domingo, 28 de agosto de 2016

O nosso falar: rabeiras

Rabeiras vem de rabo, cauda, o que fica para o fim.
No que aos cereais diz respeito, pois é isso que aqui me traz, o significado que apresenta o dicionário da Academia das Ciências de Lisboa 2001 é: «6. Resíduos miúdos que ficam depois de joeirados os cereais; pragana do grão.»
Mas a minha mãe dá-lhe ainda outro significado. Há dias, conversávamos sobre a alimentação dos galináceos em geral, os perigos das farinhas com aceleradores de crescimento e medicamentos.
Ela respondeu-me que não havia perigo, pois comiam rabeiras que o João Ventura vendia. Tentei entender e explicou-me que eram uma mistura de cereais mais reles que não eram aproveitados para fazer farinha.
Penso que são sacos com uma mistura de sementes, nem todas de cereais, mas também de gramíneas e leguminosas.
Em todo o caso, para a minha mãe, rabeiras são restos de cereais, os que não prestaram para farinar e por isso são dados aos animais.

José Teodoro Prata

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