segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

A Torre de Centocelas



Quem vai da Covilhã para a Guarda pela EN 18, pouco depois de passar o cruzamento de Belmonte, encontra a indicação para este extraordinário e enigmático monumento, rodeado por vestígios do que seriam casas de habitação.
O mistério que envolveu esta construção deu origem a uma lenda que conta que havia ali um rei mouro que tinha uma filha por quem se tinham apaixonado dois bravos homens. Para testar o verdadeiro interesse e força dos pretendentes, o rei mandou que um deles construísse uma torre com tantas janelas quantos os dias do anos; ao outro que fizesse um encanamento com água vinda da Guarda. O primeiro a acabar teria a bênção do rei para casar com a princesa. Dizem que foi o que construiu o castelo que terminou a obra mais cedo; por sorte também aquele de quem a princesa gostava mais…
Se atualmente não haverá muitas dúvidas quanto à origem e data aproximada de construção deste monumento, colocam-se ainda várias hipóteses quanto à sua função inicial e à que teve depois ao longo do tempo: palácio, prisão (teria 100 celas e daí a origem do nome), estalagem (passava por ali a estrada romana que ligava Mérida a Braga e seria habitual construir este tipo de edifícios ao longo do caminho), fortaleza, etc.
Neste link https://pt.wikipedia.org/wiki/Torre_de_Centocelas há mais informação sobre aquele lugar, mas o melhor é ir até lá. À volta de Belmonte existem muitos locais de grande e variado interesse que, por mais que os visitemos, continuam a surpreender-nos.

M. L. Ferreira

domingo, 30 de dezembro de 2018

O regresso dos corvos


Os fogos não trouxeram só a devastação do momento e a consequente praga de eucaliptos e mimoseiras de que aqui já falámos. Não foram só coisas más. 
Sempre me lembro de haver corvos no Carvalhal Redondo, na orla do pinhal do Cabeço do Pisco. Mas eles partiram pouco tempo antes do recente incêndio, quando a vegetação tapou por completo os espaços abertos. A última vez que os vira eram seis belos exemplares.
O fogo limpou tudo e ei-los de volta. Agora são só quatro, mas enriquecem igualmente a paisagem. Por quanto tempo?

José Teodoro Prata

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Epifania


Na Índia o rei Gaspar
viu uma estrela fulgente,
esplendorosa, diferente
não parava de brilhar

Mas que astro tão brilhante!
Indagou o rei da Pérsia Melchior
luminoso, interessante
diferente dos outros, maior

Na Arábia o rei Baltazar
o mesmo fenómeno presenciou,
seu camelo montou
seguiu a estrela que parecia andar

Quando chegaram a Jerusalém
rei Herodes visitaram
no seu palácio entraram…
Quero adorar o Menino também

 Na cidade de Belém,
  Deus Menino adoraram
ouro, incenso e mirra ofertaram,
entregaram os presentes à sua mãe

No regresso, ouviram uma voz que dizia
no palácio não entreis.
Obedeceram os três reis
e seguiram outra via

O tetrarca enraivecido
mandou os meninos matar,
soldados procuravam em todo lugar
na esperança de eliminarem o Ungido

Na cidade de Nazaré
um vizinho curioso.
Que Menino tão formoso;
filho de Maria e José

Zé da Villa

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Um livro aberto


A NATUREZA

Tanto tem para nos dar
Formigas em carreiros
Gafanhotos a saltar
Lindas joaninhas
Borboletas a voar

Tantos quantos passarinhos
Com os seus lindos cantares
Num concerto sem parar
Desde o nascer do sol
Até a lua chegar

Flores a cantar
Por vezes riem por vezes choram
Quando os jardineiros demoram
Demoram para as regar
Mas assim que eles chegam
Vestem de novo suas cores
E ficam de encantar

Na primavera me encanto
Pelas serras pelo campo
Tantas flores multicolores
Passarinhos a cantar
Cheios de afetos e amor

Natureza livro aberto
Onde todos podem ler
Tudo está descoberto
Todos podemos aprender

Maria Ascensão Candeias dos Santos

Adelino Costa