quarta-feira, 13 de junho de 2012

Finalmente o livro

Eis que chega finalmente o dia da apresentação do meu livro que acima se mostra.
Será em S. Vicente da Beira, no próximo dia 22 de junho, sexta-feira, às 20.30 h, durante as cerimónias de abertura da 3.ª Feira de Gastronomia e Artesanato.
A apresentação está a cargo do Pe. Hipólito Jerónimo, nosso ilustre conterrâneo e homem de grande cultura. Quem melhor do que ele, com uma tão forte ligação umbilical a estas terras, poderia falar de um livro cheio de pessoas e lugares que são afinal os nossos?

Deixo-vos com um levantar do véu, a sinopse da contracapa:

Foi há cerca de 250 anos.
Em Tinalhas, vivia Teodoro Faustino Dias, que casou com Maria Cabral de Pina, do Violeiro, filha do Sargento-Mor Domingos Nunes Pousão. Teodoro Dias foi alferes da capitania de Tinalhas. Era o maior criador de gado bovino no concelho, 31 cabeças. A sua filha Eusébia Dias Cabral casou com António Meireles Gramaxo, do Fundão e Soalheira, os quais deram origem à Casa Viscondes de Tinalhas. Teodoro Faustino Dias tornou-se presbítero, após enviuvar, perto dos 50 anos, e foi cura do Freixial.
O Pe. João Antunes era natural do Casal da Serra, onde fiscalizou a capela devotada a São João Baptista, particular dos irmãos Duarte Ribeiro. Foi o capelão de São Tiago, pago pelos vizinhos dos montes da charneca que se fintavam para lhe fazerem uma côngrua, a troco de assistência religiosa. Os espanhóis levaram-no preso, na Guerra dos Sete Anos.
Ana Maria do Carmo nasceu em Castelo Branco e casou com o Dr. Diogo José Pires Bicho Leonardo, natural de Tinalhas, mas residente no Ninho. Enviuvou cedo. Morava na Praça e era dona de uma azenha, no Freixial, e de um lagar confrontante com a ervagem do Vale do Curro.
O Pe. Manuel Marques era natural do Louriçal, já fora cura do Freixial e era-o então do Sobral. Ensinava as primeiras letras aos filhos de parte da elite local: dos Duarte Ribeiro do Casal da Serra e dos Ramos Preto do Louriçal, mas originários do Sobral.
O tribunal e a cadeia eram na Câmara da Vila. Os pais cujos filhos sujassem a água do chafariz passavam 8 dias na enxovia dos presos e das presas. E quem colhesse uvas ou figos, em vinha alheia, pagava de coima 500 réis (Manuel Henriques andou um dia ao entulho, para as calçadas, e recebeu 150 réis).

4 comentários:

Anônimo disse...

Acho, Zé, que devias enviar pelo menos a sinopse ao teu patrão Nuno Crato, para lhe dares argumentos para avançar com medidas robustas, como agora dizemos cagões na televisão, para disciplinar os alunos que só vão à Escola, sem vontade nenhuma e porque são obrigados.
Parabéns por mais esta obra que nos ajuda a conhecer o nosso passado.
Com um abtraço do
Francisco Barroso

Paulo Duarte de Almeida disse...

Caro José Teodoro Prata,
E quem não puder ir ao lançamento, como é o meu caso por estar longe, como poderá adquirir o livro? Tenho o maior dos interesses no seu estudo uma vez que no final do séc. XVIII eram de S. Vicente quase todos os meus ascendentes tanto pelos Nicolaus como pelos Moreiras.
Cumprimentos,
Paulo Nicolau Almeida

José Teodoro Prata disse...

Paulo:
A edição é da Câmara Municipal de Castelo Branco e penso que não colocará o livro no circuito comercial.
Em São Vicente, haverá livros à venda nos Correios.
Se não conseguir encontrá-lo, comunique-me (se não vier a São Vicente ou se o fizer num fim de semana).
José Teodoro

Anônimo disse...

Já é lugar comum dizer-se que o Zé Teodoro trabalha muito e tem sido incansável no estudo das questões do passado sobre S. Vicente da Beira, a sua região e, particularmente, no que concerne ao antigo concelho. A publicação deste livro vem provar mais uma vez esse trabalho.

Eu apenas posso dizer o seguinte: até hoje, do ponto de vista da investigação dos factos históricos (sem esquecer outras contribuições), o trabalho dele é, na minha opinião, o de maior profundidade. Haverá, certamente, ainda muita coisa para vir à luz do dia, que nos permitirá reconstituir o nosso passado. Passado que é importante conhecer, numa época em que tudo parece caminhar à velocidade da luz, sob o signo da competitividade. É preciso parar para pensar se é esse princípio economicista que queremos, se é isso o mais importante para o Homem.

A História foi, também, sempre, uma das disciplinas de que mais gostei. Referindo-me, concretamente, à nossa Vila e sua região, acharia interessante que houvesse mais informação disponível sobre o período anterior ao foral (1195), especialmente no que respeita à época romana; embora julgue haver muita escassez de dados para interpretar, sobre essa época.

De uma forma ou outra, só posso ter uma atitude: dizer-lhe que continue.
José Barroso