domingo, 15 de maio de 2016

Pintassilgos, melros...

Que sorte, viver na cidade e poder ter galinhas, mesmo que cocós! A mim, mesmo com um quintal grande, dizem-me que não as posso ter por causa dos vizinhos… Mas não me falta cá criação!
Esta primavera, apesar de pouco amiga das cerejas e da horta, não afetou os amores da passarada. Para além de dezenas de ninhos de melros, pardais e outras espécies que por aqui vivem, um casal de pintassilgos fez o ninho mesmo por baixo da varanda. Foi vê-los, numa fona, a fazer o ninho, a chocar os ovos e depois a acartar comida para os quatro comilões, sempre de bico escancarado.


Mas o pior era quando se apercebiam dos gatos por perto e piavam, aflitos, a avisar os filhotes do perigo. Fazia doer o coração, mas eles percebiam e faziam-se de mortos.
Hoje de manhã, quando me levantei, estranhei o silêncio e fui espreitar. Tinham abalado! Bem vi nos últimos dias os pais a esvoaçar diante do ninho, como que a ensiná-los a ganhar asas, mas gostava de ter assistido ao primeiro voo…

M. L. Ferreira

3 comentários:

José Teodoro Prata disse...

Também já me aconteceu chegar a um ninho, cheio de expetativas, e os passarinhos já terem partido. É frustrante e ao mesmo tempo maravilhoso. Ajuda-nos a colocar no lugar que ocupamos na natureza.
Libânia: aqui no meu bairro, é uma sinfonia. Já era assim e agora ainda mais, pois nenhum galo do bairro quer ficar atrás do meu cocó!
Acho que é bom termos GNR há tantos anos, nomeadamente a nível de saúde pública, mas, por outro lado, talvez nos tenha tornado mais intolerantes e até queixinhas.
O meu bairro, habitado quase exclusivamente por gente que veio das aldeias, é um prolongamento da vida do campo. Há poços, hortas, galinhas, um vizinho até tem cabras e todos se sentem bem!
É chocante que tu, a viver numa zona de povoamento quase disperso, não possas ter, no mínimo, uma gaiola com cocós.

Anônimo disse...

Uma vez encontrei um ninho de pintassilgo no Chão da Capela, mesmo junto à minha antiga casa do cimo de vila. Como acontecia muitas vezes, a certa altura da criação, tirávamos os filhotes do ninho e púnhamo-los dentro de uma gaiola pendurada na árvore, perto do local onde tinha sido o ninho. Os pais continuavam a alimentá-los até serem já quase adultos. E quando já comiam autonomamente, tirávamos a gaiola, dávamos alguns e ficávamos com um ou dois pintasilgos para cantar.
Sucedeu-me que, numa dessas vezes, em determinado dia de manhã, subi à oliveira onde tinha a gaiola com os pintassilgos novos, já grandes. Encontrei-os todos mortos!!
Vim maia tarde a saber que, na maior parte dos casos, quem mata os filhotes nestas situações, são os próprios pais, pelo facto de eles se encontrarem cativos e não voarem!!
Hoje lamento estas coisas que fazíamos! E muitas outras que ainda se fazem. Apoio totalmente a recente legislação sobre sanções a aplicar em casos de maus tratos a animais de companhia. Legislação essa, que devia ser ainda mais abrangente.
Lembro-me de uma vez, na Telescola, termos ligado a televisão cerca das 14:00 horas (antes de chegar a Professora D. Natália). Levámos um raspanete por isso. Ainda por cima, o Marcelo Caetano (Presidente do Conselho de Ministros da altura), estava de visita a Espanha e tinha-lhe sido oferecida uma tourada (à espanhola) onde ele estava. Essa tourada estava a dar em directo na televisão. A D. Natália ficou indignada com as imagens e, claro, o raspanete foi maior por causa isso!
Nos canais espanhóis é usual darem touradas a qualquer hora, normalmente, à tarde. Sabe-se como são violentas as imagens dessas touradas (hoje ainda mais, porque as vemos a cores!).
Sou contra todas as touradas e, em geral, contra todos os desportos sacrificiais. À cabeça, as touradas espanholas, que são verdadeiros espetáculos medievais.
Gosto muito de tradições mas é preciso que essas tradições dignifiquem as pessoas e respeitem os animais.
Para terminar, aconselho a leitura de um poema de Olavo Bilac (poeta brasileiro que já aqui lembrei), sobre o cativeiro das aves. E outro de Guerra Junqueiro intitulado "O Melro".
Abraços.
ZB




Anônimo disse...

No meu hortejo escondido num silvado cheio de picos por todo o lado existe bem camuflado um lindo ninho de: mafagafos com sete mafagafinhos, morreu o mafagafo mais a mafagafa, ficaram os mafagafinhos.
J.M.S