segunda-feira, 30 de junho de 2014

Andorinhas

Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades, como diz Camões aqui lembrado  pelo Zé da Villa. E, pelos vistos, nem as andorinhas escapam a este desejo de mudança.

Este ano, em vez de fazerem o ninho no sítio habitual, resolveram montar casa em cima dum aparelho anti-insetos dependurado no teto da varanda.

Estive várias vezes para o esbarrondar, mas fui deixando… Nasceram estes três belos exemplares que, sempre de bico aberto, deram uma trabalheira aos pais e a mim. Mas valeu a pena!


Há tempos encontrei esta “poesia”. Pode não ter grande qualidade literária, mas talvez nos ajude a perceber a origem da crença que temos, desde há muito tempo, de que tirar um ninho de andorinhas é pecado:

Lenda das Andorinhas

Conta a lenda que, quando no Calvário
Jesus Cristo na cruz agonizava
Perante a turba vil que o apodava
De louco, charlatão e visionário,

Em face desse povo sanguinário
Que na hora da morte o insultava
Cristo sentiu que alguém o afagava,
Dando-se então um caso extraordinário:

Voou uma andorinha sobre a cruz
E da sagrada fronte de Jesus
Arrancou os espinhos docemente…

E Deus soube sentir tanto carinho!
Por isso onde a andorinha faz o ninho,
Paira a bênção de Deus constantemente.

                                                                               Laura Chaves

M. L. Ferreira

domingo, 29 de junho de 2014

PORTUGAL

Reconquista

José Teodoro Prata

Camões

Maior que a terra onde nasceste
Camões de vistas largas
Choraste lágrimas amargas
Incompreendido enquanto viveste
Os invejosos não descansaram
Enquanto não te desterraram
Foste um lutador incompreendido
Andaste por muitos locais, lados
Teus lusíadas ainda foram publicados
Contigo vivo, ainda foste reconhecido
Nasceste em Portugal
Onde? Não sei
Como já afirmei
Não sabemos o local
Tem sido feita de imaginação
A tua obra tem sido revestida
De encontros, desencontros, é a vida
Viveste a vida com muita paixão
Foste um homem extraordinário
Tua fama só depois da morte chegou
Foste um poeta que muito amou
Mas tiveste um mau fadário
Nunca foste rico, nobre
Eras um homem letrado
Apesar de não seres formado,

Foste sempre um cidadão pobre

Vê lá tu como são os poderosos
Sempre a vida te tramaram
Mas depois teus escritos usaram
Para se tornarem famosos
Foste um pobre soldado
Pela tua Pátria lutaste
Pela África e Ásia andaste
Sempre, sempre endividado
Foste um grande conquistador
De corações das damas nobres
Apesar de teres poucos cobres
Eras invejado, seu galanteador
Por isso foste desterrado
Primeiro para a vila de Belver
Depois Ceuta onde foste combater
Já eras então um homem marcado
Foste um poeta experimentado
Não foste um poeta qualquer
Dinamene era uma bela mulher
No teu tempo foste um poeta odiado
Alma minha que me deixaste
No meio do mar naufragada
Meu amor, minha amada
Porque me abandonaste
A obra que te deu a imortalidade
Conseguiste mesmo molhada salvar
Ao rei a pudeste declamar
É sempre nova, não tem idade
Príncipe dos poetas degredado
Morreste na mais vil e triste pobreza
Deixaste-nos os lusíadas, uma beleza
Numa vala comum foste enterrado
Ao longo dos séculos tens influenciado
Com a tua prosa, teu estilo prosador
Muitos poetas, grande senhor
És o nosso poeta mais amado
Pelos Lusíadas Camões, OBRIGADO
São uma mensagem de esperança
Ao povo Luso transmitem confiança
Por todos os povos lusófonos és exaltado

Zé da Villa

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Javali

José Teodoro Prata

quinta-feira, 26 de junho de 2014

A nossa Feira no imprensa.


Ver vídeo em reconquista.pt

José Teodoro Prata

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Jogos tradicionais na Feira

O JOGO DOS PREGOS


Material: Um cepo de madeira
                Pregos
                Martelo

Objectivo: Não ser o último a espetar completamente o prego
Penalização: Pagar uma rodada (vinho, cerveja…) a todos os jogadores

Espetam-se os pregos (um por cada jogador) superficialmente no cepo. Cada jogador, na sua vez, dá uma martelada no respetivo prego. Quem for o último a conseguir espetar completamente o prego, perde e paga a rodada.

M. L. Ferreira

Nota: Este jogo teve muitos participantes e despertou a curiosidade até das crianças. Talvez fosse interessante que, em próximas edições desta feira, se organizasse um espaço para a divulgação dos jogos que aprendemos com os nossos pais e avós…

segunda-feira, 23 de junho de 2014

O passeio da Feira




José Teodoro Prata

Comentário:

Foi a terceira vez que participei nestes passeios (tenho pena de não ter participado nos outros, principalmente naquele em que subiram ao cimo da serra, mas espero que um ano destes se repita…). Para além das muitas coisas que fiquei a saber sobre a história da nossa terra, cada um deles tem sido uma viagem no tempo e um reavivar de memórias da infância e juventude.
Do primeiro lembro sobretudo a passagem pelo Pelome. Trouxeram-me à memória as aflições da minha mãe quando dava conta da bolsa dos livros do meu irmão ao fundo da escada e percebia que, em vez de ter ido para a escola, teria ido nadar para a Ribeira. Lá ia ela, quelha abaixo, à procura dele! Uma vez, já desesperada, ainda lhe trouxe a roupa e ele teve que voltar encarrapato para casa…
Do segundo, à passagem pelas vinhas do poço, lembrei-me do meu primeiro trabalho remunerado. Foi durante umas férias, a vindimar. A injustiça que senti quando, na hora de recebermos, me pagaram metade do que deram às outras mulheres. Achei que não era justo porque, apesar de inexperiente, nunca tinha ficado para trás das outras.
No domingo, seguindo o curso das águas, passámos por sítios lindíssimos! Alguns, qual Gerês, qual Buçaco!... Mas foi ao passar pelo tanque da regadia, no Cimo de Vila, que me senti a recuar no tempo. Acho que era de lá que saía a água que vinha pela valeta da rua do Convento abaixo, seguia depois pela rua da Igreja e se sumia num boeiro na rua Velha, ao fundo da Nicolau Veloso. Era uma alegria quando, nas tardes de verão, víamos a água começar a correr lá de cima! De saias e calças aforradas e pés descalços, andávamos rua acima, rua abaixo, a chapinhar na água. De que é que nos importava que nos dissessem que as mulheres do Cimo de Vila despejavam lá os penicos?!
Trabalho notável, o do José Teodoro que nos proporciona estas viagens no tempo!

M. L. Ferreira

domingo, 22 de junho de 2014