domingo, 16 de novembro de 2025

Beira e Sophia

 
Estive ontem na manisfestação contra as centrais solares Beira e Sophia, em Castelo Branco. Muito pouca gente (metade da que esteve no Fundão, onde também eram muito menos do que deviam ser), eu que esperava um sobressalto cívico, pois está em causa a nossa sobrevivência.

O Ribeiro Dom Bento estava muito bem representado, com mais de metade dos moradores e proprietários não absentistas.

Não sou exemplo para ninguém, eu que raramente participo nestes eventos, e há muitas formas de participar, cada um manifesta-se como quer e pode. Por outro lado, da central Beira, a que mais vai afetar o nosso concelho, pouco se fala

Uma delas é assinar esta petição, nova, que me foi enviada ontem pela Manuel Catana, uma das técnicas do Geoparque NaturTejo: https://participacao.parlamento.pt/iniciatives/5569

José Teodoro Prata

terça-feira, 11 de novembro de 2025

Cinema na Câmara

 

A Ordem Franciscana Secular de São Vicente da Beira e a Biblioteca Popular Dr. Hipólito Raposo convidam toda a comunidade a participar nesta sessão de cinema, que se realiza no Salão Nobre da Junta de Freguesia.

Contamos com todos.

ML Ferreira

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Travessa dos Abraços

 

As ruas das terras grandes têm quase sempre nomes de gente importante. Gente de quem a maior parte dos que por lá passam mal ouviram falar. Não é assim nas aldeias, onde as ruas se chamam Rua da Fonte, Rua do Cemitério, Rua da Igreja, Rua do Lagar, Rua da Escola, Rua da Praça, Rua da Eira, etc… identificando, sobretudo, o lugar onde se situam equipamentos importantes para a terra ou alguma característica invulgar.

Esta Travessa dos Abraços, no Violeiro, são vinte passos mal medidos, em forma de Z mal acabado, onde um homem com um molho de mato às costas teria dificuldade em passar.

Maravilhei-me com o nome e imaginei que, no tempo em que manifestações de amor eram proibidas, se não pecado, muitos casais de apaixonados terão aproveitado o recato e o negrume da rua para poderem abraçar-se de fugida.  

Um dos habitantes mais antigos (já poucos, no Violeiro) disse-me que não era bem assim; mas a imaginação é ainda um dos nossos maiores poderes, e eu fico-me com minha…

ML Ferreira

Nota: A fotografia publicada há dias duma casa na Rua do Forno é, de facto, nos Pereiros. Sinal dos tempos, o forno comunitário que ali existiu faz agora parte de uma casa particular.

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Outono

O diospireiro é uma das árvores que melhor anuncia o outono!
José Teodoro Prata

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Ainda as Autárquicas 2025

Chegou-me a informação de que, nas recentes eleições autárquicas, na mesa de voto da Vila, São Vicente da Beira (ignoro se houve mais do que uma), o delegado da coligação PSD-CDS, presente na sala, foi várias vezes à porta buscar pessoas para as acompanhar à mesa de voto.

Sei também que o delegado do Partido Socialista não fez uma participação destas ocorrências, por escrito. Fez mal, pois a democracia defende-se a cada momento, mesmo nas pequenas coisas. E isto não tem nada a ver com as relações entre as pessoas, que se desejam amistosas o mais possível.

Nem queria acreditar quando me contaram! Desde 1974-75 que não ouvia falar destas atitudes. Nesse tempo, os caciques colocavam-se à porta, relembravam às pessoas em que partido deviam votar, acompanhavam-nas às mesas de voto e até se metiam com elas no local onde se marca a cruz no boletim de voto. Mas esses foram tempos de aprendizagem, em que todos, até os caciques, tiveram de aprender as regras democráticas. Mas agora! Estas atitudes envergonham-nos, como comunidade!

Aqui deixo as funções dos delegados às mesas de voto, para que conste:

Quais os poderes e competências dos delegados?

- Ocupar os lugares mais próximos da mesa da assembleia de voto de modo a poderem fiscalizar todas as operações de votação;
- Consultar a todo o momento as cópias dos cadernos de recenseamento eleitoral utilizadas pela mesa da assembleia de voto; 
- Ser ouvidos e esclarecidos acerca de todas as questões suscitadas durante o funcionamento da assembleia de voto, quer na fase da votação quer na fase do apuramento;
- Apresentar oralmente ou por escrito reclamações, protestos ou contraprotestos relativos às operações de voto;
- Assinar a ata e rubricar, selar e lacrar todos os documentos respeitantes às operações de voto;
- Examinar, no apuramento local, os lotes dos boletins separados, bem como os correspondentes registos, sem alterar a sua composição; 
- Obter certidões das operações de votação e apuramento.

Nota: as pessoas que precisam de acompanhamento para ir votar devem levar um atestado médico!

José Teodoro Prata 

sábado, 1 de novembro de 2025

Vespas asiáticas

Na última semana, morreram 3 homens na Galiza, em ataques da vespas asiáticas. E desta vez com uma novidade: todos pisaram ninhos de vespas feitos no chão, o que não era habitual.

Já no ano passado, o meu sobrinho António Craveiro encontrou um ninho no tronco de uma oliveira, pouco antes da colheita da azeitona. Também não era habitual, segundo los técnicos que vieram matar as vespas.

Temos de redobrar de cuidados, começando por analisar cada árvore antes de aceder a ela, para colher frutos (colher azeitona), fazer podas, etc. No ano passado, foi notícia a morte de um homem, no nosso país, que subiu a um diospieiro para colher os primeiros diospiros e foi atacado por dezenas de vespas asiáticvas que tinham o ninho no meio da rama.
Nos Cebolais, tenho tido problemas, nos últimos dois anos, com ninhos no chão, mas de vespas mais pequenas, as estorninhas, também diferentes das que todos estavamos habituados a ver.

Neste outubro, apanhei dezenas de vespas asiáticas nas armadilhas que coloquei no Ribeiro Dom Bento. Eliminar estas vespas no outono é muito importante, pois cada uma que sobreviver vai criar um novo ninho na primavera.

Comentários a este texto, no facebook:

José Manuel dos Santos
Um ano destes encostei a escada a uma oliveira, saiu um pelotão de uma "taloca"
Fugi dali para fora
Já quase à noite deitei gasolina para o pulverizador coloquei o tubo no buraco pulverizei...
No outro dia encontrei-as todas mortas
Com a machada rasguei o buraco, os favos eram grandes...

Paula Candeias
Também tenho experiência neste assunto. Um ninho subterrâneo, creio que de vespas comuns, e um dia ao chegarmos à quinta deparamo-nos com um ninho gigante de vespas asiáticas no alprendre. No primeiro caso afastamo-nos e evitavámos esse local, no segundo contactámos a entidade competente para as eliminar que foi muito eficiente. Foi curioso que estas últimas já tinham anteriormente feito uma tentativa mas abandonaram o ninho, ficou em meio fazer e nem ligámos, mas regressaram e construíram um novo ao lado e habitaram-no. Que bichos agressivos que haviam de aparecer e que, que eu saiba, não têm predador.

sábado, 25 de outubro de 2025

Quando o mar bate na rocha...

 A propósito da perda de eleitores na nossa freguesia (mais de cem) entre as Autárquicas de 2021 e as de 2025. Embora a “fome” não seja exatamente a mesma, este texto é extraordinário, até pela crueza, na justificação da perda de população no interior do País no tempo da ditadura:

«O reino naquela época tremia de frio e desconfiança.

Tinha-se deslocado mais para a beira-mar, não se sabe bem porquê, mas calcula-se: fome.

A fome vinha do interior e varria tudo para o oceano. Nesta leva desgarrada, escapavam os camponeses, que tinha a barriga curtida, em cardos, e que se cravavam na terra à dentada, como uns danados.

Espalmavam-se nas tocas e nas dobras das montanhas para deixar passar a ventania, pareciam calhaus, seres empedernidos; depois voltavam ao trabalho; à semente que se enterra e ao fruto que se arranca.

Tinham-se habituado de tal maneira à má sina que fome para eles era o pão de cada dia.

Os restantes, os que não conseguiam enganar os vendavais, fugiam de roldão pelo país, atravessando aldeias e planícies, vinhas e repartições, hoje fazendo família neste ponto, amanhã mais naquele, até se verem diante do mar, acossados.

Uma vez ali, ou entregavam o corpo aos caranguejos ou faziam como o mexilhão: Pé na rocha e força contra a maré.

Daí o nome de Reino do Mexilhão, que lhe pôs a geografia, em homenagem a esse marisco mais que humilde, só tripa e casca.»

Do livro Dinossauro Excelentíssimo de José Cardoso Pires

ML Ferreira