domingo, 19 de abril de 2015

Inauguração do PEQUENO LUGAR

O Poeta

 
O Poema

Muito feliz a escolha do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios para a inauguração do Pequeno Lugar, que, como alguém disse, de pequeno só tem o nome. De facto, um local onde se homenageia um poeta como António Salvado, só pode ser grande!   
E é também grande o mérito do artista que desde há tantos anos anda a sonhar este Lugar! E é ainda maior por decidir concretizá-lo na Partida, em vez de noutro local qualquer que lhe trouxesse mais notoriedade. Mas os sonhos não têm preço!
A festa foi linda!

Desde o passeio pela Ribeirinha da Infância … 
         
… à leitura de poemas…
 
...e ao momento musical.

Do final, encarregaram-se as mulheres da Partida, sempre briosas e boas cozinheiras!
Parabéns a todos!

M. L. Ferreira

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O São Tiago todo lampeiro, acabado de chegar de um rejuvenecimento.

 O retábulo do altar-mor. Lindíssimo! É originário da igreja do Convento do Seixo, no Fundão. O único que poderia ombrear com este, na nossa freguesia, era o da Senhora da Orada (do nosso antigo convento franciscano), mas está a desfazer-se em pó.

Fotos da M. L. Ferreira e legendas do José Teodoro

5 comentários:

José Teodoro Prata disse...

Foi realmente bonito. A Partida soube receber tantos forasteiros, muitos deles notáveis, mas que no meio do povo são povo, como nunca deixaram de ser.
E a Igreja brilhou com os poemas de António Salvado e a ópera da ESART. E continua a cintilar, pois o retábulo do altar-mor foi limpo e o São Tiago chegara na véspera, de uma longa ausência para restauro.
Parabéns da todos os que nos receberam!

Anônimo disse...

Quando hoje de manhã me sentei ao computador para fazer um texto sobre o Pequeno Lugar e abri o blogue, que é sempre a primeira coisa que eu faço, vi que a sacanita da Libânia já tinha feito a reportagem completa!. Foi então que se fez luz e vi porque é que ela tantas vezes me chama pringueiro.
Foi uma tarde muito especial a de ontem à tarde. Primeiro porque pude estar fisicamente com dois grandes amigos: o Zé Teodoro e a Libânia, isto sem desmerecer os outros muitos amigos com quem pude acompanhar a festa. Depois, porque não é vulgar ou seja é muito raro que na nossa freguesia aconteça um momento tão alto como o que observei na Partida. De tal modo que quando já todos tinham saído da igreja dei por mim a dar os parabéns à cantora que que nos deliciou com aquelas árias de ópera.
Parabéns ao António Fernandes e ao povo da Partida

Anônimo disse...

É uma beleza, aquele Altar! E o orgulho que as gentes da Partida têm nele?!
Muitas pessoas com quem falei faziam questão de dizer que os pais delas é que tinham ajudado a transportá-lo do Convento do Seixo para a Partida, em carros de bois. Contam que numa das viagens, ao passar pelo Souto da Casa, lhes perguntaram de onde é que vinham com aquela carga. Caíram na asneira de dizer a verdade e que ainda teriam de lá voltar para trazer o Sacrário. Quando lá chegaram, no dia seguinte, o sacrário tinha desaparecido; tinham lá ido os do Souto da Casa roubá-lo. Parece que está numa igreja daquela freguesia.
Antes da festa, porque se atrasou um pouco, e depois, porque ainda era dia, dei, com a minha filha, um saltinho ao Vale da Figueira e ao Mourelo. Ficámos um bom bocado á conversa com a primeira pessoa que nos apareceu, desejosas de falar das suas vidas de trabalho e sofrimento. Quando abalámos, a minha filha, que nem tem muitos laços com a terra (mea culpa), desabafou: «Onde é que, noutro país qualquer, é possível termos vontade de abraçar uma pessoa desconhecida, como aqui?».

M.L. Ferreira

Anônimo disse...

Tenho visto o V. trabalho de divulgação das nossas coisas boas!
É um lugar comum dizê-lo, mas a nossa terra debate-se, como todo o interior, com os problemas da desertificação (questão todos os dias falada na comunicação social). Falta o que seria fundamental: o investimento. Assunto que, só por si, mereceria um debate! Como fez o 'Jornal do Fundão', há uns anos, com as 'Jornadas da Beira Interior'. De facto, as coisas que não são faladas, são esquecidas!
Apostar no turismo dos vários tipos (cultural, artístico - religioso ou profano - paisagístico, gastronómico, ecológico...), tem sido a saída, em muitos casos feliz, para o sucesso, em situações como a nossa.
Estava a lembrar-me, há dias, do que aconteceu à aniga Egitânia romana (Idanha-a-Velha). A perda de influência ao longo dos séculos tornou-a numa comunidade de 90 habitantes! Hoje vale apenas pela sua história! Podemos um dia refletir sobre este processo das comunidades que são como as pessoas: nascem, crescem e (podem) morrer se por elas nada for feito.
Não queria acabar sem fazer uma referência: por que será que os do Souto da Casa (de outros tempos, decerto), tinham aquela mania cleptómana de andar a subtrair o que não lhes pertencia? Quando vi, agora pela Páscoa, as fotos do Ernesto e da Liânia da imagem do Senhor Morto na Cruz do Calvário, lembrei-me daquela história contada pelos homems mais velhos de de S. Vicente. Era assim: essa mesma imagem era colocada no local, na véspera das cerimónias de Sexta Feira Santa. Passava, por isso, a noite no Calvário. Num qualquer ano, os do Souto da Casa, porque sabiam disso, decidiram chegar lá e carregar a imagem (num carro de bois?) Mas alguém deu por pela tramoia. Juntaram-se uns quantos de S. Vicente, foram no encalço dos larápios e conseguiram recuperar a imagem. e trazê-la de volta! Daí que passasse a ser colocada no Calvário apenas na Sexta Feira Santa de manhã. Terei percebido bem? Se não, então apelo à correção (talvez o EH ou o JMS saibam outros pormenores dessa história triste). Porque eu só não tenho dúvidas de uma coisa: foi assim que a ouvi!
Abraços.
ZB







Anônimo disse...

Tens razão Zé Barroso,esse episódio passou-se no tempo dos nossos avós, pela calada da noite despregaram-No da Cruz, e já O levavam, quando alguém deu o alarme, imediatamente partiram no seu encalço e recuperaram a nossa imagem perto da Senhora da Orada. Quando se aperceberam abandonaram-Na e fugiram.
-O governo tinha decretado um aumento dos impostos, há muito que não não eram mexidos,o funcionário da recebedoria tinha recebido ordens para proceder à cobrança pelo novo aumento. O povo de Almaceda não gostou, comandados por Almeida Afonso grande lavrador de Valbom deslocaram-se à vila para queimar os documentos, pensavam que desta maneira não pagariam os famigerados impostos. Pela calada da noite entraram na câmara, toda a papelada que encontraram lançaram-na janela fora e fizeram uma fogueira na praça Hipólito Raposo. As autoridades já andavam desconfiadas, colocaram toda a documentação dentro de baús que guardaram no forro da igreja.
Tinham feito o mesmo na câmara das Sarzedas a cujo concelho pertenciam. O imposto predial aumentou, hei-los que partem, pela calada da noite invadem a fazenda da vila e no regresso a casa queimam os documentos.
Em 1848 o concelho de Sarzedas é extinto e só a partir dessa data é que passaram para o concelho de São Vicente da Beira.
-Uns queriam apropriar-se daquilo que não lhes pertencia, outros pensavam que queimando os papéis não pagavam impostos
A saída de Almaceda do concelho de Sarzedas e do concelho de São Vicente da Beira terá sido precisamente por causa do aumento predial.
Pontos de vista...
-Quanto ao Pequeno Lugar, uma beleza. Valeu a pena tanto esforço António Fernandes.A nossa freguesia, o nosso concelho podem orgulhar-se do teu Pequeno Grande Lugar.
J.M.S