terça-feira, 21 de maio de 2013

A fonte da Senhora da Orada 10

Nos anos quarenta, uma mulher de nome Júlia, dos Escalos de Cima, tinha o corpo morto. Espetavam-lhe alfinetes e não sentia. Foi para a Senhora da Orada, para tomar banhos, na fonte, ficando alojada na casa do ermitão. Depois de uma semana de banhos, começou a sentir as picadas dos alfinetes por todo o corpo. Pedia às pessoas para a picarem. Considerou milagre a sua cura.
Até poder, todos os anos ia à festa da Senhora, a pé, descalça, em romagem de agradecimento. Pelo caminho, vendia pinhões.

Em rapaz de São Vicente, criado do senhor Paulino, nos anos quarenta, dormia numa casa da serra. Um dia tolheu-se de todo. Foi preciso levá-lo num padiola, para a casa do ermitão da Senhora da Orada, por uma vereda, onde passou o Natal. Depois de quinze dias de banhos, com a água da fonte da Senhora da Orada, começou a andar.


Informador: Etelvina Teodoro (Casal da Fraga)
Estudo: Águas e Curas Milagrosas na Serra da Gardunha - A Fonte da Senhora da Orada
Autor: Albano Mendes de Matos (natural do Casal da Serra)
Publicação: Medicina da Beira Interior da Pré-História ao Século XX - Cadernos de Cultura, N.º 13, Novembro de 1999

José Teodoro Prata

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