sexta-feira, 24 de abril de 2009

A Mãe-Natureza


Botões de flor de macieira

Os Antigos, de há mais de 3 mil anos, inventavam histórias, para explicar os fenómenos da vida.
Um desses mitos mais interessantes é o de Deméter, a deusa que, segundo a crença dos gregos, velava pela germinação das plantas, pela alimentação do gado, pela produção dos frutos.

Deméter, a Deusa-Mãe, tinha uma filha chamada Perséfona.
Um dia, em que a bela jovem colhia flores, a terra abriu-se de repente e surgiu Hades, que a levou consigo para o mundo subterrâneo.
O deus Hades presidia ao mundo dos mortos e desejava Perséfona para sua rainha.
Entretanto, no mundo dos vivos, a mãe Deméter procurava desesperada a sua querida filha. Noite e dia, percorreu vales e montanhas, mares e ilhas…
Alheada das suas obrigações, as plantas secaram, os gados morreram, a terra tornou-se estéril e fria.
Do alto do Monte Olimpo, Zeus, o pai e chefe de todos os deuses, preocupava-se com a morte da vida na Terra. E sabedor do destino de Perséfona, ordenou a Hades que devolvesse a filha a Deméter. Mas Perséfona só poderia regressar se nada tivesse comido no mundo inferior.
Ora Hades já urdira a teia para prender Perséfona. Dera-lhe a comer grãos de romã e assim ela ficaria consigo para sempre.
Zeus ficou com um dilema: Perséfona não podia voltar ao mundo dos vivos, mas, sem ela, Deméter não conseguiria cuidar da natureza.
A solução foi Perséfona passar metade do ano com o esposo e outra metade com a mãe.
Durante os meses que está sem a filha, Deméter fica triste, chora, desinteressa-se do seu trabalho e as plantas perdem as folhas, a terra arrefece, a vida pára.
Mas alegra-se quando recebe a sua filha de volta. As plantas rebentam em folhas e flores, as sementes germinam, o gado multiplica-se, a terra aquece.
Assim explicavam os Antigos as estações do ano.

Os romanos, nossos antepassados, mudaram o nome à deusa da natureza, de Deméter para Ceres, palavra que deu origem ao nome cereais.

Há poucas semanas, Perséfona regressou ao regaço materno. Notei-o nas encostas da nossa Gardunha. Vejam:

Giesta amarela


Macieira florida

Flor de macieira

Violeta silvestre

Malmequer silvestre


Ervilha silvestre

Carqueija



Carvalho





Nota: Desconheço os nomes das plantas não identificadas, apesar de as conhecer desde sempre. São todas muito pequeninas e abundantes nas encostas da serra da Gardunha.

Fotografias de Filipa Rodrigues Teodoro

3 comentários:

Anônimo disse...

Gostei, Filipa.
Agora, para eu aprender, façam o favor de pôr lá os nomes de cada uma das maravilhas.
jmt

José Teodoro Prata disse...

Vou tentar identificar as plantas fotografadas.
Há três de macieira e as restantes são de plantas silvestres, todas muito pequeninas, excepto o carvalho.
Algumas, conheço-as desde sempre, mas não sei os seus nomes.
José Teodoro Prata

José Teodoro Prata disse...

Excepto o carvalho e a giesta amarela...