terça-feira, 23 de julho de 2013

Da flor ao fruto


 Flor e fruto (ouriços com castanhas) do castanheiro
José Teodoro Prata

sábado, 20 de julho de 2013

Eles andam aí!

A praga de gafanhotos de que o Dário fala já desceu a encosta da Gardunha e chegou cá abaixo.
Fui ontem à tardinha à Senhora da Orada e são já aos milhares, tanto na estrada nova, como no terreiro da capela ou no caminho velho. Mete medo! 
Não sei se existe uma solução técnica para este problema e receio estar a falar do que não sei, mas tenho dúvidas se a persistência deste problema não será mais um daqueles casos em que o poder civil e religioso se responsabilizam mutuamente pelas situações e nada se resolve. Quanto a mim, esta separação já não se justifica em muitos casos, principalmente a nível local, e pode servir apenas para desculpabilizar ambas as partes de situações que nos envergonham a todos.     
É pena que um dos locais mais bonitos e com mais memórias da nossa terra não mereça mais atenção, principalmente numa altura em que muitos de nós que cá vivemos, e também muitos emigrantes e amigos que nos visitam, aproveitamos para nos reunir e matar saudades.
M. L. Ferreira


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Pardais, melros, pintassilgos...

Bem me lembro deste poema [ver comentário do Zé Barroso, na publicação anterior], já não sei se do livro de leitura da telescola, ou dos primeiros anos do liceu. Mesmo sabendo que as palavras de Olavo Bilac são uma metáfora de tantas outras prisões a que a vida nos sujeita, foi a partir dele que tive consciência do mal que fazia quando andava aos ninhos e tirava os passarinhos, ainda mal vestidos, para os meter numa gaiola. Pensava eu que estava a protegê-los, mas acabavam quase sempre por morrer…
Talvez para me penitenciar por todo o mal que fiz em criança, agora não me importo muito se os pardais, os melros ou os pintassilgos do meu quintal andam por lá livremente e me comem as primeiras cerejas ou as alfaces acabadas de plantar. Quanto às andorinhas, é uma canseira andar sempre de vassoura e esfregona na mão para limpar tudo o que sujam; mas nada se compara à emoção de assistir a todas as fases e rituais por que passam, desde o refazer do ninho do ano anterior, até ao primeiro voo. Fazem ver a muitas famílias de humanos!
Na fotografia que a Luzita publicou, se não soubéssemos que os andoriscos estavam à espera de comida, mais parecia que estavam a posar para a máquina… Lindos!

M. L. Ferreira


O PÁSSARO CATIVO

Armas, num galho de árvore, o alçapão.
E, em breve, uma avezinha descuidada, batendo as asas cai na escravidão.

Dás-lhe então, por esplêndida morada, a gaiola dourada.
Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos, e tudo.

Por que é que, tendo tudo, há de ficar o passarinho 
mudo, arrepiado e triste, sem cantar?

É que, criança, os pássaros não falam.
Só gorgeando a sua dor exalam, sem que os homens os possam entender.
Se os pássaros falassem, 
talvez os teus ouvidos escutassem este cativo pássaro dizer:

"Não quero o teu alpiste!

Gosto mais do alimento que procuro na mata livre em que a voar me viste.
Tenho água fresca num recanto escuro.

Da selva em que nasci; da mata entre os verdores,
tenho frutos e flores, sem precisar de ti!

Não quero a tua esplêndida gaiola!
Pois nenhuma riqueza me consola de haver perdido aquilo que perdi...
Prefiro o ninho humilde, construído de folhas secas, plácido, e escondido.

Entre os galhos das árvores amigas...
Solta-me ao vento e ao sol!
Com que direito à escravidão me obrigas?

Quero saudar as pombas do arrebol!
Quero, ao cair da tarde, entoar minhas tristíssimas cantigas!

Por que me prendes? Solta-me, covarde!
Deus me deu por gaiola a imensidade!
Não me roubes a minha liberdade...

QUERO VOAR! VOAR!..."

Estas coisas o pássaro diria, se pudesse falar.
E a tua alma, criança, tremeria, vendo tanta aflição.
E a tua mão, tremendo, lhe abriria a porta da prisão...


Olavo Bilac

terça-feira, 16 de julho de 2013

Andorinhas


Ao cantinho da varanda, eu vi-as espreitar.
Esperavam a mãe e o pai, que estavam a chegar.

De olhinhos atentos e corações a palpitar.
Andorinhas pequeninas à espera do jantar.

Biquinhos bem abertos e manos a reclamar:
- Agora sou eu e tu estás no meu lugar.

A mãe vem aí e o pai vem a voar.
- Cresçam pequeninas, que também vos vou ensinar.

E em cada Primavera, vamos sempre regressar,
ao cantinho da varanda com os Amigos* a mimar.

*Amigos: Libânia e Luís
Luzita
05/07/2013

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Ainda os gafanhotos!

Depois de ter visto o teu artigo do blog sobre os gafanhotos, não poderia deixar passar sem te enviar um comentário sobre o assunto.
De facto a praga já não é tão intensa e já não se avistam tantos na S.ra da Orada mas na Serra ainda há muitos. Vou lá quase todos os dias aos nascentes [da Fonte da Fraga] e é impressionante a quantidade por tudo quanto é sítio, nos caminhos, nas giestas... Até faz impressão!


Dário Inês

sábado, 13 de julho de 2013

Cerejas


Ó cerejas.
Cerejas da minha terra.

Brilhando pelo sol,
Coradas pela serra.

Ó cerejas,
Cerejas…

Encantado mundo vosso.
Ávida boca minha,
olhar que não posso.

Luzita
09/08/2010

sexta-feira, 12 de julho de 2013