sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

A nossa arte sacra



Esta foto é de março de 1917, aquando da requalificação da casa Hipólito Raposo para receber o Museu de Arte Sacra.

Republiquei-a em novembro de 2019, quando julguei que o projeto do museu ia ser retomado. Enganei-me. Não foi retomado porque houve neglicência na obra e ausência total de reparação do que então se fizera mal. Hoje, o edifício terá as madeiras dos tetos e do chão todas apodrecidas. Estamos em 2023, é o fim do projeto?

Entretanto, durante a restauração das peças, as técnicas fizeram descobertas muito interessantes, que aguardava com muita expetativa que fossem comunicadas a toda a nossa comunidade. Como esse saber não é meu, não me cabe a mim dá-lo a conhecer.

Ao menos, não temos direito a essas revelações, numa visita guiada pelas técnicas? Câmara e Junta, vocês só existem para nos servir, por isso entendam-se, só fazem a vossa obrigação!

José Teodoro Prata

8 comentários:

Anônimo disse...

Dava pano para mangas, se estivéssemos aqui a analisar a delapidação de tantos dinheiros públicos dos impostos em obras mal feitas, em derrapagens, em bancos (não falidos porque os bancos não podem falir, mas apenas podem ser reconvertidos: BPN-BIC, BES-Novo Banco); em empresas como a TAP ou a Efacec), etc.
São os políticos que nos saíram. Claro que muita gente tem logo a tendência de vir dizer que, se fosse o partido A em vez partido B, nada disto aconteceria. Nada mais errado! Cavaco era o tal que dizia que o BES estava seguríssimo e estava a esboroar-se; foram os amigos dele que vandalizaram o BPN; Sócrates é o pior da política portuguesa e nem vou comentar porque é um caso de défice de caráter; Passos Coelho, incompetente, a ponto de tentar extorquir o Natal e as Férias, não fosse o TC, etc.
E o Costa tem ido de mal a pior, quando, com uma maioria absoluta, tinha tudo para correr bem.
Mas, como sugere o ZT, temos direito a saber o que é feito dos dinheiros públicos. Era o que faltava! E, para isso, além dos mecanismos políticos, temos a lei civil e, em último caso, a criminal.
Abraços, hã!
JB

jose teodoro disse...

E porque não se faz um requerimento, com as assinaturas que se puder recolher, solicitando o ponto de situação do projecto e o plano para sua conclusão, e a divulgação dos resultados da investigação daquele acervo?
JM Teodoro

José Teodoro Prata disse...

JMT: uma boa ideia!
Zé Barroso: não diabolizo os políticos, acho que nem tu irás tão longe como as tuas plavras sugerem. Eles são o que nós somos!
No caso da casa Hipólito Raposo, acho que houve laxismo por parte de quem, pelos serviços técnicos da Câmara, acompanhou a obra. Ao presidente de então, Luís Correia, apenas se pode criticar justar a obras e esquecê-las; já não ter tomado deligências quando foi avisado que a casa começava a meter água pelo telhado e por algumas janelas...

José Barroso disse...

Claro que também assino esse requerimento.
Zé Miguel: Quanto à questão dos políticos, não se trata de diabolizá-los a todos; não sou dos que diz na mesa do café: "eles são todos iguais". Há políticos e políticos! E isso também é uma evidência. Por isso, apontei nomes em concreto. Costumo até dizer que em todos os partidos há bom e mau, competente e incompetente, sério e corrupto. A não se que se trate de um partido que defenda ideias que para mim são indefensáveis. Aí, temos outra história!
Mas ser de um partido, salvo as devidas distâncias, é como ser de um clube de futebol. Sabemos que, pelo menos algumas das motivações que nos ligam a eles, são do domínio do irracional; porém, há sempre uns que têm um pouco mais de clarividência e outros menos. Quanto a estes últimos, Cavaco ainda não há muito tempo incitava o PSD a coligar-se ao Chega para conseguir o poder, logo, a qualquer preço...
Mas, no que concerne à incompetência, devemos apontar e sindicar para, assim, poder escolher; já em relação à corrupção, aí, um homem tem sempre a possibilidade de se decidir pelo bem em detrimento do mal. A primeira tem a ver com a capacidade, enfim...; mas a segunda é apenas uma escolha. Era esse juízo - distinguir o bem e o mal - que se presumia que fizéssemos aos 7 anos quando íamos à primeira comunhão! Lembras-te? Por isso, temos que convir que há linhas vermelhas, há homens mais capazes que outros e sempre houve o trigo e o joio.
Abraços, hã!
JB

M.Luz Teodoro disse...

"Quem não aparece esquece"!
A principal causa do esquecimento do museu por parte da Câmara, tem sido a falta de pressão tanto do anterior como do atual executivo.
Perante a falta de respostas nas assembleias à questão do museu, a Fátima Alves foi falar diretamente com o Dr. Fernando Raposo e passo a citar a sua intervenção na última assembleia de freguesia:

"Perante a falta de respostas a questões como, para quando a
abertura do Museu Hipólito Raposo, no dia quatro de outubro
falamos com o Dr. Fernando Raposo, assessor do Srº. Presidente
da Câmara, o qual nos informou que até à data nunca havia sido
questionado por este executivo sobre a situação do museu e julga
que nem o próprio Srº. Presidente da Câmara que é quem tutela o
pelouro da cultura tenha sido, pois este nada lhe disse.
O mesmo informou-nos que o anterior projeto caducou, o anterior
executivo camarário deixou caducar o projeto, informo-nos ainda
que nessa semana iria ser aberto novo concurso de design gráfico e
que tinha como data de previsão de abertura do museu o terceiro
trimestre do próximo ano.
Como é que este executivo nunca
questionou a câmara?, sendo a abertura deste museu de arte sacra
tão importante para o desenvolvimento desta vila.
Este executivo tem de dialogar mais com a Câmara Municipal, sob
pena de sermos esquecidos."

Entretanto na última reunião pública do executivo da Câmara, um cidadão albicastrense questionou o sr. presidente da Câmara, sobre o que se passava com o Museu de arte Sacra de S.Vicente da Beira, o qual respondeu que "Estamos a preparar os procedimentos legais para terminarmos os trabalhos que faltam".
Vamos ver se é desta! Mas se o executivo não pressionar a câmara dificilmente conseguiremos obras na vila.

M. L. Ferreira disse...

Pela negligência revelada pelo Presidente da Câmara, da altura, nos problemas das obras na casa Hipólito Raposo, concordo com o comentário do José Barroso quando sugere que há muita negligência na utilização dos dinheiros públicos e deveria haver mais escrutínio e penalizações dos governantes quando coisas como estas acontecem.
Quanto à proposta do JMT, como duvido que houvesse resposta ao requerimento, iria mais longe: porque não solicitar-se uma audiência aos responsáveis da autarquia pedindo esses esclarecimentos? O problema é que, o mais certo, era também não nos responderem ou empurrarem para outros departamentos, como me aconteceu uma vez quando perguntei diretamente a uma pessoa que, achava eu, era responsável por aquele projeto.
É verdade o que diz o José Teodoro: os políticos são o que nós somos. E nós ficamos calados quando os ouvimos dizer que não sabiam de nada, quando alguma coisa corre mal...

José Teodoro Prata disse...

Pelo comentário da Maria da Luz, afinal algo se está a passar. Estranho o Fernando Raposo não ter referido a recuperação das muitas partes estragadas do edifício e a colocação de janelas novas. Penso também ser necessário isolar com tela todos os pátios do "quintal", pois estão a um nível superior ao rés-do-chão do edifício. E também isolar as valetas em volta do edifício, pois as peças de arte não podem ficar à mercê de qualquer humidade que se infiltre nas paredes, rente ao chão. Sem estes isolamentos, o edifício não serve para museu!!!

M. L. Ferreira disse...

Penso que a Fátima Alves é uma pessoa competente e interessada, e, agora que enveredou também pela política, capaz de fazer alguma coisa por São Vicente. Já a resposta do Vereador Fernando Raposo, de que a Maria da Luz nos dá conta, penso que revela guerras partidárias ou algum desinteresse. Será que os anteriores responsáveis levaram os dossiers para casa? Ou chegaram à conclusão que o edifício não serve mesmo para museu? Depois de tanto dinheiro gasto, é grave!