domingo, 23 de agosto de 2015

Em férias



Agosto, festas do Senhor Santo Cristo, férias...
Não resisto em publicar estes versos que o falecido Joaquim Inês, da Oriana, me deu, da autoria de um senhor que aqui passou férias, em 1925.

Fadinho de S. Vicente
Na praia de S. Vicente
Junto ao mar do Engarnal
Passei um mês menos mal
Com moscas e boa gente
Os armazéns do Viriato
Que ficam junto da Praça
Vendem selos e linhaça
Purgas e bicarbonato.
De registar já está farto
Os filhos de tanta gente
E o Aurélio que fica em frente
Que é gordinho e que é brejeiro
Tem fama que é o primeiro
Na praia de S. Vicente
Entre a alta sociedade
Dos Robles, Neves e Pereira
Há um Doutor Oliveira
Para qualquer enfermidade
E eu digo aqui com verdade
Um caso de sensação
Foi dado pelo capitão
Ao artístico Casal
Terreno para habitação
Dos trigos feita a malhada
Belezas das cercanias
Com festas e romarias
À Senhora da Orada
E afirmo aqui sem mais nada
Àqueles que visitei
Não julguem que me rirei
Desta terra sem igual
Comi, bebi e pintei
Passei um mês menos mal.
Tem casas brancas aos centos
Doutores até aos pares
Cunhas grandes de Linhares
Capitães bons...Há conventos
As mulheres dão bons rebentos
O cedro já não tem rama
Tudo goza grande fama
Nesta terrinha inocente
E pelo Lemos tudo chama
Com moscas e boa gente
Mário Soares, 30 Julho 1925
J.M.S

sábado, 22 de agosto de 2015

Na Gardunha



As ameixeiras não se dão bem na serra, por causa do frio (já arranquei várias e tenho uma em espera). Mas esta variedade é uma das raras exceções. Aguenta o frio e a humidade e é muito produtiva, como se pode ver pelas imagens.

José Teodoro Prata

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Um novo dia

Nascer do sol, no Valouro, a 21 de agosto.

José Teodoro Prata

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Santo António



Nasceste na cidade de Lisboa                                                          
Teu pai Martinho era um cavaleiro
Junto à sé onde foste educado                                                       
Tua mãe Maria, também era nobre
Onde também foste baptizado                                                       
Sua família não era rica, nem pobre
Brincaste, cresceste boa pessoa                                                     
Mas, tinham algum poder e dinheiro

Com Vinte e cinco anos era sacerdote                                          
Fernando ficou faxinado com os ditosos
Em Coimbra, estava em Santa Cruz                                                
Iam anunciar o evangelho aos pagãos
Na urbe, franciscanos conheceu, fez-se luz                                 
Para se tornarem fiéis e bons cristãos
Alguns iam para Marrocos, que sorte                                            
Podiam morrer, mas eram corajosos

Em 1220 deixou o mosteiro coimbrão                                           
Tal com Francisco, António caiu doente
Para seguir a ordem do pobre de Assis                                         
Teve que renunciar ao seu ideal de missão
Foi certamente Deus quem assim quis                                          
Foi parar a Itália onde pregou muito sermão
Partiu para Marrocos com o evangelho na mão                         
Onze anos a anunciar Cristo intensamente
                                                    
Poverello pediu-lhe que ensinasse teologia aos irmãos
Assim, aprofundou o conhecimento da escritura                                        
Transmitindo através de palavras cheias de doçura
 Os valores do evangelho a todos os cidadãos

Foi monge agostiniano                                                                            
Pregador itinerante, deixaste a solidão
Aprofundou a teologia                                                                           
Aos cátaros era preciso pregar
Faltava-lhe algo que lhe desse alegria                                             
Fazia pregação popular
Abraçou o ideal franciscano                                                                  
Ei-lo em Bolonha, Bourges, pregando, dando lição

Limoges, Vercelli, Roma e outras localidades                                 
A doença que lhe causava tanta dor                                   
Um dia nos arredores de Pádua                                                          
Esgotava-o vertiginosamente
Debaixo de uma nogueira uma cela construiu                              
Em Pádua morre de repente
Ai aprofundou mais e mais as santas verdades                            
Aos 36 anos entregou a alma ao Criador
                                                              
Por onde quer que vamos lá está uma imagem do santo
António português e paduano, do mundo
Tuas palavras e teus milagres são húmus fecundo
Cobre-nos a todos com o teu santo manto
                                                                              
Ó meu rico Santo António
Meu  santinho taumaturgo
Afasta de mim o demónio
Afasta o demiurgo

J.M.S
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