sábado, 11 de junho de 2016

Tempos gloriosos


Aproveitando a maré.... queria acrescentar mais uma fotografia desses tempos idos e "gloriosos". 
É mais um boneco que o meu primo João "Brito" tirou. Naquele tempo, ele, juntamente com o Chico do Caldeira, eram os fotógrafos de "serviço". 
Esta fotografia foi tirada num domingo à tarde no então novíssimo café do "João "Cagarola" tempos áureos da construção da barragem, a empresa Terbal "construtora do grande lago" empregava muitos operários, os cafés, os comércios fervilhavam de gente, durante dois anos o marasmo desapareceu. Quem não se lembra "rapazes e raparigas do meu tempo" do gira discos que lá existia. metia-mos uma moeda de dez tostões num orifício, escolhíamos um disco (Roberto Carlos, Roberto Leal, tango dos barbudos...) um braço ia buscá-lo e era uma torrente a deitar música.
Esta barragem foi a primeira grande albufeira do concelho, na freguesia já existia outra: "Sales Viana ou Penedo Redondo" que se situa na ridente povoação do Casal da Serra, custou 472.000$00 e foi construída em 1934.
A cidade com o tempo foi crescendo, a água daquela barragem passou a ser insuficiente daí a necessidade de se construir novo lago: desta feita o local escolhido foi o Casal do Pisco.
Adjudicada à empresa Terbal pela quantia de:-29.971.012$10; tem 16 m de altura, armazena 1.400.000 metros cúbicos de água; e por aí fora...
Do lado de baixo da barragem situa-se este lindo edifício "Lugar do Ainda" que se estava a transformar numa ruína. Aqui está um exemplo que deve ser seguido, a história da casa mantêm-se, o espaço enriquecido e valorizado. (Quem acode à casa Cunha!...).
O padre José Maria Sarafana do Rosário viveu os últimos anos da sua vida neste lugar, Fonte da Pipa. Era um homem alto, seco de carnes, coxeava um pouco, olhar penetrante e grave. Durante muitos anos, paroquiou as paróquias alentejanas de Bencatel, São Romão, o histórico santuário de Nossa Senhora da Conceição e a bela igreja de São Bartolomeu em Vila Viçosa.
Todos os dias o senhor Manuel "criado da casa" se deslocava na sua bicicleta à vila buscar o correio, comprar o pão...
Era um senhor forte, alto. Assim que chegava à fonte encostava o velocípede à parede da casa do senhor João "Coxo" (actual sede da banda), entrava na taberna, emborcava um canjirão e seguia à sua vida.
Com estes entretantos, quase me ia esquecendo da rapaziada da fotografia.
Da esquerda para a direita: Jaime Madeira (Jaime scanta) a fazer o seu cigarrinho; depois sou eu, o Zémanel mosca, enrolando o cigarro; Joaquim Ambrósio (Jaquim parrego) pensativo; José Augusto (Zé do café) empinando um caneco; por fim Madeira (Tó scanta) com o  cigarro pronto para ser fumado. Encenação...
Aqui deixo mais esta: Bebe vinho, mas nunca bebas o siso.

J.M.S

2 comentários:

Anônimo disse...

Um estrondo! Todos de gravata fininha (menos o 'Chequim Parrego')! Tudo muito produzido, portanto! Nesta altura, talvez ainda alguns usassem o tal pente e o espelho no bolso de trás das calças.
Gostei imenso de ver mais esta! Porque isto mexe mesmo connosco!
Abraços!
ZB

Anônimo disse...

Espelho meu; espelho meu. Quem é mais gravatinha!!!
O Tó escanta; é o António Madeira
J.M.S