sábado, 19 de novembro de 2011

O nosso falar: gafa


Oliveira multicentenária na tapada de José dos Santos Candeias, por cima do Cimo de Vila.

Notícias do mundo agrícola, para quem está longe e com vontade de azeite novo.
Este ano a azeitona amadurou mais cedo, porque o mês de Outubro foi muito quente. A produção de azeitona será inferior à do ano passado e a qualidade do azeite ligeiramente menor.
Isto derivado da mosca, que não da gafa.
O Verão foi primaveril e a mosca não morreu com o calor, como pertence, antes continuou a furar frutos e pôr ovos. O resultado é a azeitona estar muito bichosa, em certas zonas. A chuva ventosa já tombou alguma, mas muita da colhida está furada, por isso o azeite não será tão puro. Por outro lado, em certas zonas, a azeitona engrossou muito com a chuva e por isso não fundirá como no ano passado.
Não que em S. Vicente se tenha dado por isso, pois muita gente recebeu do lagar azeite a 12 kg por litro, de azeitona sãzinha e miudinha. Mas quem levou a azeitona para mais longe teve fundas a 8. Este ano parece que dão o azeite pelos 10kg/l, nada mau, em ano em que a funda real andará próximo dos 9, em média.
Mas voltemos à azeitona. O mal dela é a mosca, não a gafa. Julgava que fosse um regionalismo, mas o site da SAPEC informa-me que a gafa ataca sobretudo a azeitona galega e acontece quando há muita humidade e calor, isto é, tempo quente e húmido durante o amadurecimento. O calor e a humidade são condições propícias ao desenvolvimento dos esporos que existem nos ramos e nas folhas. Já sabia da humidade, mas pensava que era do frio. Uma oliveira com gafa tem a azeitona podre e as folhas também morrem e caem.
Pelo menos livrámo-nos da gafa, graças a um Outubro seco.

3 comentários:

Anônimo disse...

Professor José fotografou a oliveira centenária que está na tapada Dona Ursula que pertence ao meu pai? Valentina

José Teodoro Prata disse...

Valentina:
Sim, a oliveira multicentenária da foto é da propriedade do seu pai. Na altura em que fotografei a quelha para a publicação do Pistotira, fotografei também a oliveira, pois andava à procura de uma boa imagem para a capa de um livro que vou publicar dentro de meses. Acabou por não ser usada, foi-o agora.

José Teodoro Prata disse...

Não nos livrámos nada da gafa!
Eu descansado, a gozar o Novembro pouco frio, e quando cheguei ao Ribeiro de Dom Bento, para colher a azeitona, metade já estava no chão e alguma das oliveiras também estava podre. Foi da gafa!