sábado, 31 de dezembro de 2016

S. Vicente (da Beira)



O livro acima apresentado é uma boa síntese do que se conhece sobre esta região, na época medieval.
Está à venda na Biblioteca Municipal de Castelo Branco.
Sobre o topónimo São Vicente da Beira, traz a seguinte nota:

Note-se que a vila até finais do século XIII foi sempre designada apenas por “S. Vicente”. Na carta de foro do herdamento de Rio de Moinhos, datada de Avis a 14 de Setembro do ano de 1291, surge como “S. Vicente de bejra do Caia”, referindo-se certamente à Gardunha, “a serra do Ocaya” ou a uma ribeira assim designada. Cf. AN/TT, Convento de S. Bento de Avis, Mç. 5, n.º 544. Só no primeiro quartel do século XIV aparece com o seu nome composto – S. Vicente da Beira – agora provavelmente em relação à província da Beira, mantendo-se as duas designações durante o século XIV, de acordo com a documentação compulsada proveniente do Convento de S. Bento de Avis, referente a esta vila. 

José Teodoro Prata

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Fontes: os Calmão

No dia 20 de fevereiro de 1735, casaram Manoel Gomes Calmão e Francisca Nunes
Ela de São Vicente da Beira e ele de Castelo Branco.
Sabendo que depois desta data sempre houve pessoas de apelido Calmão em São Vicente, 
este Manuel poderá ter sido o primeiro Calmão.


José Teodoro Prata

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Fontes: casamento no Violeiro

Eis o casamentro de Theodoro Faustino Dias, de Tinalhas, com Maria Cabral de Pinna, do Violeiro, dois dos jovens mais importantes da região. O seu bisneto seria o 1.º visconde de Tinalhas.
A noiva teve no seu casamento os tios padres Manoel Cabral de Pinna e Estevaõ Alvares de Pinna, irmãos da sua mãe Brites Cabral de Pinna, todos da Quinta da Canharda, Fornos de Algodres.

José Teodoro Prata

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Fontes: Rua Nicolau Veloso

A chamada rua que vai da praça para a devesa tomou depois o nome de um homem que vivia nela: Niculao Vellozo de Carvalho e Tavora, natural de São Vicente da Beira.
Ele surge neste registo do casamento de sua filha Archangela da Cunha, realizado a 21 de fevereiro de 1733.


José Teodoro Prata

domingo, 25 de dezembro de 2016

Auto de Natal


Este ano, para além das filhós, da fogueira e da Missa do Galo, também tivemos teatro na Igreja. Uma peça de Natal escrita pelo José Manuel Santos e José Teodoro e muito bem representada pelo nosso Rancho. Foi lindo!

M. L. Ferreira





Peguei na Etnografia da Beira e procurei tudo sobre o natal. Encontrei um auto de natal pastoril a que o autor, Jaime Lopes Dias, assistiu no Álvaro, Oleiros, em meados do século passado.
Selecionei algumas quadras de Natal, juntei-lhe as nossas filhós com vinho que não fazem mal e já tinha tudo. Mas não resisti a mais um poema de Salvaterra do Extremo.
Dei à mistura a forma de texto dramático e entreguei-o ao Clube de Teatro da minha escola. 
Durante as andanças para apresentar o livro dos Enxidros, percebi as potencialidades diversificadas do nosso rancho, a que juntei a poesia de cunho popular do José Manuel dos Santos. Aos primeiros propus representarem o auto e ao segundo que adaptasse as quadras à nossa terra.
O resultado foi muito bom, pelos vistos, pois não pude estar presente.
Fiquei feliz por ter proporcionado um natal melhor. O José Manuel e os atores do Rancho sentirão outro tanto.

José Teodoro Prata
Fotos da Sara varanda

sábado, 24 de dezembro de 2016

Natal 2016


José Teodoro Prata

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O nosso Natal

Tradicionalmente, os preparativos para o Natal em São Vicente da Beira iniciam-se algum tempo antes do dia 25 de Dezembro.
Os jovens que vão à inspeção militar reúnem-se ao som de uma corneta, e munidos de imensa força, coragem e ajuda de algumas máquinas, procuram nos pinhais e vales da Serra da Gardunha, os melhores e maiores madeiros para acenderem a fogueira. O que acontecerá no dia 24, antes da Missa do Galo.
A Missa é celebrada à meia noite, mas, durante o dia e antes da ida à Missa, há que preparar a Consoada e a Ceia de Natal.
É preciso amassar as filhóses, deixá-las levedar e depois fritá-las à lareira, acesa com lenha de oliveira, onde são colocadas as trempes e sobre elas a caldeira com o azeite ou óleo. As filhoses são tendidas no joelho e ao fritar são viradas com espetos feitos de paus de esteva.
Aproveitando o calor da lareira, está uma panela de ferro com água, onde serão cozidas as couves, as batatas e o bacalhau, que são servidos regados com o fino azeite e acompanhados com o bom vinho da região.
Depois da Consoada, vai-se à Missa, onde, no final, o Senhor Vigário dá o Menino Jesus a beijar. Enquanto os vicentinos, e não só, cantam os cânticos de Natal.

Da vara, nasceu a vara.
Da vara, nasceu a flor.
Da flor, nasceu Maria.
De Maria, o Redentor.

Alegrem-se os céus e a terra.
Cantamos com alegria.
Que já nasceu o Menino.
Filho da Virgem Maria.

Ó meu Menino Jesus.
Ó meu Menino tão belo.
Logo vieste nascer.
Na noite do caramelo.

Um entre muitos outros cânticos, que continuam a ser cantados junto à enorme fogueira, acesa no centro da Praça.
No regresso a casa é a Ceia. Faz-se o gró, (chá com aguardente), comem-se as filhoses, as fatias douradas e outras iguarias tradicionais nesta época.
Na manhã seguinte, os mais novos procuram, junto à chaminé, os presentes que o Menino Jesus deixou em cada sapatinho.
Ao longo dos anos, algumas tradições foram-se renovando e/ou alterando, mas o espírito natalício e a união familiar, mantêm-se vivos entre os vicentinos. Sempre!

M.ª da Luz Candeias

Nota: Texto publicado no livro "São Vicente da Beira - Vila Medieval", de Maria do Carmo Prata, 2001

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Vidas do avesso

Não se sabe ao certo de onde é que era, mas pode bem ter nascido nas encostas da Gardunha, talvez perto da Senhora da Orada. Os pais, pobres e cheios de filhos, mourejavam de sol a sol em searas alheias, que de si não tinham nada.
Ele também começou cedo. Primeiro a guardar cabras, ainda ganapo; depois, já cachopo, ninguém lhe ganhava a cavar ou a ceifar, e não faltava quem o quisesse à jorna, sempre que era preciso.
E assim se foi fazendo homem, grande, bem parecido e com a força de um touro. Se calhar por isso não lhe foi difícil encontrar mulher para casar: uma bonita cachopa, trabalhadora que até dava gosto; e não tardou um ano, nasceu-lhes o primeiro filho. Um belo menino, rosadinho, que se via medrar de dia para dia.
Foi nessa altura que soube que andavam a fazer uma grande barragem lá pela parte de cima do Casal da Serra e foi-se lá oferecer. Era trabalho ruim, mas certo por alguns anos. Mal encararam com ele, um homenzarrão daqueles, puseram-no a cortar pedra.
Foram bons, aqueles primeiros anos de casado: trabalhinho certo; o comer sempre a tempo e horas; a mulher amorosa e um verdadeiro braço de trabalho em casa e na horta; o filho a saltar que nem os cabritos.
Mas, lá diziam os antigos: «Não há bem que sempre dure…» e um dia vem de lá o diabo duma pedra direitinha a ele, que o ia esmagando. Não o matou, mas levou-lhe dois dedos e a força toda da mão direita. Teve que abalar, que sem força nas mãos, disse o capataz, não prestava para aquele serviço. E fez-se de novo pastor, que para guardar gado até os havia sem braços.
Sentiu a falta da companhia dos outros homens, que a dos bichos não é a mesma coisa, mas, às duas por três, até já estava avezado e um dia deu consigo a falar com as cabras como se fossem gente.
Mas eram danadas, aquelas almas do diabo; sempre à espreita duma distração para se meterem pelo renovo adentro e darem cabo dele enquanto o diabo esfrega um olho. Um dia foi de tal modo a estragação que fizeram na seara dum ricalhaço que este não esteve com meias medidas: nada menos que 400$00 escudos pelos prejuízos. E se fossem para tribunal, que nem quisesse saber por quanto lhe ficava.
Como não tinha meios para pagar tal fortuna, foi adiando, até ao dia em que viu aparecer-lhe a Guarda à porta. Saltou pela postigo das traseiras e ninguém tornou a pôr-lhe a vista em cima, lá na terra.
Vivia escondido nas partes mais altas da Serra e só se abeirava duma casa ou dum palheiro quando tinha muita fome ou muito frio. De vez em quando, pela calada da noite, ia até casa para matar saudades da mulher e do filho que já estava a ficar um homenzinho. Olhava para ele, a dormir, e só pedia a Deus que o guardasse, melhor do que tinha feito com ele.
Uma vez, numa noite de invernia, esfomeado e a escorrer, passou perto duma casa por cima de São Vicente. Sabia ser de um amigo que tinha arranjado havia muitos anos, uma vez que tinham ido juntos ao quinto lá para os lados do Alentejo. Voltaram depois a encontrar-se nas obras da barragem e eram quase como irmãos. De certeza que repartiria com ele alguma coisa de comer.
Bateu à porta e perguntou pelo amigo, mas a mulher disse-lhe que não estava, mas não tardaria a chegar. Deu-lhe uma malga de caldo bem quente e secou-lhe a roupa ao lume. Assim, aconchegado, aprontava-se para abalar, quando entra por ali adentro uma chusma enfurecida que lhe amarra os braços e o arrasta para a cadeia, na Praça da Vila. 
A meio da noite arranja maneira de fugir, aproveitando-se da bebedeira dos guardas. Mas não vai muito longe, porque foi apanhado ainda mal se tinha refeito do susto. Levam-no para Castelo Branco e ele torna a escapar. Pelo caminho dizem que matou gente e levam-no para uma enxovia perto de Lisboa, com água pelos joelhos.
Passaram-se alguns anos e um dia, já doente e sem esperança, quis cumprir o desejo de tornar a ver o sol e conhecer o mar. Agarrou nas últimas forças e «…conseguiu partir os grilhões e fugiu a nado. Chegou ao paredão e subiu-o de arrastos, tolhido das pernas. O sol quente, uma coisa tão boa! Passou o barco patrulha e soou um tiro. O corpo rebolou e voltou à água.»

Nota: A parte do último parágrafo, em itálico, foi retirada da história “O Pistotira” escrita pelo José Teodoro e que faz parte do livro “DOS ENXIDROS AOS CASAIS…”.

M. L. Ferreira

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Colégio de São Fiel


Este cartaz foi digitalizado de fotocópia de um cartaz em PDF, por isso não se percebe o título, na imagem, 
mas lê-se no texto, em itálico.
A associação HiscultEduca é orientada pelo nosso conterrâneo Ernesto Candeias Martins, 
professor da ESE de Castelo Branco.
O livro contém estudos apresentados em dois colóquios sobre o Colégio de São Fiel,
promovidos pela HistcultEduca.

José Teodoro Prata

sábado, 17 de dezembro de 2016

O Pe. Tomás

No dia 11 de Novembro de 1888, nascia na vila de São Vicente da Beira um menino, Tomás da Conceição Ramalho. Filho de Antónia do Carmo Ramalho casada com o senhor João José Ramalho.
Depois de passar a sua meninice calcorreando as ruas da vila, ingressou nos seminários diocesanos. No dia 21 de Janeiro de 1913, foi ordenado sacerdote na vila de Fornos de Algodres. Celebra a primeira missa na sua vila natal, no dia 7 de Setembro do mesmo ano
O padre Tomás ingressou no seminário do Fundão, onde foi professor. Virgílio Ferreira recorda-o no seu livro Manhã Submersa.
Prefeito no seminário do Fundão, era um sacerdote muito activo. O realizador Lauro António adaptou a obra do escritor Virgílio Ferreira para o cinema. O padre Tomaz, representado pelo actor Canto e Castro, a certa altura aparece montado num cavalo dando ordens, era um verdadeiro líder.
Foi dos principais impulsionadores para que admitissem Joaquim Alves Brás no seminário. Certa vez, a convite do seu colega António Alves Pacheco, irmão de Joaquim, foi passar uns dias a Casegas. Joaquim Alves Brás teria os seus dezoito anos, dedicava-se à agricultura ajudando a família, ao domingo todos assistiam à santa missa.
Um dia, ainda jovem, andava no campo ajudando o pai, foi acometido de uma dor lancinante na perna direita, nunca mais se recompôs, por esse motivo ficou coxo. Ele dizia ao irmão que queria ser padre, mas este não aceitava.
O padre Tomás, conversando com o Joaquim, viu que possuía qualidades, foi ter com o colega dizendo:
- Qual o motivo de o teu irmão não poder ser padre!? Porque é coxo! Isso não é impedimento.
O padre Tomás insistiu até que obteve a anuência do colega.
Monsenhor Alves Brás foi o fundador das Casas de Santa Zita, cujo seu lema era “ajudar as criadas de servir”. A organização está espalhada por todo o Portugal e estrangeiro.
O padre Tomás paroquiou a sua paróquia Natal durante mais de quarenta anos. Nesses tempos os caminhos eram autênticas picadas, percorria a freguesia de lés-a-lés montado na sua égua, chovesse, nevasse, fizesse frio ou calor.
A missa do dia raramente se iniciava a horas. Os fiéis, paciência de Job, aguentavam estoicamente que chegasse o senhor vigário. Quando chegava à praça, entregava o cavalo ao Zé Maiaca que o levava para a loja.
João José Ramalho e Antónia do Carmo Ramalho tiveram quinze filhos, sete faleceram prematuramente, quatro foram consagrados.
·         D. João de Deus Ramalho, jesuíta.
·         Inácio Ramalho, jesuíta.
·         Maria de Jesus Ramalho, freira; estudou no colégio das irmãs Doroteias na cidade de Tuy, Galiza; entrando para o noviciado no dia 8 de Janeiro de 1919; professora de língua portuguesa, madre superiora no colégio da Imaculada Conceição, Viseu; nasceu no dia 25 de Outubro do ano 1896 e faleceu no dia 12 de Agosto de 1988.
·         O Padre Tomás da Conceição Ramalho faleceu no dia 28 de Novembro de 1986; há trinta anos.

Pesquisa: O padre Joaquim Alves Brás; Uma vida Uma obra, de Manuel Almeida Trindade

J.M.S

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Fontes: Enguernal

Há anos, o José Martins protestou por eu escrever Engarnal (ele queria Ingarnal). 
Mas era como eu encontrava escrito na documentação dos séculos XVIII e XIX.
Agora encontrei Enguernal, num registo de 4 de junho de 1730.
Terá sido erro do Vigário ou era a forma antiga de dizer?
O tempo o dirá.
Segue-se o registo e o pormenor onde se encontra a palavra (à direita, a meio).
O documento também traz a forma antiga do nome Sobral: Soveral



José Teodoro Prata

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Reflorestar a Gardunha

No dia 8 de dezembro, na parte da manhã, alguns elementos da EBI de São Vicente da Beira (alunos, professores, encarregados de educação e Diretora do Agrupamento) participaram na plantação de castanheiros e carvalhos, na serra da Gardunha, atividade promovida pela Câmara Municipal de Castelo Branco.




A professora dos 3.º e 4.º anos, turma B​

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

domingo, 11 de dezembro de 2016

A azeitona já está preta

Estamos em plena época da colheita da azeitona, fruto de inverno; muitos olivais este ano não produziram, nota-se no lagar; a que vingou é de muito boa qualidade.
Dizem os entendidos na matéria; devido às altas temperaturas do verão a mosca da azeitona não a estragou.   
Começava a colher-se a partir dos meados de Dezembro, Janeiro, Fevereiro… 
As mudanças climáticas, “uma realidade nos dias que correm” alteraram completamente a recolha.
Amadurece mais cedo. Se não se colhe a tempo, mirra, seca e cai.
Alguém mais madrugador dirigia-se à praça e tocava uma corneta que anunciava a partida para os olivais.
Os campos eram alegres, camaradas de azeitoneiros “armados” com uma escada ripavam e cantavam.

A azeitona já está preta
Ai solidó, solidó
Já se pode armar aos tordos
Ai; ai,ai, ai, ai

As mulheres estendiam mantas, apanhavam o fruto que estava por baixo das oliveiras, rebuscavam e limpavam-na.
De vez em quando, colhedores entravam em confronto verbal com as camaradas vizinhas:

Ó Jaquiiim! No sejas lambão
Colhe azeitona, no sejas calão

Por sua vez, o visado retorquia gritando:

Calão és tu, no podes com a escada
Tens a mania, no vales nada

É verdade, é verdade; respondiam todos, rindo

Passavam horas chacoteando-se.
As cachopas regra geral tinham sempre uns raminhos de oliveira enfeitados com alecrim…
Quando algum viandante passava no caminho, a rapariga mais atrevidota, ramo na mão, dizia:

Aceitai este raminho
Senhor António da Tapada
Sei que é pobrezinho
Sempre é melhor que nada

Continuava dizendo mais um verso ou dois, o contemplado metia a mão na algibeira, gratificava com algum dinheiro. Conforme a bolsa assim era a quantia dada.
Árvores milenares, milhares arrancadas para serem substituídas por olivais de regadio.
Carrasquenhas, cordovis, galegas… foram transportadas para longes lugares onde ornamentam jardins.
Levam a oliveira centenária, deixam a oliveira com duração limitada.
Mediterrânica, é um óleo natural muito apreciado e saudável, tem as mais diversas aplicações.
Era o nosso petróleo. Com a industrialização e a descoberta de jazidas de crude passou para um plano secundário, já não é utilizado na iluminação, mas continua a consumir-se na alimentação.
As tabornas (tibornas); simples, tão boas!
Gostava de acompanhar o meu avô José ao lagar do Major, quando ia medir o azeite. Levava uma fatia de pão, torrava-se no brasido da fornalha e o mestre lagareiro tirava da tarefa um pouco de azeite acabado de fazer, quentinho, temperava-a, era um petisco de qualidade. Por vezes havia umas postas de bacalhau a assar nas brasas, um pitéu.
No lagar existia um local que se chamava inferno! Metia-me cá uma confusão…
Era o lugar onde iam parar as águas russas misturadas com algum azeite que os lagareiros aproveitavam.
O azeite, noite e dia alimentava a lâmpada sagrada do sacrário, ainda é utilizado nos sacramentos do baptismo e da confirmação.
Oliveira, árvore milenar, juntamente com a pomba, simboliza a paz e a esperança.
O primeiro objecto que a pomba levou a Noé foi um raminho de oliveira. Estime-se e preserve-se
No dia 26 de Novembro, faleceu o grande compositor senhor Arlindo de Carvalho, que tão bem cantou a nossa região. Natural da vila da Soalheira, onde ficou sepultado. Autor e intérprete:- Chapéu Preto, Fadinho Serrano, Castelo Branco...

A azeitona já está preta
Já se pode armar aos tordos
Diz-me lá ó cara linda
Como vamos de amores novos

J.M.S

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Eleições na Misericórdia

No passado domingo, dia 4 de dezembro, 
realizaram-se as eleições dos órgãos sociais da Santa Cada da Misericórdia de São Vicente da Beira, 
para o quadriénio 2017-2020.
Candidatou-se uma única lista.
Os eleitos são:

Assembleia Geral
Dr. João Guilherme Macedo Dória, Presidente
Anabela da Conceição Pedro Matias, Vice-Presidente
Maria Lucília da Conceição Rodrigues, Secretária


Mesa Administrativa
Efetivos:
João Benevides Prata, Provedor
João Maria dos Santos
Maria Libânia S. M. Ferreira
Maria da Luz Prata Teodoro
Pe. José Manuel Dias Figueiredo

Suplentes:
João Fernandes
Domingos dos Santos O. Goulão
Luís Fernandes Moreira


Conselho Fiscal
Efetivos:
Francisco Eduardo C. Martins, Presidente
Pedro Manuel Vaz Gama, Vice-Presidente
Manuel Bernardino Baptista, Secretário

Suplentes:
Lilia Maria Moreira Mateus
António Rodrigues Inês
Sebastião Barroso Mendes

José Teodoro Prata

domingo, 4 de dezembro de 2016

As profecias do Pescão Seco

Chamava-se António Fernandes e nasceu no lugar de Pescanseco, Pampilhosa. Sabe-se lá porquê, veio ainda novo para São Vicente e por cá se casou com Maria de São João, no ano de 1884. Tinha vinte e oito anos e era soldado na reserva. Por causa da terra onde nasceu, começaram a chamara-lhe Pescão Seco.
Conta o Chico Insa que ouvia dizer ao avô e ao pai que era um homem muito instruído, que sabia ler e escrever muito bem e falava de coisas que davam que pensar. Havia uma que dizia mais ou menos assim: «Hão de vir tempos em que os caminhos estarão pintados de preto e no ar hão de voar coisas que deixam riscos no céu. Quando isso acontecer, virão cataclismos tão grandes que será o fim do mundo».
Naquele tempo, já lá vão cento e muitos anos, mal se imaginavam as voltas que o mundo havia de dar e as transformações no modo de vida das pessoas: carroças e carros de bois substituídos por automóveis e aviões; gente a viver em gaiolas (parece que em muitas cidades do Oriente é quase literal) e a alimentar-se com comida que cresce à custa de fertilizantes, hormonas e pesticidas; mezinhas substituídas por antibióticos que já se deixam enganar pelas bactérias; armas capazes de arrasar cidades inteiras; e tantas outras coisas que, a pouco e pouco, estão a tornar cada vez mais frágil a qualidade de vida das pessoas e do ambiente.
Ainda assim, ainda não há muito tempo, os mais desatentos dizíamos que os avisos sobre as ameaças da vida na Terra tinham origem em teorias alarmistas e pouco fundamentadas e continuávamos a olhar para o lado como se não tivéssemos nada a ver com o assunto e estas questões não tivessem a ver com cada um de nós.
Agora os cientistas já dizem que chegámos a um tempo em que, se não se tomarem medidas extremas dentro de um período muito curto de tempo, chegaremos a uma situação em que não haverá retorno em termos da sustentabilidade do Planeta.
Conscientes desta realidade têm-se conseguido compromissos por parte de um grande número de países, para a implementação de medidas que evitem males maiores, nomeadamente pela redução de gases poluentes. Mas logo agora que se estavam a dar passos importantes nestas questões, os americanos voltam a surpreender-nos com a escolha que fizeram para seu presidente: um homem que tem revelado uma atitude de negação e desprezo por grande parte das conquistas civilizacionais que fomos alcançando, incluindo a consciência ecológica e a preocupação pelas questões ambientais.
Se tivermos em conta a origem das primeiras felicitações que lhe chegaram do estrangeiro (Marine le Pen, Putin, Erdogan…), se calhar temos razões sérias para estarmos apreensivos quanto ao futuro; se não do nosso, pelo menos do dos nossos filhos.
Oxalá não se cumpra cedo demais a profecia do Pescão Seco!

Notas:
António Fernandes e Maria de São João moraram na Vila e aí lhes nasceram os dois primeiros filhos que morreram anjinhos. Viveram depois no Casal da Fraga, numa casa que seria mais ou menos no local onde eu moro agora e onde terão tido uma filha que se chamava Bernardina; mudaram-se a seguir para a Senhora da Orada, mais precisamente para o Vale Caria, onde lhes nasceu pelo menos mais um filho, Anselmo, que andou na Grande Guerra, mas que também deve ter morrido ainda novo.


A casa do Vale Caria, onde viveram, era muito humilde, e dela já só existem vestígios das paredes traseira e laterais e o sítio onde acendiam o lume.
Apesar de ser um homem com uma instrução acima da média para aqueles tempos, António Fernandes terá sido toda a vida jornaleiro. Dos poucos descendentes que teve, ainda vivem alguns no Casal da Serra. Continuam a ser conhecidos pelo nome de Pescão.

M. L. Ferreira

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Fontes: convento franciscano

A 7 de novembro de 1714, casou, em São Vicente, Joaõ Martins Mouzinho, natural de Estremoz, 
Tenente de Cavalos da Companhia do Capitão Antonio Velho de Britto, do partido da Beira Baixa. 
A noiva foi Barbara Maria de Oliveyra da Cunha e Sylva, filha do Capitão Manoel de Oliveyra e Cunha e de sua mulher Maria Figueyra de Castellobranco, de Aldeia Nova do Cabo.
Dirão que casamentos há muitos e é verdade. 
Só que esta noiva era recolhida «...no convento das religiosas desta vila...»
E esta? Os pais depositaram (não se choquem com o verbo, era mesmo assim) aqui a sua filha, mas depois arranjaram-lhe um bom partido e pediram autorização ao Reverendo Doutor Provisor deste bispado, que deu ordem ao vigário para que ela saísse do convento.
Tomara eu que a coisa fosse assim tão clara, mas de facto o pormenor que apresento mostra um conjunto de frases não totalmente claras de significado, na parte final.



Este Antonio Velho de Britto era o marido de Dona Ursulla Roballa, 
natural das Sarzedas, que em São Vicente deu nome a uma rua e a uma tapada.

José Teodoro Prata

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Fontes: Casal Duarte da Fraga

Já aqui me referi à origem do topónimo Casal da Fraga: 
durante muitos anos, apenas lá viveu uma família com o apelido Fraga.
E fraga tanto pode ser uma rocha como uma forja (neste caso, inclino-me para este segundo significado).
No dia 20 de agosto de 1714, casou a Luzia Gonçalves, filha de Duarte da Fraga e de Maria Rodrigues.
Mas os pais dela já haviam falecido. Na época, a vida era tão precária que eram poucos os jovens que tinham um dos pais vivo na altura do seu casamento.
Segue-se o registo de casamento da Luzia e por baixo em pormenor, para lerem melhor.



A 6 de novembro de 1715, casou um viúvo que vivia no casal Duarte da Fraga.
Talvez ali trabalhasse como ganhão ou pastor do herdeiro de Duarte da Fraga (sei que tinham gado).
Apesar de já falecido, o Duarte da Fraga deu o nome ao seu casal. Depois ficou só Fraga.
O registo deste segundo casamento apresenta-se em baixo, também com pormenor.



Estes Fraga deram origem aos Jerónimo, 
pelo casamento do filho de Duarte Fraga (Jerónimo Duarte) com a filha dos rendeiros do Casal do Pisco.

José Teodoro Prata

Fontes: Pouzão e Pinna

Na segunda metade do século XVIII (1750-1600), moravam em São Vicente, na rua que vai da praça para a ponte, futura Rua Nicolau Veloso, 
dois padres (Manoel Cabral de Pinna e Estevam Alvares de Pinna) 
e duas irmãs solteiras (Brittis Cabral e Joanna Cabral). 
Eram naturais do Violeiro, filhos de Domingos Nunes Pouzão e Brittis Maria Cabral 
(a tal que foi sepultada na Misericórdia de São Vicente, vestindo o hábito franciscano).
Também já sabeis que este casal tinha uma outra filha (Maria Cabral de Pinna) casada em Tinalhas, 
cujo bisneto foi o primeiro visconde de Tinalhas.
Os primeiros dois documentos abaixo apresentados são o registo de casamento deste casal Domingos Nunes Pouzão e Brittis Maria Cabral e o terceiro é um pormenor do segundo, para lerem melhor.




Não sei se repararam que este casamento é de 1714 
e que o vigário se chamava Estevaõ Alvares de Pinna.
A noiva, órfã de pais (Estevaõ Alvares de Pinna e Mariana Cabral, da Quinta da Canharda, Fornos de Algodres) viveria em São Vicente com o irmão, 
o qual lhe arranjou um bom partido para casar (foi sargento-mor). 
Mas vivia com eles um outro irmão padre, o Manuel Cabral de Pinna,
que aparece a celebrar um outro casamento, nesse ano de 1714, o da Luzia, uma minha parente dos Jerónimo, de quem darei notícias daqui a dias.
Este Manuel Cabral de Pinna foi depois prior da Igreja de São Silvestre, na Covilhã.

Curioso que os irmãos padres desta família, em duas gerações diferentes, eram um Estevão e outro Manuel.


José Teodoro Prata

terça-feira, 29 de novembro de 2016

As crianças devem sujar-se?

Muito se tem falado sobre a falta de contacto das crianças com as brincadeiras de rua. Médicos de família, nutricionistas e especialistas em psicomotricidade  alertam para a falta de mobilidade das crianças e para a obesidade infantil.
Habitualmente, desenvolvo um projeto sobre Horta Escolar e planto diversos legumes. Sempre que me é possível, dou um saltinho à horta e noto que inicialmente os miúdos sentem um grande constrangimento em mexer na terra. Os dias de rega são os favoritos, pois a mangueira verte alguma água e faz pequenas poças. Um dia, contei-lhes que quando era da idade deles brincava com a terra e fazia bolinhos. Incentivei-os a fazer a experiência e foram eufóricos para a sala a perguntar se para a próxima podiam repetir a brincadeira. Uns dias depois, voltámos à horta e uma aluna disse não poder ajudar; os pais tinham proibido por ter chegado a casa com os sapatos sujos de terra.
Fiquei perplexa por pensar nos pais atuais, com máquinas para tudo. A minha mãe criou oito filhos e nunca nos proibiu de brincar ou reclamou por nos sujarmos. Claro que o meu pensamento foi até à Tapada da minha infância. 

Aproveitávamos os dias em que a minha mãe ou a tia Stela despejavam as presas da Barroca, para regar as hortas ou armazenar água no tanque. As regueiras ficavam cheias de água límpida e nós começávamos a azáfama. Fazíamos um cone de terra e com o cotovelo uma cavidade na ponta. Deitávamo-nos ao lado do rego e com a boca, sorvíamos um gole de água que lançávamos na cova redondinha. Víamos a água a desaparecer e esperávamos um pouco. Com os dedos indicadores, íamos afastando a terra solta e com muito cuidado pegávamos na malguinha que colocávamos na palma da mão. Ficávamos encantadas por ver como tinha ficado perfeita! Era colocada, com muito jeitinho, nas saliências da rocha que servia de cozinha. Voltávamos ao rego e a brincadeira continuava pela tarde fora. Diversas sementes seriam o arroz que iria encher as malgas.
Entretanto, íamos vigiando o caudal do rego para sabermos o momento de irmos tapar as presas à Barroca. Pegávamos num sacho e íamos por uma vereda junto ao rego. Chegadas às presas, verificávamos se realmente estavam completamente despejadas. Colocávamos a tranca na parte exterior do alvanel e na parte de dentro colocávamos terra que era apertada coma as mãos e com o sacho, para não haver o perigo de vazar durante a noite. O mais difícil era tapar a mina. À entrada víamos um túnel cavado na rocha e ao fundo uma imensa escuridão. A água era escura, pois o desnível provocado pelas areias acumuladas, à boca da mina, fazia com que ela ficasse sempre com bastante água. Para a tapar por dentro, era preciso inclinar-me sobre a água e tatear até encontrar a cavidade que tinha que ser fechada com torrões para ficar completamente selada. Imaginava serpentes a enrolarem-se à volta do braço e, quando terminada a tarefa, suspirava de alívio. Regressávamos a casa felizes por termos cumprido bem a nossa missão. A nossa mãe perguntava sempre:
 - Então as presas ficaram bem tapadas? Vejam lá se amanhã, quando o dono da água as for despejar, não encontra lá nada!

Conceição Teodoro

sábado, 26 de novembro de 2016

Canja de cobra

O sacristão Manuel subiu as escadas da torre e encostou-se à varanda voltada para o cimo da vila, a saborear o ar fresco da manhã. De seguida pegou nos badalos e começou a badalar as ave-marias. O sol ainda se escondia por detrás da Oles, mas aos poucos inundou toda a vila e campos em redor. Camponeses, jornaleiros e proprietários iam a caminho das hortas para iniciarem mais uma jornada de labor.
O portão do quintal da casa do César abriu-se e o ganhão Dionísio à frente do carro de bois seguiu pela rua das Laranjeiras, em direção à Fonte Velha, a caminho da Tapada do João Gago. Todos os ganhões; “e eram muitos” seguiam cada um sua vida. Alguns dirigiam-se aos pinhais carregar lenha para os fornos comunitários…
Jornaleiros trabalhavam de sol a sol.
Antes de partirem para os trabalhos campestres muitas pessoas assistiam à missa da manhã.
Quando os homens trabalhavam perto da vila as mulheres levavam-lhes o café “por volta das dez da manhã fazia-se uma pausa”. À uma hora, ao toque das trindades, jornaleiros paravam os trabalhos, jantavam e dormiam a cesta. À tarde, nova paragem para se merendar: Um naco de pão com umas azeitonas, uma fatia de queijo…
Naquela época um novo prior tinha chegado há poucos meses à vila, depressa granjeou a simpatia do povo, sempre bem-disposto, comunicativo, mestre-escola…
Ao novel hospital chegavam doentes de toda a freguesia e das freguesias vizinhas para encontrarem a cura dos seus males. Em frente situava-se o tronco do senhor Bonifácio, quando não havia alimária para ferrar ele e o seu ajudante Joaquim da “burra” faziam ferraduras e canelos. Joaquim da “burra” de vez em quando gritava, rebolava no chão cheio de dores.
Meu pai dizia que lhe saiam as tripas “mais tarde soube que era quebrado”.
Ciganos acampavam detrás da capela de São Sebastião e o mestre Ventura juntamente com seus filhos fazia carros de bois na oficina que ficava por baixo da sua casa. Certa vez; eu ia a passar, encaro com uma cigana a esfolar uma cobra, uma panela de ferro aquecia água na fogueira, cortou-a em vários pedaços e meteu-a na panela. Assustado, segui caminho com a cesta na mão onde ia o jantar do meu pai. Quando cheguei à Oles, contei-lhe e respondeu-me:
- As cobras fazem uma canja tão boa ou melhor que a canja de galinha
Não fiquei convencido…
Era o tempo das malhas, ganhões transportavam faixas de centeio, trigo, para as eiras.
A eira da dona Luz estava cheia de rolheiros.
Malhadores desatavam os nagalhos, estendiam as faixas, ouviam-se os manguais com cadência ritmada debulharem as espigas, a palha ia sendo retirada ficando a semente misturada com as praganas, à tardinha aproveitando a nortada, procediam à sua limpeza enchiam um meio alqueire que levantavam no ar e iam lançando a semente para a eira, o vento empurrava as praganas e as rabeiras. A semente caia em cima de umas giestas, aos poucos o monte crescia, os catxiços eram retirados e juntavam-se a um canto. A palha de centeio aproveitava-se para as enxergas, a trigueira não prestava, desfazia-se, dava-se aos animais.
O ar fresco dava lugar ao calor que se tinha feito sentir durante o dia, os notáveis, remediados e os ricos da vila reuniam-se em São Sebastião, sentavam-se nos cais que cercam a capela, cavaqueavam sobre os mais diversos temas.
Uma das pessoas habituais nas tertúlias estivais daquela época era o padre José David.
Conversa puxa conversa “são como as cerejas”; a certa altura diz:
- Meus amigos; quando cheguei a São Vicente a primeira pessoa que confessei foi uma mulher; disse-me que era bruxa, fiquei sem saber o que lhe havia de dizer, não contava com tal segredo. Absolvi-a e, como penitência mandei-a rezar cinco pai-nossos e cinco ave-marias.
Eis senão quando na estrada passa uma mulher com um cesto à cabeça cheio de hortaliças:
- Boa tarde; saiba vossa reverência que tenho a consolação de ser a primeira pessoa que vossa reverência confessou na nossa terra.
O padre ficou sem pinta de sangue, todos os presentes ficaram a saber quem era a bruxa.
Anoitecia, sacristão tocava as ave-marias. À vila chegavam os camponeses, jornaleiros… na Fonte Velha sentavam-se nos cais com a enxada ao lado, as mulheres esperavam a sua vez para encher cântaros, regadores… algumas passavam com o tabuleiro à cabeça deixando um rasto cheiroso e agradável a pão acabadinho de cozer.
Outros, entravam na taberna do João coxo e emborcavam um cajeirão.
Fiquem bem.

J.M.S 

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

O livro dos enxidros

Após as sessões com os alunos do 1.º ciclo de Alcains, há oito dias, achei que devia prestar contas a quem nos pagou o livro. Por isso enviei, via e-mail, ao sr. presidente da Câmara, a mensagem que se segue:

Senhor presidente:
Na passada quinta-feira, concluímos as apresentações do livro "Dos Enxidros aos casais: histórias e gentes de São Vicente da Beira". Eventualmente, faremos mais uma sessão em São Vicente e a Dr.ª Adelaide Salvado pediu-me que fosse à USALBI falar sobre este projeto, mas não marcámos data.
Como coordenador do projeto, cabe-me fazer um primeiro balanço:
·  O livro foi apresentado em São Vicente (uma sessão para a população em geral e outra no Lar), Partida, Castelo Branco e escolas de São Vicente e Alcains (aqui em 5 sessões, para os alunos do 6.º ano que haviam ilustrado o livro e para todos os alunos do 1.º Ciclo). Totalizam 10 sessões em que o público aderiu entusiasticamente ao livro. 
·  As sessões no Lar de São Vicente, em Castelo Branco e na Partida contaram com a animação do coro do Rancho Folclórico Vicentino, que cantou canções inseridas em algumas histórias.
·  O sucesso deste projeto ultrapassou largamente as melhores expetativas dos autores e tal facto deve-se sobretudo à estreita relação entre as histórias do livro e as vivências das pessoas. Diria que o livro aborda o património cultural das populações.
·  O número de vendas terá já ultrapassado as duas centenas.


Eu e a Libânia, na biblioteca da escola do 1.º ciclo, em Alcains.

O senhor presidente da Câmara respondeu de imediato, 
agradecendo a gentileza deste gesto, 
dando-nos os parabéns pelo sucesso do livro, que acompanhara pelo vereador da cultura e pela comunicação social, 
e disponibilizando-se para nos apoiar em novos projetos.

José Teodoro Prata

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Fontes: Barbaído



No dia 13 de setembro de 1713, casaram Manoel Gonçalves e Izabel Fernandes.
Como podem ver no pormenor, o noivo era 
«...do Casal do Barbaído desta freguesia de Nossa Senhora da Assumpçaõ...».
Já sabia que era a Câmara de São Vicente que nomeava anualmente o juiz do Barbaído, em vez de ser escolhido pelos moradores do Freixial e do Barbaído, como acontecia com a Torre do Louriçal.
E também que era o Vigário de São Vicente e não o cura do Freixial quem ia anualmente fazer a festa de São Brás, recebendo por isso o respetivo pagamento.
Agora, este registo de casamento vem informar que, em 1713, o Barbaído ainda pertencia à freguesia (paróquia) de São Vicente.

José Teodoro Prata