segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Usurpação 2

A ervagem da fonte


Em publicações anteriores, informei do local da fonte antiga e da sua deslocação para junto do caminho de São Sebastião, em 1854.O local era público e público continua a ser considerado, apesar do sinal de trânsito ali colocado.
Na altura, estive para abordar esta questão, mas decidi deixá-la apenas implícita. Até que, na procissão do Santo Cristo, um amigo me chamou a atenção para toda aquela ervagem seca, a manchar a Vila engalanada para as Festas.
Como, infelizmente, é mesmo imperioso abordar a questão diretamente, aqui vai:

Após 1854, com a fonte mudada para a berma da rua/caminho, o espaço ficou livre e sem uso. Por coincidência, ficava mesmo em frente à porta da residência da família Cunha. Na acta da sessão ordinária de 6 de Novembro de 1910, a Junta da Paróquia fez o inventário de todos os bens públicos da freguesia. O ponto 7 refere que a Fonte Grande era contígua «…a um terraço d´onde procede a água, terraço que também pertence á parochia, embora há pouco haja sido aproveitado por José da Cunha Pignatelli para ser ajardinado, de certo com auctorização da Junta da Parochia anterior dissolvida, não cedendo os seus direitos de proprietária, visto que da escrituração respectiva nada consta sobre o assupto.»
Os vicentinos habituaram-se a ver o espaço usado como particular, mas nunca se perdeu a memória da sua pertença pública. Em 1980/90, quando o Pe. António Branco se mudou para a casa paroquial, o edifício ficou definitivamente vazio e acentuou-se a sua ruína. Com o terreiro já sem utilizador, as pessoas começaram a estacionar lá os carros, mas foi colocado o sinal de trânsito e o espaço voltou a ficar vazio e sem uso. Até hoje, sem dono que olhe por aquilo, com lixo e erva secas, num dos espaços mais nobres da nossa terra.
Desconheço a situação legal daquele terreno que nunca foi privado, mas que o poder local há um século que não assume como seu. Pessoalmente, não me repugna a ideia de, eventualmente, se ter tornado particular, mas sim o estado de abandono e desleixo em que se encontra, a desfear a nossa terra.


O sinal tem escrito: PRIVADO

Um comentário:

Francisco disse...

Essa bela casa, daria perfeitamente,para turismo rural,tendo como ponto de partida a bonita encosta da Serra da Gardunha.

Bem sei que liquidez financeira em Portugal e mais nos bolsos das pessoas honestas que trabalham,enfim.

Lamento nao haver nenhum mecenas que na verdade investí-se algum capital que de certo, iría ter um bom retorno, e iría generar empregos directos a regiao,desta forma evitar-se-ia a desertificacao massiva das pessoas para as grandes urbes.

Sao Vicente da Beira tem bastante potencial,ha sim que saber aproveitar os recursos, deveriam contactar as escolas e universidades de Turismo,falar com os recem licenciados,arranjar apoios e irem em frente com esse projecto.

Maos a obra,!!!

Gostaria de ver aquí neste blogue, as manifestacoes de todos os vicentinos e de todos aqueles que tem SVB no coracao e um dia decidiram,partir para fora de Portugal,afinal nao creio que so se lembrem de SVB no verao e nas festas....

Gostaria eu aquí desde o Mexico, escutar ouvir de Portugal do seu turismo rural,e de Sao Vicente da Beira.

Mcpts a todos

Francisco