quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

PELA’S RUA’S

PELA’S RUA’S

Sigo pelas ruas calcetadas da Vila e passo por ti linda Praça Vicentina.
Estás vestida de Outono e despida de gente sem tempo para estar em ti.
Esperam os teus bancos por um afago quentinho e meia de conversa neste fim de tarde.
Mas, impera um ar frio da serra e um silêncio gélido do granito que há em ti.
Guardas recordações de vidas da história que por ti passou.
Memórias e saudades de outros tempos que não voltam atrás.
Sinto frio.
Registo-te do outro lado do cais e sigo a rua.
Imponentes casas degradadas pelo tempo.
Quantas “rugas” em suas paredes?
Quantos sonhos ocultos em suas janelas?
Quantas vidas por aqui passaram?
Quantas almas aqui rezaram?
Faça-se luz no seu candeeiro quando a noite cai junto à torre da igreja.
Toca o sino a cada hora, as Avé-Marias pela manhã e ao entardecer de cada dia.
Marca o relógio as horas, cinco já quase são.
Já se vai o sol no horizonte e leva a minha sombra.
Sigo a rua e regresso a casa.
Voltarei outro dia para caminhar por vós, para vos ver, sentir, ouvir,…
A Ti…, a Ti…, a Ti…,
Praça, Rua, Torre da Igreja Matriz.


Luzita Candeias
14-21/11/2013

2 comentários:

Anônimo disse...

“ Os olhos da memória veem melhor que os nossos” (não sei quem disse esta frase, mas vi-a escrita há tempos numa estação do Metro, em Lisboa). E deve ser verdade! Quando olhamos para estas fotografias ou passamos pelas ruas, mesmo que cada vez mais frias e desertas, podemos sentir alguma tristeza e saudade, mas continuamos a achar que a nossa terra é a mais linda de todas. É que muitas casas e muitas ruas nos trazem à memória pessoas e acontecimentos tão marcantes nas nossas vidas! Deve ser por isso que continuamos a gostar tanto dela.
Obrigada, Luzita, por, com os teus textos e belas fotografias, nos ajudares a fazer estas pontes entre o presente, o passado e a esperança de vermos a nossa Praça outra vez cheia de gente, pelo menos aos domingos à tarde!

M. L. Ferreira

Anônimo disse...

O silêncio gélido do granito(que imagem bonita)causa-me, na praça, sempre uma enorme sensação de desconforto, quando em novembro vou à azeitona. Talvez por as imagens mais fortes que guardei serem da infância. A praça foi o recreio da minha escola e que doces lembranças ficaram.
Gostei muito Luzita
Francisco Barroso