terça-feira, 1 de março de 2016

Uma excelente notícia

Depois das últimas publicações que tanto nos preocuparam (oxalá continuem a preocupar-nos enquanto a situação não estiver resolvida), penso que temos uma boa notícia.
Já não ia à Senhora da Orada há algum tempo. Fui lá hoje e nem queria acreditar quando cheguei ao alto de onde já se avista o terreiro e vi que andavam a fazer obras no edifício que serve da arrecadação e instalações sanitárias.


Não sendo a solução ideal (se fosse eu a mandar e pudesse pagar, mandava fazer um edifício mais discreto e integrado na paisagem), acho que está bem melhor assim e o recinto ganhou alguma dignidade. Também já não sentimos vergonha nem indignação quando lá vamos ou alguém nos visita.

Num passeio pelas margens da ribeira, no caminho antigo, encontrei esta cruz.


Já lá deve estar há muito tempo, mas nem o Joaquim Teodoro que por ali nasceu e se criou, nem o senhor Miguel Campos, o último morador das Quintas, me souberam dizer ao certo o seu significado. Será que alguém morreu naquele sítio? Será uma Alminha? Parece…


M. L. Ferreira

7 comentários:

José Teodoro Prata disse...

1. O projeto primitivo era melhor em termos paisagísticos, porque mais baixo, mas não se concretizou e ponto final. Agora optou-se pela solução mais económica, recuperando o antigo edifício que, embora degradado, acho que era adequado às funções para que foi construído: arrecadação e sanitários. Eu fiquei encantado e aliviado: já não vou sentir vergonha quando lá voltar com os meus amigos de fora.
2. Mais uma vez se confirma a opinião que venho formando sobre a atual Junta: excessivamente discreta.
3. Quanto à descoberta da cruz, eles não te falaram nela, porque faz tão parte do seu mundo que nem a notam ou nem a acham importante. Mas era: no passado, durante séculos, o povo, em procissão/cortejo fazia novenas à Senhora da Orada, durante a Quaresma; acho que a cruz servia para anunciar a chegada ao espaço sagrado.
4. Lembrei-me há dias de o nosso próximo passeio ser à Senhora da Orada, pela recém marcada rota da Senhora da Orada. Se o José Manuel e/ou o Pedro Gama conseguissem organizar uma novena, à moda antiga, é que seria ouro sobre azul! Ainda se fazem novenas individualmente ou em pequeno grupo, não é necessário ser muito diferente.

Anônimo disse...

Já depois de ter enviado a notícia das obras na Senhora da Orada, falei com o Pedro Gama que me deu uma explicação para a cruz muito próxima da do José Teodoro (este Pedro sabe tantas coisas sobre a história da nossa terra que às vezes me deixa de boca aberta!).
Sobre a Ladainha, que bom se fosse possível! No domingo à noite juntámo-nos meia dúzia de gatos-pingados à porta da Misericórdia para fazermos a Ladainha e cantar os Martírios, mas éramos tão poucos que não se fez nada. E não jogava o Benfica…
Pode ser que no próximo domingo apareça mais gente e se possa combinar a ida à Senhora da Orada ainda este ano.

M. L. Ferreira

José Teodoro Prata disse...

Pode não ser agora na Quaresma (embora devesse). Ainda se fazem novenas durante todo o ano!

Anônimo disse...

Não é má ideia a realização de uma novena saindo da vila em direcção à Senhora da Orada. As novenas são um acto de louvor ao Pai e têm a duração de nove dias. São manifestações de fé feitas em grupo. Nos nossos dias ainda há crentes que durante esse tempo fazem a caminhada à Senhora da Orada, ao longo do trajecto vão rezando -terço- para que a Senhora lhes concedam as graças que necessitam. Louva-se o Pai, o Filho e o Espírito Santo
Jesus após a ressurreição apareceu a Maria de Magdala, esta foi dar a boa nova aos discípulos que se tinham trancado numa casa com medo dos Judeus, Jesus apareceu-lhes e disse "a paz esteja convosco; recebei o Espírito Santo "João 20-19, 21 e seguintes.Durante nove dias os apóstolos tiveram medo, depois saíram pregar a boa nova.
-Quanto à cruz que se encontra perto do santuário, o meu pai contava que o meu avô-Manel da cadeia- dizia que a Senhora da Orada tinha três cruzes:-esta, a cruz que assinala o lugar da aparição e uma outra igual a esta. Nesse triângulo existe escondido um tesouro!?
Também me contava que aquelas "cruzes" eram os "marcos" que sinalizavam todo aquele "couto" propriedade da comenda de Avis.
Quem introduziu o culto foi D. Nuno Alvares Pereira. São Muitas as igrejas e capelas -principalmente no Alentejo- com nome, Orada.
Sousel, Avis, Freguesia da Orada no concelho de Borba... Nome bonito Ermida, oração, isolamento, paz.
A casa do ermitão ainda hoje ostenta uma cavidade onde outrora existia um brasão com as armas de Avis. Alguém se encarregou de o remover, mais tarde a pedra foi encontrada -mutilada- na ribeira. As cruzes terão tido o mesmo fado!?
Sinais! Novena! Marco!?...
J.M.S

José Teodoro Prata disse...

A pedra com o brasão de Avis foi tirada pelo ti Manel Romualdo, a pedido do Pe. Branco, e está guardada.

Anônimo disse...

Se fosse o José Cid ou Tony das Camionetas ou mesmo o Emanuel fariam uns versos mais ou menos assim:

Nossa Senhora da Orada
Quem vos fez os sanitários?
Foi a Junta de S. Vicente,
Com imensa discrição,
Causando estes comentários,
E mais a nossa admiração!

Agora um pouco mais a sério: acho que a coisa poderia ter sido mais bem integrada na paisagem como refere o ZT. Seja como for, está melhor do que estava! Pois claro! Correndo o risco de repetição, digo o seguinte: é uma pena que as coisas vão melhorando à medida que mais pessoas saem das aldeias (ou vilas) para a cidade e do interior para o litoral. "Mea culpa". Estava a lembrar-me do que V. aqui dizem sobre as tradições que já não se cumprem por falta de pessoas!! Há uns anos ainda se fazia a Ladainha todos os domingos à noite, onde predominavam os homens. Mas a Encomendação das Almas (salvo erro, às sextas feiras) era quase sempre com a Ti' Aurélia e com a Ti' Janja. Infelizmente, já cá não estão. E quando morre um(a) do(a)s nosso(a)s, morre um pouco de tudo isto!
Abraços.
ZB



















Anônimo disse...

A Senhora da Orada é outro dos nossos lugares míticos e é tão reconfortante ver que há pessoas que se preocupam com a sua recuperação. Desde anos atrás que se vem registando essa preocupação.
Ficaria melhor, na verdade, um edifício mais discreto e até de xisto,
mas o dinheiro é pouco e as pessoas pelo que dizem, bem poucas são também para se envolverem neste tipo de aventuras.
FB