Ando a ler o livro “Portugal na Espanha Árabe”, de
António Borges Coelho. Sobre a nossa Idanha-a-Velha, informa do seguinte, na “I
Parte – Geografia”, capítulo “O Garbe no século X pelo mouro Ahmede Razzi",
subcapítulo “Do termo de Egitânia”:
«O termo
de Coimbra parte com o de Egitânia. Egitânia encontra-se a oriente de Coimbra e
ocidente de Córdova. É uma cidade muito antiga, situada sobre o Tejo, forte e bem
dotada com um território bem provido de cereais, de vinhas, de caça e de peixes
e um solo fértil. Neste território há fortes castelos onde o clima é muito são,
tal como o de Monsanto, que é muito sólido; o de Arroches; o de Montalvão, que
se encontra no cimo de um monte muito elevado; o de Alcântara que é uma bela
localidade. Há em Alcântara uma ponte sobre o Tejo de que se não poderia
encontrar semelhante no mundo; o território desta vila é propício à criação de
gado, à caça e à criação de abelhas. De Egitânia a Córdova são 380 milhas.»
Notas: Neste
mesmo subcapítulo, Ahmede Razzi faz referência ao castelo de Ourique (Ereyguez),
no termo de Beja; Garbe designava o território ocidental do Andaluz (Espanha
muçulmana), o qual abarcava o território ocupado hoje por Portugal e ainda as
cidades de Badajoz e Mérida; o Garbe (Ocidente) foi encurtando com a
Reconquista, até ficar reduzido ao Algarve, topónimo que dele deriva; a
Egitânia era pois a cabeça de um grande território, entre os territórios de
Coimbra, Santarém e Beja (Évora pertencia a Beja); foto do interior da catedral
da Egitânia, com seus arcos em ferradura, da época em que foi mesquita
muçulmana (de https://www.minube.pt/sitio-preferido/catedral-de-idanha-a-velha-a3651823).
José Teodoro Prata
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