terça-feira, 6 de outubro de 2015

Os TEODOROs da Partida

No ano passado, tive um alunos descendente deste Teodoro Dias, das Rochas de Cima, casado na Partida, cujos filhos e netos já aqui apareceram nos assentos de batismo, casamento e óbito que temos vindo a publicar.
Mas eu só soube depois de acabar o ano. Foi meu aluno durante dois anos, mas boca calada, para que eu não descobrisse. Eu devia ter desconfiado daqueles caracóis tão loiros...
A ele dedico este registo do seu antepassado Teodoro, dele e de todos os Teodoro da Partida.


Theodoro Dias, filho de Antonio Rodrigues e Inocencia Fernandes, das Rochas de Cima, casou com Izábel Leytoa, filha de Lourenco Leytam, natural da Partida, e Mariana Jorge, de Martim Branco (o casal vivia na Partida, pelo que Isabel Leitoa era natural da Partida).
O casamento realizou-se, no dia 3 de abril de 1769, na Igreja Matriz de São Vicente da Beira.

Nota: Enviarei este ou outros ficheiros a quem mo solicitar.

José Teodoro Prata

domingo, 4 de outubro de 2015

Legislativas, 2015


O costume: quem ganha em São Vicente da Beira, ganha a nível nacional.

Resultados:

PÀF - 40,06% (nacional: 36,83%)

PS - 39,33% (nacional: 32,38%)

BE - 7,75% (nacional: 10,22%)

PCP-PEV - 3,95% (nacional: 8,27%)

PCTP/MRPP - 1,32% (nacional: 1,11%)

Ouros partidos: resultados pouco significativos

Inscritos: 1250 eleitores
Votantes: 684 eleitores
Abstenção: 45,28%

José Teodoro Prata

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Migrações

Multicultura, diferença
Cada povo com seu uso
Seja judeu, árabe ou luso
Respeite-se sua crença

Alá; Deus, nosso Redentor
São um e o mesmo Senhor
Nenhum é o melhor
São o mesmo Criador

Para que perdure a paz
Nosso irmão devemos respeitar
Compreende-lo e colaborar
Não estragar o que ele faz

A riqueza está na diferença
Vendo no nosso semelhante um irmão
Para que a dificuldade se vença
Penso ser esta a solução

A paz tem que vencer a guerra,
Luta pela paz, sê tolerante
O mundo será mais interessante
Unamo-nos povos de toda a terra

Paz, concórdia e pão
Que não falte nunca à refeição
Todos tenham habitação
Tenhamos fé...irmão

Possa haver entre todos amizade
Respeitem-se as diferenças
Respeitem-se todas as crenças
Só assim haverá liberdade

Zé da Villa

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Ainda os Cunha Pignatelli


Em São Vicente da Beira, antes dos Cunha Pignatelli era Simões, Lopes Guerra, Garcia , Feio e Carvalho.
Acima, temos o assento de casamento dos pais de Dona Benedita, a rapariga que casou com o Cunha Pignatelli da Guarda, cujo assento de casamento publiquei há dias.
O pai de Dona Benedita chamava-se Cláudio António Simões, filho de Manuel Lopes Guerra (Rua Manuel Lopes) e a mãe Mariana Garcia. Herdou Simões do tio Manuel Simões (Rua Manuel Simões) e também a casa.
Penso que Manuel Lopes Guerra viveria na casa com janela manuelina e Manuel Simões  na casa com balcão (varanda).
A mãe de Dona Benedita chamava-se Domna Rita Teresa Feio de Carvalho e era filha de Manuel Rodrigues Feio e Feliciana Teresa de Carvalho.
O casamento ocorreu a 14 de maio de 1769, na Igreja Matriz de São Vicente da Beira.

José Teodoro Prata

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Prisioneiros para Castela

Os irmãos José Duarte Ribeiro e João Duarte Ribeiro requereram, em 1755, ao bispo da Guarda, autorização para fazer, no seu Casal da Serra, uma capela devotada a São João Baptista. A obra já estava concluída em 1760, fiscalizada pelo Padre João Antunes, também casaleiro, mas capelão de São Tiago.
Em 1762, os castelhanos invadiram Portugal, no contexto da Guerra dos Sete Anos. Em São Vicente da Beira, destruíram parcialmente a povoação, incendiaram a câmara municipal, mataram dois homens (um da Vila e outro do Sobral do Campo) e levaram consigo o Pe. João Antunes, talvez para evitarem ataques na sua retaguarda. Sei que na Póvoa de Rio de Moinhos praticaram os mesmos atos e levaram consigo oito homens, alguns dos mais importantes da vila.
Até aqui, tudo velho, pois já divulguei estas informações neste blogue e em várias publicações escritas. Mas hoje encontrei mais elementos.
Num assento de casamento de 17 de julho de 1769, informa-se, no final, que «…os pais dos ditos contrahentes ambos foram prisioneiors para Castella…».
Os pais chamavam-se Manoel Gomes Clamam(Manuel Gomes Clamão) e Joze da Fonsequa(José da Fonseca), ambos naturais de São Vicente da Beira.
Sabemos que o Pe. João Antunes não voltou e os prisioneiros da Póvoa também não. A mesma triste sorte terão tido estes, pois já estávamos em 1769 e a paz com Castela fora assinada logo em 1763.
Nota final: será que este Manoel Gomes foi o nosso primeiro Calmão? Ou o clérigo se enganou ao registar o apelido ou a alcunha era mesmo Clamão (de clamar, gritar) e o povo, no seu falar, foi mudando para Calmão.


José Teodoro Prata

domingo, 27 de setembro de 2015

Os avós

Papel dos avós
Eu só já conheci um avô, o avô materno João Hipólito, homem bondoso e bem- humorado, sapateiro e sacristão. Em contrapartida, ainda conheci ambas as avós durante bastante tempo. A avó paterna ou avó Zefa, viúva havia muitos anos, tratávamo-la por avó do casal, porque vivia no Casal da Fraga. Vinha bastante a nossa casa, porque gostava de falar com o meu pai e ia à horta que tinha junto da ribeira e perto de nós. Chegou quase a centenária.
Os avós da vila - o avô João e a avó Iria - moravam mais longe de nós, no Cimo de Vila e, por isso, vinham menos a nossa casa. Em contrapartida, íamos nós muito a casa deles, quando íamos à missa ao domingo e à escola durante a semana. Tratavam-nos muito bem e tinham sempre uns miminhos para nós.
Estes avós eram vizinhos de porta e amigos do Pe. Tomás da Conceição Ramalho, pároco, no uso local, vigário de São Vicente da Beira, de quem o avô João foi largos anos sacristão. Era na casa deles que mais se falava da hipótese de eu ir para o Seminário, quer dizer, para o Seminário do Fundão, onde tinha andado o meu tio Ernesto, único irmão homem vivo da minha mãe. Os tios Arnaldo e José, irmãos deles, que não cheguei a conhecer, tinham morrido novos embora já adultos, vítimas da pneumónica que, em São Vicente da Beira, fez inúmeras vítimas. Houve famílias que desapareceram inteiramente, vitimadas por essa doença.
(Capítulo II, Semana do meu pai)
(…)
Férias de verão de 1954; a despedida
As férias de verão de 1954 tiveram um cunho especial. Por um lado, foram as últimas antes da nossa partida para Roma, por outro, no meu caso, ficaram tristemente marcadas pela morte repentina do meu avô materno e padrinho de batismo João Hipólito, no início de setembro.
A triste notícia surpreendeu-me na sacristia da Igreja Matriz de São Vicente da Beira, quando me preparava para assistir à missa em que ele, anterior sacristão, também costumava participar.
Corri imediatamente para a casa dele e viu-o já agonizante: uma imagem que nunca mais me deixou. Já não fui à missa e corri depressa ao Casalito, a avisar os meus pais.
Passei o resto do dia em estado de choque e aconteceu-me uma coisa que ainda hoje mexe comigo: não consegui ir ao funeral do meu avô João Hipólito, de quem tanto gostava! Assisti sozinho, de longe, dum lugar donde se avistava o cemitério e se viam as pessoas lá dentro…
Poucos dias depois, despedi-me da terra, dos parentes e conhecidos e segui para Fátima, para o retiro da tomada de hábito.
(Capítulo V, Ida para o Seminário de Guimarães)

José Hipólito Jerónimo, O Zé do Casalito, Autobiografia, Missionários do Verbo Divino, Junho de 2014

José Teodoro Prata

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Casamento por procuração



Ocasionalmente, encontrei o assento de casamento de Lopo Joze de Sequeira, de Crestelo, Seia, com Dona Maria Izabel Esteves de Brito Mouzinho, de São Vicente da Beira.
O curioso é que casaram por procuração, ambos nomeando um homem para os representar.
Lopo Joze de Sequeira morreu muito jovem. Casou em 1768 e, no assento publicado ontem, de 1788, a sua esposa já era viúva.
Entretando, deleitem-se com a letra do Vigário Manuel Viegas de Castro...

José Teodoro Prata