sábado, 3 de setembro de 2022

Espaços de leitura

A notícia desta exposição de fotografias foi divulgada em vários semanários regionais. Esta foi retirada do Reconquista.

O desafio feito pela Alma Azul e Câmara Municipal de Castelo Branco foi que se fotografassem possíveis espaços de leitura, o que permitiu dar asas à imaginação e criatividade dos participantes (ler um livro é bom em qualquer lugar…). O resultado foi interessante e muito variado.

Em São Vicente tínhamos várias opções, mas resolvemos participar com esta fotografia, se calhar demasiado óbvia, mas que serve também de divulgação de um espaço que está a renascer na nossa terra:

Algumas pessoas conhecem e já terão frequentado este espaço, mas haverá ainda quem não saiba que temos um lugar como este, com muitos livros que podem ajudar-nos a crescer e voar para lá da pequena migalha do universo que nos coube na vida. São isto, as bibliotecas!

Existem de facto muitos livros, doados por instituições ou por particulares, mas que estavam arrumados sem grande critério, alguns em segunda fila nas prateleiras (faltam-nos algumas estantes…) e, por isso, de difícil acesso. O trabalho que tem estado a ser feito desde há algum tempo é, tanto quanto possível, separar os livros por temas, autores, e idades, e criar instrumentos que tornem a biblioteca num espaço cómodo, funcional.

Apesar do envolvimento de muita gente (o Miguel Jorge que criou uma página na internet e iniciou a separação dos livros, alguns ainda encaixotados; a Elsa Santos que criou um programa para registar o inventário e fazer as requisições; a Sara Varanda que ajudou a selecionar parte dos livros e a Isabel Teodoro que organizou a secção infanto-juvenil; a São Luzio, a Celeste Teodoro e eu a fazermos um pouco de tudo), ainda temos muito trabalho pela frente, mas esperamos dar boas notícias em breve.   

M. L. Ferreira       

4 comentários:

José Teodoro Prata disse...

1. Peço desculpa aos autores dos comentários que acabei de publicar com um mês de atraso, mas nas férias deixo mesmo as tecnologias para trás!

2. Alguns dos livros, o núcleo mais antigo, faziam parte da antiga Biblioteca Popular, ligada à escola primária (entretanto com 6 anos), criada nos últimos anos do Estado Novo (quase de certeza pelo impulso reformista do Veiga Simão).
Após o 25 de Abril criei uma secção cultural no Clube Desportivo Os Corvos e pedi os livros da Biblioteca Popular (já tínhamos uma pequena biblioteca infantil) à Direção Escolar. A resposta foi negativa porque o Diretor Escolar veio a São Vicente e na Praça pediu informações sobre o Clube e responderam-lhe que era um antro de jogo a dinheiro, o que era verdade, pois o Almeida alugara a exploração do bar e promovia um jogo a dinheiro, penso que o bingo.

José Barroso disse...

Parabéns pela nova biblioteca! Lembro-me de o meu primo Adelino Costa e outros (talvez o Zé Teodoro ou o outro meu primo Chico Barroso Rodrigues), andarem a pedir livros ao Ministério da Educação (Direção da Educação Permanente?). E, de facto, chegaram aí uns caixotes cheios de livros cujo destino era a biblioteca da Vila. Fiquei com a ideia que foram entregues à Junta de Freguesia ou ao Clube, mas que, com efeito, ficaram num espaço da Junta de Freguesia na rua Manuel Lopes (numa casa logo a seguir à casa do Agostinho Moreira). Eu depois saí de S. Vicente da Beira e nunca mais soube nada da biblioteca.
Relativamente ao que diz o ZT sobre as bibliotecas do Estado Novo, eu comecei a trabalhar na Segurança Social (após o 25abril74), nas Casas do Povo. Sucede que estas tinham sido, antes da Revolução, os postos avançados daquele regime, nos meios rurais, com a correspondente literatura. Ainda fui encontrar em Tentúgal (Coimbra) uma pequena biblioteca intocada desse tipo! Mas, se bem me lembro, não era só propaganda a Salazar; também tinha muitos autores portugueses. Do mal o menos!
Abraços hã!
JB

M. L. Ferreira disse...

Ainda a propósito de genealogias (publicação anterior), e um pouco em linha com o comentário do JMT quando fala do trabalho de animação do Luiz Pacheco no lar onde terá acabado os dias, trago uma das muita histórias contada pelo Adriano Moreira, num artigo publicado há dias no Sapo, e é mais ou menos isto: Um banqueiro snob convida um empresário muito rico para jantar, e enquanto lhe vai mostrando os quadros da família que tem pendurados na parede, vai esclarecendo: “ Este era o meu bisavô, grão duque de tal; este era o meu tio, marquês de …; este era o meu avô, conde de…”. Às tantas o convidado interrompe: “Tem graça, por mais um lance o seu avô era também o meu…”.
Sobre a oferta do Sebastião Baldaque, ficamos à espera (já estou na fila para o requisitar); e também de sugestões para trazer leitores à biblioteca, dele e de outros frequentadores habituais desses espaços.


jose teodoro disse...

O prometido é devido, Libânia; o Baldaque providenciará.
A seu tempo, também, quando a biblioteca estiver mais desafogada, a Livraria talvez possa fazer alguma oferta.
Somos assim, os daFRAGA.
Coragem e sucesso; não desistam; sendo precisa alguma ajuda técnica, poderei ajudar no que souber.
Um desafio: constituirem uma secção com obras de autores de S. Vicente e de obras sobre São Vicente. Os autores hão-de ter paciência para fazerem ofertas.
JMT