sexta-feira, 21 de outubro de 2022

O nosso tocador de sinos

 



O nosso tocador só pode ser o Pedro Gama!

Há tantos anos que não o ouvimos (já lá vão mais de 10) e agora vem animar Castelo Branco, pela mão do irlandês (ou inglês?) que nos ajudou a descobrir este nosso património.

Fazes bem, Pedro, ficamos honrados com a tua vinda, mas ficas-nos a dever uma gaitada nos sinos aí da terra!

José Teodoro Prata

2 comentários:

José Barroso disse...

Eu, na cidade, não sei o que são os sinos! Vejo-os nas torres, é certo, e a certas horas, com certeza que devem tocar! Para as pessoas que sempre viveram na cidade, obviamente, que os sinos devem fazer sentido. Sabem quando devem ir à Missa, ao Terço ou à Novena.
Eu também vivo na cidade há muito tempo, mas os sinos é como se não existissem! Nunca me habituei a eles! A minha vida nunca foi regulada pelo seu toque, por isso não têm, para mim, o mesmo significado que na vila ou na aldeia! Na cidade, é como se os sinos servissem apenas para ornamentar as Igrejas e as Catedrais!
Quando vou à Missa, na cidade, procuro os horários nos papéis à porta das Igrejas ou, mais recentemente, na internet. Na cidade não temos a vida programada para ir à Missa sempre à mesma hora!
Para o bem e para o mal, só existem os sinos das nossas vilas e aldeias! Para o bem, porque são os sinos que nos transmitem a alegria contagiante dos domingos e dos dias de festa! E para o mal, porque nas pequenas comunidades, já idosas, o sino está quase sempre a dobrar. E, ao contrário da cidade, nas vilas e aldeias conhecemos todos os seus toques! Por isso, tudo pode ser muito entusiástico ou muito pungente! É o prazer que se tem ou a aflição que se sente por nos sentirmos mais pessoas!
Os toques dos sinos são, obviamente, um património a preservar! Mas cada vez há menos gente nas vilas e aldeias e, também, cada vez menos pessoas para os tocar. Por isso, se tem recorrido à tecnologia, com evidente prejuízo para os toques (acho eu), porque as notas não saem como as do tio António Maria e outros, como o José Pereira dos Santos (Zeca Padre e Músico) e, mais recentemente, o Pedro Gama, que aprenderam a manobrar esses monstros de metal!
Dantes, entre os aprendizes que tocavam ou tentavam tocar os sinos da Igreja de S. Vicente da Beira, ouvia-se muito falar em "virar o sino"! Pessoalmente, nunca vi ninguém fazer isso! Não sei se alguém sabe de uma façanha dessas! Nem sei se era possível levá-la a cabo. Talvez mais fanfarronice que outra coisa! Poderia até haver algum mecanismo impeditivo que o sino desse a volta porque seria muito difícil colocá-lo de novo na posição normal.
Se alguém sabe que diga!
Abraços, hã!
JB.

M. L. Ferreira disse...

Para além do Pedro, penso que ainda vive na Partida um senhor que conhece todos os toques do sino que ouvíamos antigamente e, em determinadas alturas (morte de alguém?) até há pouco tempo ainda era ele que a anunciava ao povo.
Que pena estas coisas terem vindo a perder-se! É por isto que iniciativas como estas são importantes: os mais velhos revivem; os mais novos percebem aquilo
de que falamos quando nos pomos a recordar.