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sábado, 2 de julho de 2011

O nosso falar: Lisboa branca

Veio o calor e com ele os primeiros figos. São os maiores do ano, por nós chamados figos do Algarve.
Que sejam do Algarve é natural, pois certamente os nossos antepassados mouros trouxeram-nos de Marrocos e o Algarve foi a região do actual território nacional onde os mouros ficaram mais tempo (711-1249).
E nunca diríamos figos do Minho, pois nesta região não faz calor suficiente para produzir figos.
Assim, é lógico dizer figos do Algarve. Mas já me espanta não encontrar quase ninguém a usar esta expressão fora de São Vicente da Beira. Eu próprio já só a uso na nossa terra, pois fora dela ninguém me entende. O nome mais comum que se usa é figos de São João, por darem na época da festa deste santo.
Algo parecido se passa com os figos Lisboa branca ou figos de Lisboa. Ainda na terça-feira a minha mãe me disse que certa figueira era de figos de Lisboa. Referia-se aos figos pingo de mel brancos.
É provável que este variedade tenha sido trazida de Lisboa, pois do seu porto saíam, já na Idade Média, grandes carregamentos de figos para o Norte da Europa. A variedade mais comum no Ribatejo e na Estremadura, as regiões agrícolas envolventes de Lisboa, seria pois a pingo de mel branca.
E os nossos antepassados chamaram-lhe figos de Lisboa, pois de lá vieram estas figueiras, para este interior.