terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Parque do Barrocal

O parque do Barrocal, em Castelo Branco, abriu recentemente e já foi premiado internacionalmente.

É um parque de natureza em plena cidade. Vale a pena uma visita (agora é grátis). Ainda lá não fui, mas o que me contaram coincide com o que podemos ver aqui: http://barrocal-parque.pt/

Claro que comparado com a nossa rota da Gardunha não passa de um pormenor. Mas vale pela natureza que encerra, por se situar praticamente numa zona urbana e ter sido enriquecido com estruturas metálicas artísticas.

Deixo-vos com algumas fotos, do nosso Pedro Martins (os pais são do Vale de Figueira).




Não reagi ao comentário do José Barroso, na publicação anterior, porque tinha intenção de o fazer agora: isto que foi feito no Barrocal de Castelo Branco tem valor por si e o parque não tem culpa de algum abandono a que temos estado votados (sei que não foi isso que o Zé quis dizer).

Há um funcionário da Câmara que anda para acabar a rota em volta da barragem do Pisco há tantos anos; nunca foi feito um estudo arqueológico do Castelo Velho; temos um altar policromado do antigo convento franciscano a desfazer-se na capela da Senhora da Orada; nunca se quis saber a história que encerram os numerosos achados arqueológicos aparecidos entre a Ribeirinha e a Ocreza...

Em Castelo Branco nunca se quis saber. Mas nós importámo-nos, fizemos diferente?

Nos anos 80, salvo erro, foi remodelada a Igreja da Misericórdia. Na altura foram colocadas umas telhas tão pesadas que uma deslizou e abriu uma fenda no telhado, por onde entrou a água da chuva durante mais de 10 anos. Era visível da Praça, mas ninguém se importou/fez nada. Entretanto, o teto pintado da capela-mor apodreceu e abateu no lado por onde entrava a chuva. Alguém se importa?  Então porque é que, depois de tantas intervenções na Praça e na Misericórdia, continua a infiltrar-se água da Praça para sacristia e a capela-mor da Igreja da Misericórdia?

Ok, interessam-se alguns, mas isso o que muda? Continuamos a não nos interessarmos como comunidade, de forma  a mudar as coisas!

Faltam-nos sobressaltos cívicos, de forma a mudar alguma coisa, sem esperar que sejam as autoridades a fazer tudo.

José Teodoro Prata

4 comentários:

M. L. Ferreira disse...

Fiquei cheia de curiosidade em visitar o Barrocal. Gostei especialmente da fauna que, espero se possa avistar, mesmo que parcialmente, como é natural, durante as visitas.
Também é impressionante a constituição do terreno naquele sítio. Mas, pelos vistos, grande parte do local onde se localiza a parte mais nova de Castelo Branco era assim. O meu tio, protagonista de história “Era assim naquele tempo”, conta que trabalhou na construção das casas da atual Avenida Humberto Delgado, e a maior parte do tempo e da dificuldade, foi para partirem as rochas que havia naquele local.
Sobre a degradação do património da nossa terra, é lamentável que, desde há tanto tempo, se tenha descurado a sua preservação. Costuma-se dizer que com o mal dos outros podemos nós bem, mas, por coincidência, mesmo antes de ler este artigo tinha estado a ler uma história do Joaquim Bispo (autor da história “As mulheres da Paradanta” que foi publicada aqui no blogue em junho de 2017, e, como é habitual nele, fala de coisa séria com algum humor. Para quem queira, pode ler em http://www.revistasamizdat.com/2020/11/a-ultima-morada.html
Esta chama-se “ A última morada” e fala da tragédia que é o abandono do património em Portugal, mas não só, infelizmente. Já agora, para quem não acompanha os programas “Visita Guiada” na RTP 2, um dos últimos foi feito no Museu de Odrinhas onde estarão os túmulos de que o Joaquim Bispo fala. Vale a pena procurar na RTP PLAY.

José Barroso disse...

Claro que sou sempre a favor de um melhoramento. Se não fosse assim, estaria a adotar a teoria do "quanto pior, melhor"; ainda por cima, egoisticamente... Nada disso! Acho que o Barrocal (já tinha visto na Internet), está muito bem; também sabia do prémio inernacional não sei se para o conjunto, se para o trabalho em ferro artístico, etc. Está tudo certo.
Mas, como tu próprio reconheces, Zá Teodoro, o Barrocal é uma amostra comparado com a imponência da serra da Gardunha. Esta serra é o grande acidente geográfico do concelho de Castelo Branco (em parte está neste concelho).
Castelo Branco, apesar de estar num terreno inóspito e, até há pouco tempo, ser apenas uma cidade de serviços, teve a sorte de se desenvolver numa planície (fator principal). Chegou a capital de distrito. Aproveitou os recursos dos outros, como é, por exemplo a água da Gardunha. Assim, pode exibir rotundas com cascatas e uma enorme piscina...! E, lá está, quem está mais perto do lume, melhor se aquece! Foi o que conteceu no Barrocal.
Mas isso acontece em todo o lado. Costuma dizer-se que Portugal é Lisboa e o resto é paisagem. Porquê? Porque Lisboa tem que ter tudo porque é a capital. Aqui acontece o mesmo.
Mas, como se sabe, as maiores potencialidades naturais, essas, não estão nas cidades. É isso que me leva a defender a Gardunha.
Abraços, hã!
JB

José Teodoro Prata disse...

Eu sei isso tudo. O teu comentário anterior foi apenas um pretexto para eu "desabafar".

JMC disse...

Não sera tempo para arrenjar un groupo para desenvolver realmente a nossa terra.Um groupo para a terra e não para intereços própios.João Maria Craveiro(Passaraço)