domingo, 27 de agosto de 2017

Alunos,1838

ANO LETIVO 1838-39
Escola de Ensino Primário de São Vicente da Beira
Mestre: Francisco Duarte Lobo
Alunos:
1 – António de Brito, filho de Bonifacio de Brito
2 – Antonio Duarte, filho de Joaõ Duarte Nepto
3 – Antonio Fernandes, filho de Antonio Baptista
4 – Antonio Henriques, filho de Joze Henriques
5 – Antonio Rodrigues, filho de Francisco Roiz Lobo
6 – Antonio da Silva, filho de Gonçalo Duarte
7 – Bonifacio Duarte, filho de Francisco Duarte Lobo
8 – Caetano Cardozo, filho de Francisco Cardozo
9 – Caetano Ramalho, filho de Manoel Joaquim
10 – Cypriano da Silva, filho de Francisco Roiz Lobo
11 – Domingos Vaz, filho de Joaõ Duarte Nepto
12 – Francisco da Conceiçam, filho de Joaõ da Conceiçaõ
13 – Francisco Folgozo, filho de Joze Folgozo
14 – Francisco Gomes, filho de Diogo Gomes
15 – Francisco Joaquim, filho de Joze Joaquim
16 – Francisco Roque, filho de Francisco Roque
17 – Joaõ Alvres, filho de Domingos Alvres
18 – Joaõ Agostinho, filho de Joaõ Agostinho
19 – Joaõ Cardozo, filho de Francisco Cardozo
20 – Joaõ do Couto, filho de Joaõ do Couto
21 – Joaõ Duarte Lobo, filho de Francisco Duarte Lobo
22 – Joaõ Ferreira Marques, filho de Joze Duarte Marques
23 – Joaõ Henriques, filho de Joaquim Henriques
24 – Joaõ Paulino, filho de Joaõ Paulino
25 – Joaquim Botelho, filho de Joaquim Botelho
26 – Joaquim de Brito, filho de Bonifacio de Brito
27 – Joaquim Marques, filho de Joze Joaquim
28 – Joaquim Marcelino, filho de …(omisso)
29 – Joaquim Ramalho, filho de Manoel Joaquim
30 – Joaquim Ramos, filho de Joze Ramos
31 – Joze da Conceiçaõ, filho de Joaõ da Conceiçaõ
32 – Joze Duarte Nepto, filho de Joaõ Duarte Nepto
33 – Joze Lalanda, filho de Joaõ Barbalhoz
34 – Lourenço dos Santos, filho de Domingos dos Santos
35 – Manoel de Brito, filho de Bonifacio de Brito
36 – Manoel da Conceiçam, filho de Joaõ da Conceiçaõ
37 – Manoel dos Santos, filho de Mathias dos Santos
38 – Manoel Henriques, filho de João Duarte Marques
39 – Manoel Paulino, filho de Manoel Paulino
40 – Manoel Alexandre, filho de Antonio Alexandre

NOTAS:
- Franciso Duarte Lobo, o mestre-escola, era proprietário, além de professor.

- É possível que alguns destes alunos fossem naturais das povoações anexas à Vila, residindo aqui em tempo de aulas. Isso acontecia no Sobral do Campo, cem anos antes, em que os filhos de alguns dos ilustres da região viviam no Sobral para terem aulas com o cura da terra. O que me leva a esta hipótese é o apelido Alexandre, gente da Partida originária da Póvoa de Rio de Moinhos. Mas faltam os Martins, os Fernandes...

José Teodoro Prata

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

A Matilha dos Nove

«Minério na Paradanta? Ná… Por modos passou por lá muito, que no tempo da guerra havia muita candonga e contam-se algumas histórias. Esta foi logo no ano a seguir a eu ter saído da escola; vai lá um bom par d’anos. Já andava na resina e um dia cheguei a casa, já noite, e era um reboliço tão grande na terra que só visto: tinha vindo a Guarda e levado nove homens, todos algemados, para Castelo Branco. Só depois é que se soube o que tinha sucedido:
Na véspera, à tardinha, tinham chegado à entrada da Paradanta quatro homens, cada um com sua saca às costas. Chegaram lá a um certo sítio, apousaram as sacas e esconderam-nas debaixo dum aqueduto, tapadas com mato. Lá terão feito as contas e dois dos homens abalaram pelo mesmo caminho d’onde tinham vindo, os outros dois ficaram assentados ali ao pé, a fumar um cigarro. Passado um bocado também se meteram ao caminho, p’ros lados do Vale D’Urso. Por modos foram a comer a uma casa de pasto que por lá havia naquele tempo.    
Tiveram azar porque uma mulher que morava numa casa lá mais adiante tinha visto chegar aqueles estranhos e ficou à espreita, desconfiada, a ver o que é que eles faziam. Quando os viu abalar saiu porta fora e foi ver o que é que as sacas tinham. Assim que viu como é que elas estavam cosidas e o peso que tinham, desconfiou logo do que é que se tratava. Ainda quis pegar numa, mas não foi capaz de poder com ela. Foi então chamar um dos filhos que já tinha vindo da escola, e os dois lá conseguiram carregar uma das sacas até casa.
Puseram-se a fazer contas: não seriam menos de 50 quilos de minério, a um conto de réis cada um, dava cinquenta contos. Estavam ricos!
O cachopito ficou tão contente que, apesar da mãe lhe ter dito que não dissesse nada a ninguém, foi para a rua e contou logo ao primeiro que encontrou, o achado que tinham feito. E que no mesmo lugar ainda lá tinham ficado mais três sacas.
A notícia chegou depressa aos ouvidos do taberneiro que esfregou as mãos de contente e, juntamente com mais oito que àquela hora estavam a fazer sociedade na taberna, foram logo a correr para o sítio onde diziam que estavam as sacas.
Quando lá chegaram já lá estavam os outros dois homens, sentados à entrada do viaduto, ao pé da mercadoria. O taberneiro pegou na arma que trazia à cintura, deu dois tiros para o ar e berrou:
- Mãos ao ar e ala daqui p’ra fora!
Os outros nem se mexeram.
- Mas que mal é que tem estarmos aqui um pouco a descansar? Os caminhos não são públicos?
- Já disse o que tinha a dizer! Os primeiros foram p’ro ar, mas os próximos vão-vos direitos aos cornos!
Ao ouvirem isto, os dois homens levantaram-se e desataram a fugir estrada fora. Só devem ter parado já longe dali.
Por modos eram do Juncal, e eram contrabandistas de minério, mas deviam ter as costas bem quentes que ao outro dia apareceram na Paradanta uns poucos de guardas da GNR e, quem foi, quem não foi, conseguiram levar para Castelo Branco a matilha completa.
Passaram a noite nos calaboiços da prisão à espera de serem levados ao juiz no dia a seguir. Mas o taberneiro que é quem tinha sido o cabecilha daquilo, durante a noite começou com falinhas mansas para os outros: que podiam dizer ao juiz que ele não tinha tido culpa nenhuma; que só tinha ido apartar porque senão armava-se ali uma grande zaragata; que uma pessoa da categoria dele era uma vergonha se fosse presa e ficava com a vida desgraçada para sempre; e mais isto, e mais aquilo…
- Então vossemecê é que nos meteu nesta alhada toda e é que deu os tiros, e agora quer pôr-se de fora?! Não senhora; ou vamos todos p´ra cadeia ou não vai nem um!
- Se me safarem, prometo que dou um conto de réis a cada um de vós.
Olharam uns para os outros e concordaram.
- Assim é que é falar! Esteja descansado que a gente faz como vossemecê diz.
Naquele tempo um conto de reis era muito dinheiro, que um homem por dia não ganhava mais que sete e quinhentos; e não eram todos…
Foi solto o taberneiro e os outros ficaram presos durante um mês. Quando saíram vinham todos contentes e foram logo a ver se recebiam a paga pela mentira que tinham dito ao juiz, mas o outro negou-se. E que remédio tiveram senão calar-se, com medo, que ele era o Cabo d’Ordens e se os tomava de ponta, estavam desgraçados…
Ficaram conhecidos pela “Matilha dos Nove” para o resto da vida. E o Cabo d’Ordens não escapou da fama, mas nunca se provou…».

Nota: Esta história foi-me contada pelo Ti Chico quando, a propósito da história “As Mulheres da Paradanta” do Joaquim Bispo, lhe perguntei se era verdade que havia volfrâmio na terra dele. 

M. L. Ferreira

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Incêndios

Estamos em pleno verão, calores insuportáveis, o mercúrio do termómetro quando colocado em cima do parapeito da janela depressa atinge os quarenta e nove graus, tenho que o tirar, se o deixo ficar
A escala termométrica só chega aos cinquenta, o vidro rebentaria como já me aconteceu, antes que…
Na noite de natal o vento ficou norte; na noite de São João, idem; primavera amena, verão quente; contemos com um outono, frio, soleado, seco.
Tempo a jeito para os “profissionais” dos fogos poderem trabalhar.
Oxalá me engane.
Tem sido um fartar vilanagem.
Para além dos interesses vários, talvez haja por trás outros, ou seja: em tempos idos as terras pertenciam aos senhores; malados, plebeus tratavam-nas, viviam a vida desgraçadamente a troco de coisa nenhuma.
Os poderosos quererão voltar!? ...
Com tudo queimado, destruído, os velhos proprietários sem forças, exaustos, vão abandonando as terras, os filhos partem ou já partiram; acabam por vender as propriedades por dez réis de mel coado. Aos poucos, o capital vai juntando as parcelas, tomando conta.
Premonições!
Não sei quanto custará ao erário a despesa que os incêndios acarretam. Supunhamos que ao fim da época a desgraça que os fogos trouxeram provocou um rombo no orçamento de X.
Experimentem tirar ao valor orçamentado vinte por cento, nem mais um tostão.
Durante os meses frescos, atribuam esse valor aos proprietários das matas para que as limpem. Oitenta por cento seria suportado pelo erário público, os restantes vinte, pelos proprietários.
Desta maneira, dividindo o mal pelas aldeias, em meia dúzia de anos, as nossas florestas ficariam limpas, depois, era manter.
Onde a floresta fosse quase inexistente ou nascediça, as árvores deviam ser relentadas para que o fogo não entrasse com facilidade, procedendo-se à plantação de novas espécies, sempre que possível árvores autóctones. Carvalhos, sobreiras, azinheiras, oliveiras, castanheiros… ou outras, desde que oferecessem maior resistência ao lume.




O ar tornar-se-á cada vez mais irrespirável, as temperaturas aumentam, a chuva não vem no devido tempo, quando aparece cai com tamanha intensidade…onde passa destrói.
Verões cada vez mais quentes e secos…
Fogo controlado é benéfico, descontrolado é demolidor, medonho, horrível, vi-o há minha frente sem nada poder fazer.
Valeu-me a limpeza que tinha feito em volta da casa e do forno, os bombeiros chamados canarinhos fizeram um bom trabalho, o meu bem hajam .
Salvaram o que puderam, o resto ficou reduzido a cinzas e negro.
É medonho, horrível; o povo Vicentino destemido, valente, ajudou enfrentando com denodo, paixão e valentia este pavoroso incêndio que chegou ao cimo da Vila.
Vi baldes e outros utensílios cheios de água que se ia lançando nos restolhos, nas talocas de velhas oliveiras…
Povo que não dormia, só descansou quando o perigo passou.

J.M.S

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Ajuda aos bombeiros

A Junta de Freguesia de São Vicente da Beira agradece a todos os que colaboraram na recolha de bens para os Bombeiros, durante o Arraial Solidário que se realizou na Piscina de São Vicente da Beira, no dia 18 de Agosto.
Após uma semana em que o fogo deflagrou na nossa freguesia, atingindo as localidade de São Vicente da Beira e  Casal da Serra, onde parte da população chegou mesmo que ser evacuada, decidimos alterar o arraial com data de 15 para 18 de Agosto, apenas com o objectivo de o tornar solidário.
Assim, convidámos o Rancho Folclórico Vicentino a manter a sua presença no sentido da recolha ter mais impacto, já que os membros do Rancho, assim como as suas famílias contribuíram também para a recolha de bens.
Decidimos ainda que, como o momento não é propício a Festas, cancelar o 2º SUNSET que se realizava no sábado, dia 19 de Agosto. Elogiamos ainda a Comissão de Festas do Casal da Serra por ter mantido a realização da Festa de Verão, em Honra de Santo António.

Foram entregue na piscina os seguintes bens:

14  embalagens de bolacha Maria
12  embalagens de leite 1litro
29  pacotes de leite individual
38  embalagens de barras de cereais
7  packs de àgua de vários tamanhos
6  embalagens de sumos
4kg de maçã
1kg de bananas
4  bolos
1  lata de ananás
2  latas de atum

Ana Jerónimo Patrício

sábado, 19 de agosto de 2017

O apocalipse


São Vicente da Beira, 13 de agosto, 10 horas da manhã.
A foto, do André Varanda, parece uma das imagens do início do filme Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola, ao som dos The Doors com a canção The End.


José Teodoro Prata
Foto de André Varanda

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Fogo da Gardunha


Casa sem porta, nem telhado.


Maçãs verdes assadas...


Mas as formigas já reconstruíram a casa!
José Teodoro Prata

domingo, 13 de agosto de 2017

Figos, 2017


Estava para vos anunciar, com pompa e circunstância, a abertura da temporada do figuinho.
Mas não o fiz a tempo. Hoje, o fogo reduziu tudo a cinzas.
Na Serra do Chico, nos Aldeões do Ernesto, na Barroca do João, no Ribeiro de Dom Bento do Zé, na Orada da Senhora (a capela salvou-se)...
Ao fim da tarde, já passara a ribeira e avançava na direção da Charneca, por cima do Balcaria.
Possivelmente, também já passou para a vertente norte da Gardunha, mas o fumo é tanto que não se vê.
O que fazer?
RECOMEÇAR!
José Teodoro Prata

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

1852: funcionários e vencimentos

CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO VICENTE DA BEIRA
Folha de vencimentos de todos os empregados abonados pelo cofre do município,
no semestre de julho a dezembro de 1852

Administrador do Concelho, Bonifacio Joze de Britto: vencimento anual – 60$000; vencimento mensal – 5$000; desconto para a décima – 3$800; vencimento líquido a receber – 26$200
Escrivão da Administração do Concelho, Joao dos Santos Vaz Rapozo: vencimento anual – 60$000; vencimento mensal – 5$000; desconto para a décima – 3$800; vencimento líquido a receber – 26$200
Oficial de Diligências da Administração, Antonio Joze da Conceiçao: vencimento anual – 12$000; vencimento mensal – 1$000; desconto para a décima – $765; vencimento líquido a receber – 5$235
Escrivão da Câmara, Joze Ribeiro Robles: vencimento anual – 60$000; vencimento mensal – 5$000; desconto para a décima – 3$800; vencimento líquido a receber – 26$200
Oficial de Diligências da Câmara, Manoel Francisco: vencimento anual – 12$000; vencimento mensal – 1$000; desconto para a décima – $765; vencimento líquido a receber – 5$235
Tesoureiro do Concelho, Francisco Antonio de Macedo: vencimento anual – 19$750; vencimento mensal – 1$645; desconto para a décima – $765(?); vencimento líquido a receber – 9$875
Mestre Régio do Ensino Primário, Francisco Duarte Lobo: vencimento anual – 20$000; vencimento mensal – 1$666; desconto para a décima – 1$270; vencimento líquido a receber – 8$730

NOTAS:
- Como podem reparar, o pagamento dos vencimentos fazia-se de 6 em 6 meses.
- O imposto que incidia sobre os vencimentos era a décima (cerca de 1 décimo do vencimento ilíquido).
- O cargo mais importante, de longe, era o do administrador do concelho. Teria as funções do atual presidente da câmara + chefe da polícia + representante do poder central.
- Ser professor era uma função pouco dignificada. Tratando-se de alguém com formação académica (não muito grande), bom seria conseguir um cargo de escrivão!
- Penso que o primeiro Macedo foi um médico que exerceu em São Vicente e terá ficado por cá. Não sei se os atuais Macedo descendem dele e deste tesoureiro. Dos Lobo e dos Robles já escrevemos. O Vaz Raposo foi meu antepassado pela parte do meu avô paterno e da minha avó materna, do Doutor Dória e de muitos mais. Desconheço se os Brito atuais descendem deste. O António José da Conceição poderá bem ser um antepassado do seu atual homónino, o Tó Sabino. Isto foi há mais de 150 anos: muitos dos sanvicentinos atuais descendem destes homens.

José Teodoro Prata

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Escuteiros connosco

Nos dias 1 e 2 de Agosto, estiveram em São Vicente da Beira 50 escuteiros do Corpo Nacional de Escutas - CNE vindos de todo o país, que se encontravam no ACANAC, em Idanha-a-Nova. 
Estes vieram fazer trabalho comunitário na Santa Casa da Misericórdia e limpezas nas zonas da Fonte da Portela, Lagariça e Caminho Romano. Estiveram a pernoitar no Salão da Casa do Povo, onde, no dia 2 de Agosto, participaram no ensaio do Rancho Folclórico Vicentino e o GEGA também esteve presente com uma breve explicação da história da nossa vila. Posteriormente, fizeram um FOGO DE CONSELHO (actividade em torno de uma fogueira que procura encontrar o equilíbrio entre a excitação de um dia cheio de empreendimentos e a necessidade que cada um tem de se recolher e fortalecer) para o encerramento das suas actividades por aqui.
O Pedro Duarte, Chefe do Grupo de Escoteiros da Associação de Escoteiros de Portugal - AEP nº 170 de São Vicente da Beira, participou na organização de todas as actividades, com a colaboração da Junta de Freguesia, que também disponibilizou a Piscina para alguns momentos de lazer e para a higiene, durante a estadia.
Agradecemos aos Escoteiros todo o trabalho desenvolvido, assim como os momentos de diversão que partilharam connosco.





Ana Jerónimo Patrício

domingo, 6 de agosto de 2017

Retrato Intemporal


O TEU COLO

Há tanta gente carente
Que precisa de um colo
Como muita outra gente.
Se te serve de consolo

Lava a alma com sorriso
Enxuga o rio que choras
E deixa brilhar o teu sorriso
Para sentires melhoras.

É lá dentro que encontras
O que tu procuras cá fora
E é lá que tu reencontras

Aquela quietude onde mora
O colo que não encontras
Quando sais de ti embora.


O livro é uma edição de autor e custa 10 euros. Quem o quiser comprar tem de o fazer junto de Roque Lino, que por estes dias está connosco.

José Teodoro Prata

sábado, 5 de agosto de 2017

A poesia de Roque Lino




O TOQUE DOS SINOS

São tantos os toques que ecoam
Naqueles sinos da aldeia
Que até conseguiram cantar-me
Na data do meu nascimento
E também celebraram datas
Que a memória vai recordando
Como aquela do casamento.
Sentinela atenta aos fogos
Que crepitavam nos pinhais,
Os sinos eram alvorada,
E convocação para a missa
E chamamento à oração.
Cantavam as Avé Marias
Como o apelo às novenas
E acompanhavam procissões
A par do estralejar dos foguetes
Que explodiam preces no céu.
Curvados sob as enxadas
Vinham camponeses exaustos
E arrastavam-se almocreves
Ao toque do recolher
Que aqueles sinos tocavam
Com a perfeição de um clarinete.
Quero continuar a ouvir
Todas essas badaladas
Já que enquanto as sentir
Não oiço o toque final
Que nunca ouvirei afinal
Porque o sino é festa e é vida.

José Teodoro Prata

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Poesia, amanhã


Reconquista, 3 de agosto de 2017

A apresentação de um livro, um concerto da banda, um espetáculo do rancho, um desfile dos bombos ou uma exposição são momentos de comunhão de afetos (e pouco mais que isso).
Alguém partilha com o resto da comunidade o que lhe deu tanto gosto a preparar, algo de si que oferece aos outros.
Por isso é muito bom termos o Roque Lino connosco. Vem partilhar a sua poesia, algo que para mim é das coisas mais íntimas que há. 
Apelo à participação dos que visitarem este blogue: vamos todos estar presentes!
E nesse gesto nos assumimos como comunidade.

José Teodoro Prata

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Festas de Verão

Mais uma vez se vão realizar as tradicionais e centenárias festas em honra do Santíssimo Sacramento, Senhor Santo Cristo, e Senhora do Carmo; vulgo festas de verão, este ano de 4 a 8 de agosto.

Santíssimo Sacramento: Jesus, na última ceia tomando o pão e o vinho abençoou-os, voltando-se para os seus discípulos disse:- Tomai; comei este pão que é o meu corpo, bebei este vinho que é o meu sangue.
Os Vicentinos ao realizarem a festa em honra do Santíssimo recordam este episódio que antecedeu a crucificação.
Senhor Santo Cristo: Deus feito Homem que se sacrificou por nós, morrendo pregado numa Cruz. Senhor, a quem os Vicentinos recorrem nas horas menos boas da vida. Certa vez o povo aflito a braços com uma praga de gafanhotos suplicou-Lhe que os livrasse de tamanha calamidade, os gafanhotos, à medida que tocavam as paredes da igreja da Misericórdia caiam fulminados.
Senhora do Carmo: Com as cruzadas, muitos cristãos fixaram-se na Terra Santa, alguns foram viver como eremitas para o belo monte Carmelo, começaram a levar uma vida de pobreza, simples e contemplativa.
Sob a protecção da Virgem Maria, a quem atribuíram o título de Senhora do Carmo, construíram uma capela, aos poucos foram-se disseminando pelo mundo.
Passaram muitas dificuldades. Certo dia o monge, responsável pela Ordem, tem uma visão. Vê a Virgem Maria que lhe entrega o escapulário dizendo-lhe: Quem o usar terá a minha protecção.
Ao longo dos séculos, santos, santas, papas, reis, povo, têm-no usado.
É uma armadura protectora, o escapulário. Quem o usar está revestido com o manto de Nossa Senhora. - dizia Santa Teresa de Ávila.
Pode ser substituído por uma medalha.

Como não havia quem fizesse as Festas, um bom Vicentino a viver há muitas décadas em terras gaulesas, João Maria Rodrigues Craveiro (João passaraço), juntamente com um punhado de corajosos, arregaçaram as mangas…
Para que nunca mais se criem impasses como tem sucedido amiudadas vezes nestes últimos anos, está a ser criada uma Associação.
Esta Associação passará a realizar festas e eventos de interesse colectivo e comunitário na Vila, sempre em estreita colaboração com as autoridades civis e religiosas da freguesia.
Outro objectivo da novel Associação visa a preservação do património, seja material ou imaterial: contos, lendas, tradições, histórias… que o tempo vai apagando da nossa memória colectiva.
Deixamos o convite a todos os Vicentinos, para que adiram à Associação, tornando-se sócios, para que o Senhor Santo Cristo continue a ser um farol de fé e devoção…

Comissão de Festas:
João Maria Rodrigues Craveiro
João Filipe Tavares Goulão
Maria Joana Trindade dos Santos
Clara Maria Santos Matos Rodrigues
João Fernandes
José Manuel dos Santos
Luís Caio
Jaime Gama
Pedro Matias Duarte
Fátima Gama
Teresa Inácio
Luís Moreira Fernandes
Ricardo Oliveira
Raquel Inácio
José Moreira Fernandes
Daniel Alexandre dos Santos Fernandes
Maria Teresa Trindade dos Santos Fernandes

Porque a união, faz a força!                                                       


J.M.S