domingo, 30 de novembro de 2014

Restauração da Independência

Amanhã, dia 1 de dezembro, o núcleo vicentino da AHP vai comemorar a Restauração da Independência de Portugal, partir das 15.30 horas, com atividades dos Escoteiros e dos alunos da Escola, apoiadas pela Junta de Freguesia.

João Benevides Prata


PORTUGAL

Ó Portugal, Portugal
Meu berço, meu lar Natal
Ó Portugal, Portugal
Terra dos meus progenitores
Ó Portugal, Portugal
Terra de sol, mar e sal
Ó Portugal, Portugal
Terra madrasta, mas não faz mal
Portugal…
Não tens culpa, nasceste assim
Mas Portugal para mim
Não és mau ou ruim
És a minha Terra, o meu berço
Terra onde se reza o terço
Terra de Santa Maria
Com ermidas caiadas de branco
No alto dos morros penhascosos
Mas que são verdejantes e formosos
Terra de romarias
Onde se canta tanta cantoria
Cântico tão nosso, popular
Bombos, pífaros, pandeiros
É Portugal nosso lar
Estevas, pedras, giestais
Morros, charnecas, sei lá que mais
É o meu solar, Portugal
Ai de quem te faça mal
Meu Portugal, meu berço
Terra da Senhora do Terço
Esteja onde estiver
No mar, no ar, ou noutro local
A minha Terra é Portugal
Terra monumental
Foste lusitana e romana
Árabe e castelhana
Mas tinhas que ser Portugal
Não és rico, mas não faz mal
Tua riqueza está nas nossas mãos
No teu povo forte e valente
Ai de quem se mete com a gente
Leva com a pá…
E mete-se no fogo ardente
És Portugal modesto, mas rijo
Unido, és vencedor
Unido, és criador
Unido, és valente
És rijo como o granito
Moreno e trigueiro
No mundo foste o primeiro
A conhecer o estrangeiro
Sulcaste o mar navegando
Novas terras conquistando
Com outros povos te foste relacionando
E com eles te mesclando
E tua língua ensinando
Por lá ficaste morando
À sombra de Portugal
Novas terras desbravando
Outros frutos e sementes cultivando
Com outras religiões te foste misturando
Novas culturas e saberes foste adquirindo
Mas no fundo do teu coração
Portugal que um dia deixaste
Sempre foi por ti lembrado
E de vez em quando uma lágrima furtiva
Escorre-te cara abaixo, é a recordação
Das filhoses, das festas e folguedos
Da tua terra Natal
Do teu lar, do teu Portugal.
E a lágrima furtiva, salgada
São as saudades
Da água fresquinha da fonte
Do sino a tocar as trindades
Das ovelhas que passam
Balindo e chocalhando
Dos velhinhos que na praça estão descansando
E das mães que na igreja estão orando
Por todos aqueles que partiram
Para longes terras tratar da vidinha
São tantas as saudades
Dos que deixaram a casinha
Hoje cai uma telha, amanhã outra
No outro dia é a porta que se abre
Depois é um caibro que apodrece
De seguida outro e outro
E a água entra na sonave
A pouco e pouco a madeira amolece
E um dia o que outrora foi um lindo lar
Está transformado num montão de ruínas
Os donos partiram para o outro lado do mar
E à noite nas esquinas
Vejo fantasmas a passar
Dos que partiram para o outro lado do mar
E as casas cheias de vida outrora
Poderão ser um dia ou não
Locais de peregrinação
Até que algum cidadão
Tenha dó daquele montão de escombros
E resolva deitar-lhe a mão
Fazendo uma nova reconstrução
E os que partiram para o outro lado do mar
Só ficam com a recordação
Mas a saudade da sua Terra Natal
É e sempre será PORTUGAL.

Zé da Villa

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá amigos.
Só ontem vi o vosso debate sobre as ordens religiosas (questão levantada pelo Ernesto). Mas não pude responder.
Respondo hoje. E já que o tema é o "1º. de Dezembro", posso dizer que o utilitarismo de que fala o ZT, tanto acaba com os feriados políticos (o dito "1º. de Dezembro" e o "5 de Outubro"), como com os feriados religiosos ("Todos os Santos" e "Dia da Senhora da Conceição").
Para o utilitarismo não conta o ser, mas apenas a sua ação útil. Daí o economicismo dos Estados neoliberais (mas não só). Adiante.
Como acho que a religiosidade é própria do homem, concordo com o meu primo Chico quando diz que ela hoje continua a manifestar-se. As formas é que são outras.
Pelo que sei, as ordens religiosas (monásticas) eram integradas por pessoas (frades e freiras) que viviam nos mosteiros em contemplação permanente a Deus, tendo como exemplo e praticando a doutrina de Jesus Cristo. Por isso não casavam. E trabalhavam nas (ricas) terras conventuais, na medida dos proventos necessários à sua subsistência. Tinham regras próprias, mas distinguiam-se entre si: Franciscanos, Beneditinos, Cistercienses, etc. Daí o nome que se lhes dava de "clero regular". Diferente era o "clero secular" que difundia a doutrina junto do povo (por exemplo, os padres).
Mas temos aqui uma questão fundamental para perceber este fenómeno. É a seguinte: os monges e monjas que habitavam os mosteiros faziam um corte no tempo. Quer dizer, ao professar num convento, o noviço ou a noviça, deixavam de existir para "o século" que é o tempo dos factos e da história dos homens. Pretendiam comungar (mesmo ainda em vida) da Eternidade (que é um conceito que exclui o tempo histórico), ficando apenas na companhia de Deus que, por definição, é Eterno.
No que respeita concretamente à Ordem Terceira de S. Francisco, fiz durante muito tempo, uma pergunta: porquê, “Terceira”?
Explicação: “Terceira” porque já havia duas. Uma de monges outra de monjas regulares. Mas os leigos (seculares) também queriam imitar a vida dos monges. Todavia não podiam abandonar as suas mulheres e filhos. Assim nasceu a Ordem Terceira de S. Francisco de Assis. Oravam e praticavam o bem e a caridade, como os regulares, mas organizando-se numa espécie de “associação”.
As Ordens Religiosas (militares) eram também formadas por leigos que tinham por missão a ocupação e a defesa das terras conquistadas ao infiel.
O Zé da Villa é um patriota! É assim mesmo, ó Zé!
Abraços.
ZB

Anônimo disse...

Com a extinção das ordens religiosas os comissários ou melhor, os confessores que até essa data vinham ordinariamente do convento da Covilhã, a partir dessa altura passou para os sacerdotes paroquiais essa função. Passaram eles a ser os assistentes espirituais da ordem terceira.
O cargo de ministro é exercido por um irmão leigo, (a terceira ordem é constituida por pessoas laicas.
O primeiro irmão a exercer o cargo de ministro foi o senhor João José Ramalho pai do padre Tomaz...
Em 1921 o padre Tomaz foi nomeado comissário (assistente espiritual), depois foi o padre Branco, actualmente é o padre José Manuel.
A função do ministro(a)é uma e a do assistente espiritual é outra.
Quando as ordens religiosas foram extintas(intereses) os seus bens foram nacionalizados, o regente D.Pedro coadjuvado pelo seu ministro António Augusto Aguiar o "mata frades" terão agido desta maneira porque a grande maioria dos frades eram partidarios do irmão D. Miguel (instituições inuteis afirmavam), havia muitos interesses tanto públicos como privados.
A O.F.S é um porto seguro, é um caminho sempre actual, principalmente neste mundo consumista, materialista, individualista em que a sociedade está mergulhada.
Um franciscano não é um "beato"
É a única congregassão que junta em Assis religiões e seitas de toda a terra.
Seguir as pisadas de São Francisco(a seguir ao apóstolo Paulo, terá sido ele o maior difusor das escrituras)é amar a natureza, a ecologia, é perdoar, amar o próximo...
ORAÇâo DE SÃO FRANCISCO
Senhor
Fazei de mim um instrumento da Vossa paz
Onde houver ódio, que eu leve o Amor
Onde houver ofensa, que eu leve o Perdão
Onde houver discórdia, que eu leve a União
Onde houver dúvida, que eu leve a Fé
Onde houver erro, que eu leve a Verdade
Onde houver desespero, que eu leve a Esperança
Onde houver tristeza, que eu leve a Alegria
Onde houver trevas, que eu leve a Luz

Senhor
Fazei que eu procute mais
Consolar que ser consolado
Compreender que ser compreendido
Amar do que ser amado

Pois é dando que se recebe
E perdoando que se é perdoado
E é morrendo que se ressucita
para a vida eterna
P.S- Na nossa vila se não existisse a ordem terceira, o rico património que a capela guarda certamente já teria desaparecido, o destino da capela se calhar teria sido igual às desaparecidas capelas de São Domingos e Santo André.
Quem lá entra gosta do que vê.
J.M.S