quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A resina


O pinheiro bravo difundiu-se pelo litoral e interior do país, nas regiões a norte do rio Tejo, desde finais da Idade Média. Chegou a esta região, no século XIX, mas só passou a dominar as paisagens serranas no século seguinte.
Entre 1920 e 1970, fez-se a extração sistemática da sua resina. Mas, embora essa actividade persista em algumas regiões, ela já cessou completamente noutras, como por exemplo neste interior beirão.

A resina do pinheiro é um líquido viscoso que é excretado pelo pinheiro para selar e proteger qualquer ferida na casca. É de uma cor amarelo acastanhado e, no contacto com o ar, torna-se duro e forma uma crosta quebradiça e pegajosa. A resina fossilizada é conhecida como âmbar e é considerada uma pedra semi-preciosa.

A resina é principalmente utilizada para a produção de aguarrás e pês.
A aguarrás é utilizada para diluir e dissolver tintas e vernizes, em graxa de sapato e lacre. É também juntada a muitos produtos de limpeza devido às suas propriedades anti-sépticas e ao seu perfume a pinheiro.
O pês é utilizado em cola de papel e na fabricação de sabão, vernizes e tintas e talvez a utilização mais conhecida seja para os arcos de instrumentos musicais de corda como o violino.
A vulgar resina de pinheiro era, no passado, utilizada nas embarcações de vela para as impermeabilizar. Também tem propriedades medicinais: sabe-se que é anti-patogénica e foi durante anos utilizada para esfoladelas e feridas, como tratamento contra piolhos, misturada com gordura animal para massajar no peito, ou para inalar contra doenças nasais e de garganta.
(O meu pai, António Teodoro, pedreiro de profissão, curava as gretas nos dedos, provocadas pelo cimento, enchendo-as de resina.)
No passado era aplicada em cubos de açúcar ou em mel como tratamento contra parasitas intestinais e remédio geral para tudo. É também um estimulante, um diurético, um adstringente e um anti-espasmódico. Porém, o seu vapor pode queimar a pele e os olhos, prejudicar os pulmões e o sistema nervoso central, quando inalada, e causa insuficiências renais quando ingerida.

O texto (adaptado) e as fotos foram tiradas de um site do concelho de Góis:
http://www.goisproperty.com/portugues/regiao%20de%20Gois/Resina-de-pinheiro.html

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