domingo, 3 de agosto de 2014

O Zé



Coitado do Zé

Isto está mau
Sempre ouvi dizer
Mesmo antes de nascer
Já isto estava mau

Está mau para o assalariado
Quem não tem trabalho, está pior
Não ter que comer…Senhor
É uma tristeza, é um pecado

Os poderosos afirmam
O cinto temos que apertar
É o Zé, sempre ele a pagar
Os impostos com que o mimam

Não é ele que anda a passear
Não é ele que faz os arranjinhos
Pobre do Zé, da Maria e dos filhinhos
São eles que têm de aguentar

Os poderosos continuam a governar
O povo manso a obedecer
O que é que se há de fazer!
É comer e calar

Os que mais se queixam são os privilegiados
Recebem salários chorudos
Os Zés acomodados, mudos
São sempre os mais conformados

Isto está mau para o Zé Povinho
É só pagar, pagar, pagar
Eles continuam a roubar
Amocha Zé, só mais um bocadinho

E o Zé esperançoso
Vai aguentando a pesada carga
Desde que nasce não mais a larga
É um ciclo vicioso

Tem que haver mais justiça social
Para o Zé ter uma carga mais levezinha
Poder ter uma melhor vidinha
Para que nunca mais se diga; isto está mal

Zé da Villa

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