terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Capela de São Sebastião


A capela de São Sebastião, antes da recente restauração

É muito antiga, a capela de São Sebastião. No século XVIII, já se tinham perdido os papéis que ali autorizavam o culto religioso.
No ano de 1780,entrou em obras. Mas, em abril do ano seguinte, continuava «… sem portas que a defendam e sem mais ornato precizo para nella se celebrar…».
Não havia dinheiro para a acabar, nem para acudir à Igreja Matriz, «… com bastante indecencia principalmente nos estrados da mesma Igreja…».
Face ao problema, o juiz de fora (António Antunes da Trindade) convocou a nobreza e o povo, para uma vereação, no dia 29 de Abril de 1781.
Não tendo o povo posses para suprir as referidas despesas, o juiz de fora propôs que se vendesse a coutada destinada aos bois de arado.
«E visto o consentimento dos procuradores do povo e moradores interessados acordaram que se pozese a pregam a coutada…».
Os procuradores do povo eram António Mesquita de Carvalho e José Rodrigues Marques. Os moradores presentes foram: José Duarte Ribeiro, João Correia da Costa Cabral, João Duarte Ribeiro, João Barata de Gouveia, António …, Francisco António dos Santos, Jacinto Castanheira e Pedro Rodrigues. Tudo registado pelo secretário da Câmara Cláudio António Simões.
A coutada em causa não foi identificada. Era um terreno baldio, público como a Devesa, reservado à pastagem dos bois de trabalho. Em toda a freguesia, haveria duas a três dezenas de médios e grandes lavradores com posses para terem um ou dois, raramente mais, bois de trabalho. A coutada em causa, seria (?) a das Casas do Leitão, nas margens do ribeiro do Tripeiro. É a única ervagem que a documentação da época refere como destinando-se aos bois do concelho. Talvez a canada no passado existente na margem direita da Ribeirinha (atualmente da barragem) se destinasse à passagem dos bovinos para esta coutada.

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