Terminado que está o meu ano agrícola, pois faço apenas agricultura de sequeiro, é tempo de vos apresentar o balanço:
Alhos: A terra é apertada nos Cebolais, pois é formada por uma espécie de barro
derivado da decomposição do xisto. Semeio alhos há quatro anos e os primeiros
dois foram um desastre total, pois apanharam míldio e apodreceram com excesso
de água da chuva e da minha rega. Comecei a semear os alhos em cima de cômoros
e não os reguei; o ano passado e este foram um sucesso!
Favas e ervilhas: Ando farto de debulhar e escaldar para congelação; acabei
agora a última debulha de ervilhas. Já nem as podia ver!
Alhos-porros: Este ano a produção foi média, inferior ao ano passado, em quem a produção foi enorme. O excesso de chuva e a falta de sol
perturbaram o seu desenvolvimento, impedindo-os de engrossar mais.
Batatas: Boa produção, melhor na Picasso (também chamada Olho de perdiz) que na
Laura. Foram semeadas em fins de fevereiro, já com os cortes secos e cinza
espalhada na terra sobre a qual as coloquei. O local também ajudou, pois ficava
virado a sul, com uma parede a protegê-las do vento e frio do Norte. Após a Páscoa, estavam
muito lindas, mas uma semana depois começaram a secar. Afinal o mal que
destruiu as de quase toda a gente também o apanharam, mas valeu-me estarem já
quase criadas.
Cebolas: Má produção. As plantadas no outono sobreviveram metade e das plantadas
no inverno tenho lá um quarto. Gostam de chuva, mas precisam de sol!
Couves, repolhos e nabos: Foi difícil fazer concorrência às lesmas e caracóis!
Devem ser plantados em agosto e inícios de setembro para estarem feitos quando
chega o frio da segunda quinzena de novembro. Foi o que a minha mãe me ensinou,
mas eu atraso-me sempre e por isso…
Em fins de setembro, inicio um novo ciclo.
José Teodoro Prata
Um comentário:
E valeu a pena concerteza, pois há melhor qualidade que a dos produtos que tiramos da terra? Já não falando da terapia que nos envolve quando estamos em contacto com a natureza. O sábado para mim na cidade era sempre o dia de ir à praça, mas além de pagar caro, o sabor era nulo em certos vegetais , frutas e aromáticas. quando voltei, continuei com o hábito de ir até Alcains, mas agora com a nossa hortinha na Oriana - sítio com muitas recordações e boas energias - ao sábado tornou-se imprescindível ir à horta.
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