quarta-feira, 16 de julho de 2025

Poesia Simples

 

Domingo de Festas, dia 3 de agosto, a nossa comunidade vicentina vai homenagear um dos nossos poetas populares, José Augusto Alves. Ou melhor, vamos conhecer as homenagens que ele nos deixou, narrando acontecimentos e falando de nós em versos rimados.

A sua poesia é um retrato de São Vicente da Beira, nas décadas de 1970 e 80. Um retrato cheio de autenticidade e despojado de paternalismos.

Encontramo-nos na Igreja da Misericórdia, às 15:30h. A edição é da Santa Casa da Misericórdia. Não deixem acabar as Festas de Verão sem terem a Poesia Simples deste filho da ti Rita e do ti Augusto. O preço é acessível, só para os custos da impressão.

José Teodoro Prata

domingo, 13 de julho de 2025

O Mártir São Vicente

 

Pintura de Nuno Gonçalves, séc. V, Museu Nacional de Arte Antiga

Vicente de Saragoça foi um diácono cristão que sofreu o martírio pelos romanos, em Valência, no ano de 304. A sua recusa em abdicar da sua fé cristã tornou-se um exemplo para os outros cristãos. Foi e é venerado como santo, culto que se prolongou pelos períodos visigótico e árabe e após a Reconquista Cristã. Entre as muitas localidades e igrejas portuguesas de que é orago, contam-se a Diocese do Algarve e o Patriarcado de Lisboa, em cuja Sé se encontram as suas principais relíquias.

Os muçulmanos deixaram-nos notícias do seu culto, em texto reproduzido no livro “Portugal na Espanha Árabe” de António Borges Coelho.

“E quando [Abderramão] entrou em Valência [780], tinham aí os cristãos que aí moravam o corpo de um homem que havia nome Vicente; e oravam-no como se fosse Deus. E os que tinham aquele corpo faziam crer a outra gente que fazia ver os cegos e falar os mudos e andar os cepos. E quando os cristãos viram Abderramão, houveram medo dele e fugiram com ele. E disse Abulfacem, um cavaleiro natural de Fez, que andava com sua companha a monte [pirataria] na ribeira do mar: que achara, em cabo da serra que vem por mar sobre o Algarve e entra em aquele mar de Lisboa [cabo de São Vicente], o corpo daquele homem com aqueles que fugiram de Valência com ele, e que fizeram aí casas em que moravam. E que ele matara os homens e deixara aí os ossos do homem […].”

D. Afonso Henriques teve conhecimento destes factos e ordenou que trouxessem, secretamente, os ossos do santo para Lisboa, recém-conquistada.

José Teodoro Prata

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Mimoseiras infestantes

 

O único método de acabar definitivamente com a infestação das mimoseiras é este: tirar a casca totalmente, numa área aproximada de dois palmos, a contar da terra. Não podem ficar restos de casca rente à terra, caso contrário a planta pode rebentar por aí. Em todo o caso, convém verificar se há alguns rebentos, meses depois de tirar a casca. Este trabalho deve ser realizado com luvas, pois a seiva das árvores deixa as mãos tão negras que até com lixívia pura são difíceis de lavar.

O corte das plantas não pode ser opção, pois do chão brotam imediatamente inúmeras plantas das raízes de cada mimoseira cortada.

É o único método eficiente e também o único ecológico, pois os pesticidas com base no glifosato, da empresa Monsanto, são altamente cancerígenos, de tal forma que a empresa que detém a sua patente está a pensar em deixar de o produzir, pois tem, nos Estados Unidos, centenas de milhares de processos judiciais contra ela (são mesmo centenas de milhares!) e os lucros da sua venda não compensam as indemnizações que tem de pagar pelas doenças que tem provocado. Por outro lado, as raízes das mimoseiras rebentam em novas plantas, um ou dois anos depois.

Notas:

- O que acima escrevi resulta da minha experiência pessoal.

- O glifosato foi criado pela alemã Bayer, que vendeu a sua patente à americana Monsanto; por ser um produto alemão é que a União Europeia nunca proibiu o glifosato, apenas restringindo o seu uso há pouco tempo.

José Teodoro Prata

terça-feira, 8 de julho de 2025

Sardão à rasca

 

Este lindo juvenil da espécie dos sardões foi ao lavatório da minha casa de banho, no Ribeiro Dom Bento, e ficou lá, porque não tem ventosas como a sua prima osga.

Empurrei-o com um pau, mas saltou demasiado e caiu na sanita. Puxei-o pelo rabo, mas deixou-me a ponta na mão e foi à vida (subterrânea).

Tantas queixas que os seres vivos terão de nós, humanos!

José Teodoro Prata

Festas de Verão, 2025

Cortei os patrocínios, para se conseguir ler, mas continua difícil, pois são muitos dias de festa e consequentemente a letra tem se ser pequena.

José Teodoro Prata

sexta-feira, 4 de julho de 2025

Cuidar de nós

 
Hoje, desde o raiar do dia até o sol abrasar, a passarada do Ribeiro Dom Bento ofereceu-me um maravilhoso concerto. A certa altura passei por esta amendoeira, uma das poucas que ganhou frutos após uma época de floração excessivamente chuvosa. Fiquei chocado, indignado com os pássaros frugívoros. Mas depois ri-me de mim próprio. Querias concerto de graça?!

José Teodoro Prata

terça-feira, 1 de julho de 2025

Quinteiro, de quinto, originou quinta?

 No livro “Portugal na Espanha Árabe”, de António Borges Coelho, na “II Parte – História do Andaluz, no subcapítulo “Partilha da terra entre os conquistadores” informa Ibne Mozaine de Silves:

«Conquistada Espanha, Muça […] dividiu o território da península entre os militares que vieram à conquista, da mesma maneira que distribuíra entre os mesmos os cativos e demais bens móveis colhidos como presa. Então deduziu o quinto das terras e dos campos cultivados […]. Dos cativos escolheu cem mil dos melhores e mais jovens e mandou-os ao emir dos crentes […], mas deixou os outros cativos que estavam no quinto, especialmente camponeses e meninos adscritos às terras do quinto, a fim de que o cultivassem e dessem o terço dos seus produtos ao Tesouro Público. Eram estes a gente das planícies e chamou-se-lhes quinteiros e a seus filhos, os filhos dos quinteiros.»

José Teodoro Prata