram-se para o casal do Monte do Surdo, onde os seus descendentes vão continuar por muitas gerações. 
( O Pe. Jerónimo ainda conheceu o último membro da família a residir ali, chamado Antonio Rodrigues, isto em meados do século XX).
A propriedade do casal do Monte do Surdo ia desde a fazenda junto ao cruzamento para os Pereiros/Partida, até à Ribeirinha, incluindo todos os terrenos em volta do ribeirito que se forma lá no alto e desagua na ribeira,  separando o casal do Baraçal do Casal da Fraga.
Como haveria vários Manuel Leitão na freguesia, o povo terá acrescentado Paradanta ao nome. O filho aparece já nos registos camarários como José Leitão Paradanta.
Nos registos paroquiais que tenho consultado, surgem vários descendentes do José Leitão e da Maria Pires Duarte que foram casar à Partida. E lá terão deixado o apelido Paradanta, até hoje.


José Teodoro Prata

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Candeias


Este é o registo de casamento, no dia 9 de Julho de 1760, da vicentina Maria das Candeias, com Teodósio(Theodozio) Duarte, da Póvoa da Atalaia.
O apelido Candeias não o herdou dos pais (Mathias de Abreu e Rita Antunes), facto que legitima a história que os Candeias contam, segundo a qual uma menina nasceu (ou foi exposta, já não sei bem) no dia da Senhora das Candeias e por isso ficou com esse nome. Veremos, quando chegar ao registo de batismo.
Esta Candeias deu origem a uma geração que depois se multiplicou. Nas Invasões Francesas, havia um soldado filho de uma Candeias. Também Hipólito Raposo descende destes Candeias.
Ao contrário dos Candeias que defendem haver origens diferentes para os Candeias de São Vicente e Casal da Serra, tudo me leva a concluir que vêm todos do mesmo tronco, este que aqui apresento.

José Teodoro Prata

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Hipólito de Jesus

A 15-09-2015, publiquei o registo de casamento do soldado Hipólito de Jesus, que ocorreu a 29 de outubro de1787, o qual deu origem ao apelido de família Hipólito.
Na altura, informei que meses depois a viúva de um Hipolito de Jezus casara de novo, mas não se tratava da mesma pessoa.
Levantei a questão da relação que existiria entre os dois, talvez um padrinho e outro afilhado, o que justificaria aquele Galecho ter um nome tão estranho à família.
Agora encontrei o registo de casamento deste Hipolito de Jezus, o presumível padrinho do outro, o soldado, ambos Galecho.
Casou a 28 de abril de 1756, com Joanna Baptista de Oliveira. Ele era filho de Manoel Rodrigues Galecho e de Izabel Rodrigues, todos de São Vicente da Beira. A noiva era de Castelo de Vide.
Só estou a trabalhar com registos de casamento, pelo que ainda não tenho respostas para tudo. Quanto ao parentesco, deixamos ao Ernesto o trabalho das ligações.


Nota: Tens razão FB, estas descobertas são as pequenas (grandes) alegrias dos investigadores. Aparecem após muitas horas de estudo, quando já se perderam as esperanças. Por vezes vai-se a Lisboa, passam-se horas na Torre do Tombo e nada. Mas de repente, ALELUIA!

José Teodoro Prata

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Uma graça de filho

Toda a vida foi um castigo para o tirar da cama. Cama é como quem diz, que para falar verdade, era uma faixa de palha, numa tarimba, na loja da burra; de verão era ao relento, debaixo da figueira, defronte da casa.
Foi assim também no dia do casamento, e a mãe numa lamúria:
- Alevanta-te, filho, que se faz tarde! Não tarda nada, começam a chegar as pessoas e tu ainda nesse preparo… Valha-te Deus, que nem num dia destes tens tino!
E o ti Jaquim, o pai, a clamar:
- Rais parta tal pringueiro que tanto gosta da cama! Quero ver como é que vai governar a mulher e os filhos, se tiver porte para fazer algum!
Mas ele queria lá saber… Continuou a dormir, de papo para ar, que, ainda pra mais, a véspera tinha sido comprida, nas vendas da Vila.
Já os convidados estavam a chegar quando se pôs a pé. Lavou-se à pressa, vestiu o fato novo e, com o chapéu na cabeça e as botas penduradas ao ombro, pôs-se à frente do cortejo, serra acima. Não eram muitos; só a família mais chegada, e quase tudo só homens e canalha pequena, que as mulheres ficaram em casa a fazer o comer.
Ainda era uma esticada, do Rabaçal ao Casal da Serra, por isso tiveram que alargar o passo. A seguir ainda tinham que fazer quase outro tanto, até à Vila.
Chegaram estafados e na esperança que em casa da noiva lhes dessem qualquer coisa para meter na boca; mas não. Mal deu por eles, veio de lá a mãe da rapariga, tão danada que até parecia que havia de os comer a todos:
- Só agora é que lá vindes, almas do diabo? A cachopa aqui farta de esperar, toda inquietada, que até lhe ia dando uma coisa!
- Atão o que é que quer, o caminho é longe! Chame-a lá, que a gente tem pressa.
- Onde é que ela já vai, a estas horas! Estava farta de esperar e foi andando com o pai e os padrinhos, para adiantar caminho. Inde depressa se os quereis agarrar.
Bem correram, mas já só os alcançaram ao pé de S. Sebastião, que tinham parado para se calçarem e compor a roupa. E ele enfiou também as botas e compôs o chapéu. Quando chegaram à igreja, já o senhor vigário estava à espera, com umas beiças que chegavam à porta da rua. Mas foi um alívio quando ela lhe ouviu o sim, de boca cheia, e pôde finalmente sentir-se uma mulher casada. Era o que mais queria da vida: ter um homem que lhe desse um ranchinho de filhos, como a mãe dela tinha tido.
Depois do casamento, tornaram para o Rabaçal, onde era a boda. A mesa estava posta debaixo da figueira, mas só tinha lugar para os homens; mulheres, só as madrinhas e as avós mais velhas, que as outras tinham que servir o comer. Os cachopitos sentaram-se no chão e nas escadas do balcão da casa, com o prato, de cobulo, ao colo. Foi canja de galinha, arroz no forno e borrego guisado com batatas. Doces, os do costume, à descrição. Tudo feito a meias, menos o vinho, que esse foi o pai da noiva que teve muito gosto em o dar todo. Boa pinga!
Quando se levantaram da mesa, já era quase noite. Bem comidos e bebidos, cada um foi à sua vida. Os noivos também abalaram. Tinham arranjado uma casita mais abaixo, à roda do caminho da Senhora da Orada. Quando os viu partir, o ti Jaquim ainda suspirou para a mulher:
- O que é que vai ser da vida deste desgraçado, se ele não tomar rumo...
E ela:
- E quem é que o há de tirar da cama, de manhã, para tomar conta ao menos duma hortinha e fazer alguma jorna?
Ao outro dia, bem cedo, o ti Jaquim levantou-se, porque era dia de despejar a presa que tinha nas Quintas. A casa do filho ficava-lhe em caminho. Quando chegou perto, nem queria acreditar: o seu Francisco já estava a traçar um molho de mato.
- É para a cama dum bacorinho, que ainda hoje hemos de ir buscar ao Fundão; eu mais minha Maria. Ainda se há de fazer até ao inverno. E também quero uma cabra, que precisamos de leite para o cachopinho que aí vem…  
Não disse nada, o ti Jaquim, mas, enquanto regava o milho, não lhe saía da ideia o que tinha visto e ouvido. Olhou para cima e benzeu-se. Era uma graça ter um filho assim, capaz de fazer pela vida!


M. L. Ferreira