domingo, 15 de maio de 2011

O nosso falar: pencas

Uma ida a São Vicente é um manancial para os Enxidros.
Ainda no domingo de Páscoa, encontrei-me com o Francisco Alves Barroso, pois as festas são momentos especiais pelo reencontro de amigos.
Conversámos sobre as nossas agriculturas, claro está!
"Então as tuas cerejeiras já dão prova este ano?"
"Já. Tinham bastantes cerejas, mas muitas não engrossaram, ficaram pencas, como diz a minha mãe."

Lamentou-se o Chico, desejoso de provar as cerejas da plantação que fez com o cunhado, lá para os Enxidros.
"É do frio. Também já me aconteceu o mesmo: num ano tinha as cerejeiras carregadas e depois deram poucas."
Do frio e da juventude da árvore, amigo Chico.


É curiosa esta palavra pencas, usada pela Ti Maria dos Anjos Alves.
O termo designa uma realidade exatamente oposta à deste caso concreto.
Penca é um nariz grosso, uma couve tronchuda, uma folha grossa e carnuda. Aqui, refere-se a uma cereja que mirrou, pele seca colada ao caroço, numa altura em que se esperava dela que ficasse carnuda e rubra.
Paciência, a natureza lá sabe as linhas com que se cose. «...pró ano já são mai muitas!"

Um comentário:

Anônimo disse...

As Cerejas ficaram pencas mas os morangos e as framboesas estão grandes e doces ...
Margarida Barroso