quarta-feira, 9 de maio de 2018

A lenda da Gardunha


A nossa lenda começa quando Idanha-a-Velha era a mais florescente cidade de Egitânia, a qual foi pátria do famoso rei Vamba. Cobiçada pelos Árabes, várias vezes estes haviam tentado destruir a cidade. E é nesta época que entram em cena os protagonistas da nossa história. São eles: Ildefonso, viúvo, casado segunda vez com uma linda mulher chamada Alberta; Alberta, ambiciosa, péssima madrasta para a pequena Lília, filha de Ildefonso; e, Lília, uma pequenita órfã de mãe, contando apenas dez anos, cuja companhia favorita era o seu cão.

A tarde não era das mais famosas. Nem sol brilhante, nem calor. Uma tarde vulgar num dia mais vulgar ainda. 
No terraço da casa de Ildefonso, Alberta, rubra de cólera, gritava para Lília todo o seu desespero. 
— És um empecilho! Não serves para nada e só consegues aborrecer-me! 
Humilde, Lília desculpava-se: 
— Não tenho culpa de que o meu cão a tivesse mordido! 
Desesperada, Alberta tornou: 
— Mas mordeu! Por isso o odeio! 
— Ele só morde naqueles que lhe batem sem razão... 
A mulher desesperou-se ainda mais. 
— Achas então que não devo bater nesse rafeiro! Pois fica sabendo que esta noite hei de mandar matar o teu maldito cão! 
A pequena Lília agarrou-se aflitivamente ao pescoço do animal, pedindo entre lágrimas: 
— Não! Não faça isso ao meu cãozinho! Ele gosta tanto de mim... até chora comigo! 
Alberta teve uma gargalhada forçada. E desdenhosamente comentou: 
— Pateta! Já se viu um cão chorar ou rir? 
Lília, com o rosto banhado em pranto, sentiu-se forte para defender o seu amigo. 
— Sim, senhora! Eu vi! Chorou no dia em que a minha mãe morreu! E olhe agora para os seus olhos... Está chorando comigo! 
Interrompendo-a, Alberta gritou: 
— Cala-te! Não digas mais disparates! 
— Mas o meu cão está a chorar, veja! 
— Cala-te, já te disse! Senão conto ao teu pai o que se passou: que ele me mordeu e que tu me faltaste ao respeito... 
Lília continuava a chorar, suplicando: 
— Mas não mate o meu cãozinho, não o mate!... Gosto tanto dele!... 
— Hei de matá-lo! Mordeu-me! 
— E a senhora bateu-lhe! Bate-lhe sempre que o vê! O meu pai... 
Alberta vociferou: 
— Se contas ao teu pai a nossa conversa, mato-te também... como se mata um cão! Ouviste? 
Lília então revoltou-se. Mas não gritou. 
As lágrimas secaram-se-lhe nos olhos. Sentia-se ofegante e disse apenas, numa voz baixa onde ia todo o seu desprezo: 
— Como a senhora é má! Como é má! 
Alberta olhou-a uma vez mais com ódio e, num gesto imperativo, ordenou: 
— Sai imediatamente da minha vista! E não me perguntes mais pelo teu cão! 
Lília obedeceu. Afastou-se, sem pressa, daquela má mulher. O cão rosnou. A pequenita, porém, recomendou-lhe, baixo: 
— Não faças barulho! Ela não te há de matar... Vamos fugir os dois! Vou buscar o merendal... Espera aqui por mim. 
O cão acenou com a cauda, como se a tivesse compreendido. Lília voltou depressa. Trazia a merenda e um manto que colocou sobre os ombros. Lado a lado, os dois amigos atravessaram rapidamente a cidade. Lília olhava de vez em quando para trás, a verificar se teria ou não sido descoberta. Mas ninguém os seguia! Para onde iria esconder-se? A pequena olhou o céu, num pedido de proteção. De súbito, o seu olhar descobriu a serra que se elevava lá no fundo, cheia de rochedos e grutas. Teve um sorriso de esperança. Acariciou a cabeça do cão e falou-lhe: 
— Vamos! Já temos morada. Vamos subir a montanha! 
O cão agitou a cauda, de contente. A sua dona e o ar livre eram tudo para ele!

A noite começava a cair, quando a pequena Lília chegou ao cimo. Agora já não podia voltar para trás. Só tinha um caminho: procurar abrigo seguro. E encontrou-o nas grutas, que mais pareciam fortalezas. 
Lília sentou-se, aconchegou o manto, puxou o cão para si, comeram ambos do mesmo farnel, e ambos adormeceram lado a lado. 
A noite veio espreitar esse quadro de inocência no alto da montanha. E ficou também ali, até que a aurora veio lembrar-lhe que era tempo de partir. Então a noite foi-se embora, sorrindo aos adormecidos... 
No momento preciso em que a noite deu lugar ao dia, Lília sentiu que mão invisível lhe tocava num ombro. Levantou-se sobressaltada, mas o seu cão latiu de contente. A menina olhou em volta. Uma luz azulada cobria a montanha. Ela perguntou ao seu companheiro: 
— Viste quem me acordou? 
Então, uma voz bonita de mulher chegou aos seus ouvidos, enquanto sobre um rochedo uma senhora envolta num manto branco lhe sorria: 
— Lília! Tens de voltar lá a baixo... 
A pequena surpreendeu-se. Nunca vira uma senhora tão linda, nem ouvira voz tão meiga. Perguntou, na sua inocência: 
— Senhora! Quem sois? 
Sorrindo sempre, a dama de branco respondeu, serena: 
— Sou do Céu. Nada temas! 
Os olhitos de Lília abriram-se mais, numa ingénua curiosidade. 
— Se sois do Céu... porque viestes à Terra? 
— Para te falar e proteger. 
Lília aproximou-se da senhora de branco. A sua vozita soou magoada: 
— Sabeis então que ela queria matar o meu cãozinho? 
Cariciosamente, a senhora tornou: 
— Sei, sim. Mas maior perigo corre agora o teu pai e todo o povo de Egitânia. 
Assustada, a menina perguntou: 
— Ela quer matá-lo também? 
A senhora pousou os seus dedos de luz nos cabelos doirados da menina. 
— Não, Lília, não se trata agora da tua madrasta. Refiro-me aos infiéis que estão quase às portas da cidade. O combate vais começar. Dentro de algumas horas Egitânia será destruída pelos Mouros.
O rosto da menina traduziu o seu alarme. Perguntou com ansiedade, na sua voz juvenil: 
— E o meu paizinho morrerá? 
A senhora volveu: 
— Tu poderás salvá-lo. 
— Como, senhora? 
— Corre lá a baixo à cidade e tenta falar com teu pai. É preciso que ele acredite em ti. O povo terá de reunir tudo o que puder de comida e agasalhos para vir refugiar-se nesta montanha. Compreendes o que te digo? Terão de vir todos para aqui, se querem salvar-se! 
A menina acenou com a cabeça em sinal afirmativo. A senhora de branco continuou: 
— Repara bem neste local, Lília! Parece uma fortaleza. Aqui os Mouros não conseguirão vencê-los. Poderão destruir a cidade, mas não destruirão os corpos desta gente sã, nem sequer a fé nas suas almas fortes. Vai, pois, Lília, e avisa o teu pai. 
A menina, num à-vontade de criança, perguntou ainda: 
— Quereis que os traga todos para aqui já? 
A senhora respondeu com firmeza: 
— Não há tempo a perder! O alarme já se espalhou. Os Mouros preparam-se neste momento para atacar. Vai depressa! Eu te protegerei. 
Aflita, Lília pediu: 
— Então... tomai conta do meu cãozinho! Não quero que ele volte lá a baixo! Irei sozinha. 
Serena, a senhora tornou: 
— Lília! O teu cão já não merece preocupações. A esta hora, Alberta, a tua madrasta, chora de horror e julga que a invasão é um castigo do Céu. Porém, os outros não poderiam sofrer por ela! Jamais o céu a castigaria, castigando também inocentes. Vai, e traz essa gente para aqui! 
A pequena Lília olhou agradecida para a senhora de branco. 
— Vou já a correr! 
Depois, com ar duvidoso: 
— Posso então levar o meu cãozinho? 
A senhora sorriu. 
— Leva sem receio o teu cãozinho. Ele ajudar-te-á a encontrar o caminho mais seguro.

Sem mais dizer, a menina começou a correr pela montanha a baixo, acompanhada sempre pelo seu amigo. Quando chegou à cidade, só viu gente correndo como alucinada, de um lado para o outro, soltando lamentos! 
A todos perguntava pelo pai. Só ao pai podia transmitir o recado da senhora do Céu. Quando o encontrou, ambos ficaram por um momento estáticos. Foi Ildefonso quem reagiu primeiro: 
— Lília! Tu aqui?... Julgava-te em casa dormindo. Vai já ter com a tua madrasta e não saiam para a rua! 
A menina olhou-o com firmeza: 
— Pai! Preciso dizer-lhe uma coisa! 
Ele enfadou-se: 
— Estamos em guerra, compreendes? Não os ouves ao longe? São muitos, muitos... dez vezes mais que os nossos homens!... 
Lília insistiu, serena: 
— Mas a Senhora quer que eu lhe conte o que ela me disse! 
— Qual senhora? 
— A Senhora do monte, lá em cima... 
Ildefonso olhou a filha com perplexidade. 
— A senhora do monte?... Mas... que ideia é essa? Estás doente? Tens febre? 
— Não. Estou apenas cansada porque vim a correr. A Senhora disse que tinha de vir depressa avisar o pai. 
Ildefonso pegou-lhe nos ombros: 
— Mas quem é essa senhora? 
— A que me apareceu lá em cima esta manhã. 
O homem abanou a cabeça. Não entendia o que a filha tentava dizer-lhe. 
— Ouve: não tenho tempo para pensar com calma. Tu estiveste lá em cima? Além, nos rochedos? 
— Sim, meu pai. 
— Porque foste sozinha? 
Lília hesitou. Ildefonso gritou quase: 
— Responde! Porque foste para lá sozinha? 
Olhando o cão que se encostara às suas pernas, como a dar-lhe alento, a menina explicou: 
— A minha madrasta queria matar o meu cão e eu fugi ontem com ele. 
O pai gritou-lhe, surpreendido: 
— Ontem? Mas... então não estavas a dormir quando eu cheguei? 
— Tinha fugido com medo!
— Para onde? 
— Para o cimo da montanha. Escondi-me nos rochedos. E foi ali que esta manhã a Senhora me falou... 
Ildefonso olhou a filha e escutou a algazarra que se aproximava. Baixou-se para lhe falar, olhos com olhos. Não havia tempo a perder. 
— Lília! Que te disse essa senhora? 
— Que vinha do Céu e que eu devia correr até aqui, para dizer ao pai que fugissem todos... 
Ildefonso interrompeu a filha: 
— Que fugíssemos? Para eles destruírem tudo?... Creio que não escaparemos... Mas hão de encontrar-nos pela frente! 
Lília insistiu, firme: 
— Mas a Senhora diz que ali, nos rochedos, é como se fosse uma fortaleza onde os homens maus não poderão chegar! 
Ildefonso levantou-se de súbito. Levou uma das mãos à testa. No seu rosto passou uma expressão quase de triunfo:
— É isso mesmo! Começo a ver claro! Isto foi uma bênção do Céu! A Virgem Mãe de Deus vai ajudar-nos! 
Agora, parecia já indiferente à algazarra que se ouvia cada vez mais próxima. Voltou a baixar-se ao nível do rosto de Lília. 
— Que mais te disse Ela, filha? 
— Que o pai desse esta nova ao povo de Egitânia. Que arranjassem comida e agasalho e fossem todos para a fortaleza da serra! 
Ildefonso ergueu-se. No olhar brilhava-lhe uma chama de fé. Murmurou: 
— É isso! Louvado seja Deus! 
Depois, beijando a filha: 
— Meu anjo da guarda! Vai imediatamente a casa e diz à tua madrasta que vá aprontando as coisas, que daqui a pouco irei buscá-las! Vou reunir os meus homens e falar-lhes! 
A nova espalhou-se rapidamente. Hinos de louvor subiam ao Céu enquanto o povo de Egitânia — hoje, Idanha-a-Velha — subia ao cimo da serra. E quando o invasor chegou, numerosíssimo, destruindo tudo à sua passagem, ficou pasmado com a ideia dos egitanienses. Tentaram subir também a montanha, mas não conseguiram desalojá-los de tão forte castelo natural. 
Na impotência dessa vitória que já chamavam sua, os mouros bradavam, então, uns para os outros: «Gardunha»! «Gardunha»! 
E assim era, na verdade. O povo da Egitânia encontrara, pela mão de Deus e da inocência, o melhor refúgio na serra que o cercava. Daí se começou a chamar-lhe — serra da Gardunha. E lá no alto, o povo construiu uma ermida com a imagem duma Senhora envolta num manto branco —  a Senhora da Gardunha — num comovente gesto de ação de graças!

Fonte Bibliográfica MARQUES, Gentil Lendas de Portugal

Jaime da Gama

domingo, 6 de maio de 2018

1895


O final do mês de Agosto aproximava-se. A caminho da vila, vindo dos Pereiros, uma criança ao colo da madrinha senhora Ludovina Maria; juntamente com o padrinho, João Martins, o pai Manuel João e demais familiares. Passaram as passadoiras e no calvário trocaram as alpergatas, entraram na igreja, esperava-os o senhor vigário. A mãe Benvinda Saraiva ficou em casa a por a mesa para os familiares e demais convivas.
- Qual o nome que ides dar à criança!
- Maria, responderam os padrinhos.
Os avós, José João, Antónia Maria; António Dias e Ana d`Oliveira Saraiva; não puderam vir, a idade não perdoa.
No mesmo dia vinte e oito de Agosto, sábado; outra criancinha recebeu o baptismo.
Tinha sido encontrada por Angelina Marques na véspera, exposta na freguesia de Louriçal do Campo.
Ao passar na rua ouviu o choro de uma criança, aproximou-se; embrulhada num pequeno lençol estava uma menina deixada ali, por quem?
João da Silva Lobo e Maria da Trindade, naturais da vila, fizeram a caridade de serem os padrinhos.
O vigário voltando-se para eles perguntou:
- Qual o nome que ides dar à criança!
- Maria Luiza, responderam.
(…) Sacristão, subiu as escadas da torre sineira pegou nos badalos dos sinos tangendo-os fortemente.
Eram dois os anjinhos…
Artesãos, ferreiros, ferradores, latoeiros, sapateiros, alfaiates, barbeiros, comerciantes, taberneiros, ganhões… Cada um na sua profissão servia a população da vila e do concelho trabalhando com denodo e perfeição.
A Câmara abria e fechava pontualmente à mesma hora, funcionários atendiam com simpatia e atenção os munícipes.
Iniciava-se o mês de Setembro do ano 1895, as uvas estavam a ficar maduras, na Fonte Velha encontravam-se pipos que os donos enchiam de água para que as aduelas inchassem para mais tarde receberem o vinho novo.
Nas adegas trabalhadores entendidos amassavam sebo, com ele tapavam fisgas que encontravam nos pipos, nas dornas; limpavam, verificavam as vasilhas, os tonéis…
As festas em louvor do Santíssimo Sacramento, Senhor Santo Cristo e Senhora do Carmo estavam à porta, assim que findassem, a maioria das gentes começavam a vindimar.
Entretanto, em Lisboa o governo entendeu que devia fazer nova reforma administrativa, diziam eles que ainda havia concelhos a mais para o tamanho da Nação.
Vai daí, estenderam um mapa de Portugal em cima de uma secretária e começaram a riscar aqui, ali, este concelho, aquele.
Assim; no dia 7 de Setembro do ano 1895 o conselheiro de estado, ministro e secretário dos negócios do reino João Ferreira Franco Pinto Castelo Branco riscou do mapa, um dos mais antigos concelhos de Portugal.
O edifício camarário ficou entregue aos ratos, a vila foi perdendo o esplendor de outrora, os quadros debandaram, os mais capazes seguiram as pisadas e a vila aos poucos foi perdendo população.
As pessoas influentes não mexeram uma palha.
Assim que as autoridades da vila tiveram conhecimento aqui-del-rei; colocaram panos pretos no pelourinho, no edifício da Câmara, na Fonte Velha…
Não houve força ou vontade para que a justiça fosse reposta.
Eis a vila…
No dia 8 de Setembro, logo a seguir ao terrível e inesquecível dia, uma criança de nome Maria, natural de S. Vicente da Beira, filha de António Mateus e Henriqueta de Jesus, era baptizada pelo vigário António Pires Antunes. Nasceu em 23 de Agosto.
José, filho de Cipriano da Silva Lobo e Emília Maria, moradores no Casal da Fraga; recebeu o sacramento do baptismo no dia 16 de Setembro. Nasceu no dia 23 de Agosto do ano 1895.
As crianças, assim que ouviam os sinos, dirigiam-se para a porta dos pais da criancinha, os mais abastados lançavam algumas guloseimas, da janela para a rua, (até moedas). No espaço mais nobre da casa, familiares e amigos saboreavam saborosas vitualhas, não faltava a canja de galinha, o arroz de galinha, batatas fritas… num açafate enfeitado com um alvo pano de linho havia esquecidos, bolos de leite, cavacas, borrachos, minutos, pão-de-ló, fofo e saboroso.
Fumegante, uma cafeteira cheia de chá era posta em cima da mesa, os comensais bebiam, cavaqueavam, comiam doces, confraternizando uns com os outros.
Enquanto a criança não fosse baptizada, o quarto onde dormia tinha que ter sempre uma luz acesa, se por algum motivo se apagava, entrava num berreiro, só se calava quando voltavam a acender o candeeiro.
A mãe, por vezes sentia um grande peso em cima dela, era o demónio; assim que a criança era baptizada, o sossego entrava naquele lar, o menino passava a dormir soninho descansados e já não havia necessidade de...
Não queria terminar esta minha carta epistolar sem mencionar os últimos dois casamentos que se realizaram no concelho de S. Vicente da Beira.
O primeiro aconteceu na igreja paroquial, no dia 18 do mês de Julho do ano 1895; José Lopes, o noivo, tinha 22 anos de idade, natural da Partida; Maria Justina, a noiva, tinha 19 anos e era natural do Vale de Figueira; Joaquim António Bartolomeu e Antónia Freire eram os pais do noivo; Domingos Costa e Justina Antunes, os pais da noiva; António Pires Antunes, o pároco.
O último casamento que aconteceu no ainda concelho envolveu os nubentes André Agostinho e Maria da Conceição, ambos naturais de S. Vicente da Beira, e realizou-se no dia 4 do mês de Setembro.
O noivo tinha 25 anos de idade e era filho de João Agostinho e Maria Casimira. A noiva, de 22 anos de idade, era filha de Bernardo A. Robles e Sabina da Conceição. Testemunharam o ato matrimonial os senhores Felisberto Monteiro e Aires Raposo. António Pires Antunes oficializou a cerimónia.
Assim terminaram oitocentos anos de autonomia municipal, a partir desta data a vila transformou-se numa simples freguesia.
Os primeiros noivos que casaram após a extinção municipal foram Joaquim Domingos e Maria Pires. No dia 23 de Outubro receberam-se por marido e mulher na igreja matriz de S. Vicente da Beira. Ele tinha 22 anos de idade, natural do Tripeiro, filho de Joaquim Domingos e Felícia Tereza. A noiva, 25 anos de idade, natural da Partida, filha de José Pires e Maria Ana. Apadrinharam a cerimónia Domingos Antunes e Joaquim Antunes.
Meus senhores e minhas senhoras, eis aqui transcritos os nomes dos últimos noivos que casaram antes da extinção do concelho e os primeiros que casaram na igreja matriz após… embora todos tivessem nascido no antigo concelho de S. Vicente da Beira.
Outros tempos, outros costumes e crenças.
Fiquem bem!

J.M.S

sexta-feira, 4 de maio de 2018

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Álvaro Xavier de Castro

O pai, José Augusto Soares Ribeiro de Castro, de Valhelhas
(casado com sanvicentina Maria Benedicta de Castro Pignatelly)


Certidão de batismo do filho Álvaro Xavier de Castro


Álvaro Xavier de Castro

Foi governador geral de Moçambique de 1915 a 1918
Foi presidente do Ministério (atual cargo de primeiro-ministro)
O seu pai também foi Presidente do Ministério de Portugal.
Acabou o curso de oficial de infantaria em 1901.

 Jaime da Gama

terça-feira, 1 de maio de 2018