domingo, 19 de abril de 2015

Inauguração do PEQUENO LUGAR

O Poeta

 
O Poema

Muito feliz a escolha do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios para a inauguração do Pequeno Lugar, que, como alguém disse, de pequeno só tem o nome. De facto, um local onde se homenageia um poeta como António Salvado, só pode ser grande!   
E é também grande o mérito do artista que desde há tantos anos anda a sonhar este Lugar! E é ainda maior por decidir concretizá-lo na Partida, em vez de noutro local qualquer que lhe trouxesse mais notoriedade. Mas os sonhos não têm preço!
A festa foi linda!

Desde o passeio pela Ribeirinha da Infância … 
         
… à leitura de poemas…
 
...e ao momento musical.

Do final, encarregaram-se as mulheres da Partida, sempre briosas e boas cozinheiras!
Parabéns a todos!

M. L. Ferreira

 Mais...

O São Tiago todo lampeiro, acabado de chegar de um rejuvenecimento.

 O retábulo do altar-mor. Lindíssimo! É originário da igreja do Convento do Seixo, no Fundão. O único que poderia ombrear com este, na nossa freguesia, era o da Senhora da Orada (do nosso antigo convento franciscano), mas está a desfazer-se em pó.

Fotos da M. L. Ferreira e legendas do José Teodoro

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Os Correios



Naquele tempo, reinava em Portugal D. Manuel I, o rei venturoso. Valido do vicentino D. Álvaro da Costa, que muito novo partiu para Beja, onde se tornou moço de câmara do então duque de Beja. Mais tarde foi cavaleiro da casa real, como moço de guarda-roupa, e armador-mor. O museu da Santa Sasa da Misericórdia de Lisboa possui um quadro onde aparece um homem de barbas brancas, essa figura é o vicentino D. Álvaro da Costa...
Mas estou a fugir ao pensamento que quero explanar.

Decorria o ano 1520, quando o rei criou  o correio português. Nesses tempos as comunicações entre os povos eram muito difíceis, carruagens, cavalos, a pé.
Durante muitos anos, o selo mais banal que havia era um cavaleiro montado num cavalo galopando, que tocava uma corneta anunciando, desta maneira, a chegada do correio.
Peregrinos, viajantes, almocreves levavam  mensagens que entregavam  às pessoas a quem se destinavam
O rei e os nobres necessitavam de uma comunicação regular, nasciam os correios. Nessa altura, o monarca cria o cargo de correio-mor que era a pessoa responsável pelo funcionamento e escolha de gente séria, honesta...
Na vila vicentina, os correios surgiram nos anos quarenta do passado século. Hipólito Raposo foi um dos responsáveis pela sua implantação na vila.
Estavam sediados no R/C da Domus Municipalis; era composto pelo chefe da estação (quem não se lembra do senhor Manuel dos Correios), telefonistas e carteiros.
O senhor José Alves "Zé Tôno" ia todos os dias à estação de Castelo Novo
levar e trazer o correio. Estou a vê-lo a cavalo,  na sua carroça carregada com os sacos que traziam a correspondência, encomendas; caixas de peixe (sardinha, carapau, chicharro) Óles acima, a caminho da vila. A sua esposa a prima Palmira "sardinheira"  andava pelas ruas da vila apregoando o carapau "fesquinho"... A senhora Ilda "sardinheira", a senhora Maria de Jesus, esposa do senhor Adelino "pinura" vendiam na vila também
Dos correios da vila partiam várias pessoas  com as sacas que levavam as cartas a todas as aldeias anexas.
A Ti Maria (chamiça) mais o marido aproveitavam e vendiam a sua caixa de sardinhas; faziam o mesmo o António Bróxa, o Luís Matias e outros. Percorriam as povoações, caixa de carapau e sardinha, às costas; vida dura... À vinda, agarravam no boxeiro  apanhavam torga e faziam carvão que era depois vendido na vila. Zé Nicho, ti Aires da Tónha...foram carvoeiros também.
O primeiro carteiro que houve na vila chamava-se Cipriano.
Sempre me lembro do senhor Joaquim (mestre), o homem da senhora Zézita. O meu pai era assinante do jornal "Beira Baixa" que eu lia com muita atenção. Outros houve, entre eles o senhor António do Ninho
Mais tarde, o serviço de transporte do correio passou a ser feito pelo senhor Domingos Matias que o levava para Castelo Branco.
Nos nossos dias, este serviço está a cargo da Junta de Freguesia, situando-se ma esquina da Rua Velha com a Rua do Quintalinho.

J.M.S