sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Fontes: Enguernal

Há anos, o José Martins protestou por eu escrever Engarnal (ele queria Ingarnal). 
Mas era como eu encontrava escrito na documentação dos séculos XVIII e XIX.
Agora encontrei Enguernal, num registo de 4 de junho de 1730.
Terá sido erro do Vigário ou era a forma antiga de dizer?
O tempo o dirá.
Segue-se o registo e o pormenor onde se encontra a palavra (à direita, a meio).
O documento também traz a forma antiga do nome Sobral: Soveral



José Teodoro Prata

Um comentário:

Anônimo disse...

Os nomes das pessoas, dos lugares e a linguagem em geral, tudo é muito dinâmico. A língua, como qualquer instituição, precisa de períodos longos de organização social para se poder autonomizar. E, ainda assim, a sua evolução não pára! (uso aqui a grafia anterior do verbo parar). Cá está um exemplo! E lembremo-nos do que aconteceu, no início da nacionalidade, com o galaico-português. Em que os autores escreviam meio português e meio castelhano! Aliás, o galego é ainda uma fusão destas duas línguas. Não admira, por isso, que os documentos do séc. XVIII, desenterrados pelo ZT, tragam grafias de nomes, diferentes de outros mais recentes (ou mais antigos)! Sendo assim, são muito prováveis as divergências de opinião, sobretudo entre linguístas. Como acontece com Ingarnal. Julgo ser esta a grafia atual. Pelo menos é o que está indicado numa placa em Almaceda.
Tudo isto para dizer o quê? Para dizer que todas as grafias estão certas no seu tempo! O que é preciso é que, em cada época, se escreva de acordo com as regras convencionadas. Só assim saberemos de que pessoa, coisa ou lugar estamos a falar. Pode-se até discordar de algumas dessas regras (é o meu caso relativamente ao atual acordo ortográfico!). Desde que essa discordância não ponha em causa a possibilidade de nos entendermos e comunicarmos!
Abraços.
ZB