sábado, 8 de setembro de 2018

Mais de Domingos Nunes Pousão

Síntese do que já foi apresentado neste blogue:

- Domingos Nunes Pousão, do Violeiro, era filho de Domingos Fernandes, de Pousafoles, e Isabel Nunes, do Violeiro. Foi sargento-mor da capitania-mor de ordenanças de São Vicente da Beira.
Domingos Fernandes era filho de António Fernandes e Isabel Antunes.
Isabel Nunes era filha de Domingos(?) Fernandes o Velho e de Maria Gonçalves(?).

- Domingos Nunes Pousão casou com Brites Maria Cabral de Pina da Quinta da Canharda, Fornos de Algodres.
Tiveram 6 filhos: João (padre, que viveu no Fundão); Manuel e Estêvão (padres, que viveram em S. Vicente da Beira); Joana e Brites (solteiras, que viveram em SVB com os irmãos); Maria (que casou com Teodoro Faustino Dias, capitão de ordenanças da capitania de Tinalhas)
Maria Cabral de Pina e Teodoro Faustino Dias tiveram dois filhos: o Pe. Estêvão Cabral de Pina, jesuíta, que faleceu em SVB, mas foi sepultado em Tinalhas; e Eusébia Cabral de Pina que deu origem à linhagem dos viscondes de Tinalhas.

A novidade é que o Sargento-Mor Domingos Nunes Pousão, do Violeiro, era Cavaleiro Fidalgo, por mercê do Rei D. João V, em 1724 (Registo Geral de Mercês, Mercês de D. João V, livro 15, fólio 339)
Agradeço a José Cabral, descendente dos Cabrais da Quinta da Canharda, o envio desta informação.
Relembro que o avô materno de Domingos Nunes Pousão era, talvez, da família dos Velho, gente ilustre em SVB, nos séculos XVII e XVIII.
Talvez, porque Velho aqui tanto pode designar apelido de família, como servir para diferenciar o pai (velho) do filho (novo), ambos com o mesmo nome. Admito a 1.ª hipótese, porque Velho está com maiúscula. E de algum lado, certamente de todos os costados, viria a riqueza, para ser cavaleiro fidalgo, em 1724.

José Teodoro Prata

6 comentários:

M. L. Ferreira disse...

O poder destes Pousão!
Como se não lhes bastassem as terras, com tantos padres na família, deviam controlar tudo. Bem sabemos o poder do clero, que vinha lá muito de longe e chegou aos nossos dias...

Anônimo disse...

O padre Estêvão Dias Cabral, nasceu no dia 22 de Fevereiro de 1724 em Tinalhas.
Tinha 14 anos quando entrou no colégio dos jesuítas em Coimbra. Reinava em Portugal D. José; Sebastião José de Carvalho e Melo era o ministro todo poderoso. Por motivos políticos publicou um decreto que expulsava os jesuítas de Portugal.
Aqueles que não tivessem recebido ordens sacerdotais podiam ficar.
Estêvão Cabral ainda não tinha recebido o sacramento da ordem. Seu pai preocupado, deslocou-se a Coimbra para convence-lo a regressar para administrar os bens da família
Este, não aceitou o convite e partiu para Roma onde continuou a estudar matemática. O papa Clemente XIV, nomeou-o mestre do colégio romano. Foi um professor brilhante; trinta anos depois regressou a Portugal
Assim que chegou a Lisboa, partiu para Tinalhas afim de visitar os seus.
Já não viu o seu pai, tinha falecido há quatro meses. D. Maria I, era a rainha reinante na altura, chama-o a Lisboa onde o visconde de Vila Nova da Cerveira o encarregou de estudar as margens do rio Tejo; "tinha estudado afincadamente hidráulica em Roma". Inventou um instrumento que determinava a velocidade e a quantidade das águas que corriam no leito, um outro que elevava a água nos sifões em grande quantidade
Depois uma vida longa, foi viver para a vila de S. Vicente da Beira, tendo falecido no dia 1 de Fevereiro do ano 1811.
J.M.S

Jaime da Gama disse...

Bom dia a todos os Leitores e seguidores deste Blogue, esta familia foi de certeza muito importante na Vila e concelho de São Vicente, tenho feito alguma pesquisa de todas as familias e desta alguns dados que recolhi e que parecem muito interessantes.
Ora bem a Familia Cabral de Pina residente neste Concelho tem origens em Fornos de Algodres mas claro não ficará por aqui pois com o evoluir da conquista de Portugal e cargos importantes que eram atribuidos a familias ricas certamente seriam mais do norte de Portugal mas ficamos por Fornos de Algodres ou Gouveia.
Estevão Álvares de Pina Natural de Fornos de Algodres casa com Marianna Cabral natural de Abrunhosa-a-Velha, Mangualde e têm dois filhos Brites Maria Cabral e Estevão Cabral de Pina que foi Padre pois este aparece no registo de batismo do filhos da irmã Brites Cabral de Pina que casou em São Vicente da Beira a 10 de maio de 1714 com Domingos Nunes Pousão (Sargento-Mor) com os seguintes filhos:
Joanna Cabral de Pina, sem geração
Padre Joam Cabral de Pina, sem geração
Maria Cabral de Pina, Violeiro, São Vicente da Beira, Casou com Teodoro Faustino Diaz
Brites Maria Cabral, São Vicente da Beira, 16 de out de 1718, sem geração
Padre Estevam Alvares de Pina, Almaceda, 20 de jun de 1720, sem geração
Padre Manoel Cabral de Pina, São Vicente da Beira, 6 de jan de 1723, sem geração
Maria Cabral de Pina e Teodoro Faustino Diaz casaram na capela da Nossa Senhora do Bom Sucesso
no Violeiro, São Vicente da Beira a 29 de julho de 1732 tiveram dois filhos:
Eusébia Dias Cabral e Padre Estevão Dias Cabral, 23 de fev de 1734.
Após a morte de sua mulher Maria Cabral de Pina depois de 1750 tornou-se Padre, penso que o José (autor do Blogue) já falou deste Padre e dai o nome do Cabeço do Padre teodoro.
Se não estou errado o Padre que o JMS comenta será o Tio que nasceu a 20 de janeiro de 1720.
O que é estranho é a mulher do 2º Visconde de Tinalhas Maria José de Meireles Guedes Cabral que nasceu a 11 de mai de 1852 no Carregal, Dornelas do Zêzere e era neta Paterna de Dona Antónia de Meirelles Cabral natural de Tinalhas.

Anônimo disse...

O padre Estêvão Dias Cabral, não nasceu em 1724, mas no dia 23 de Fevereiro do ano 1734
As gralhas são levadas do diabo
P.S:- Existe em Tinalhas um largo com o seu nome
J.M.S

Jaime da Gama disse...

A dúvida que eu tinha sobre o 2 Visconde de Tinalha ficou desvendada após a ligação que faltava, o 2º Visconde de Tinalhas, Tomás de Aquino Barriga da Silveira Castro e Camara era 2º primo da esposa Dona Maria José de Meireles Guedes Cabral, netos de duas irmãs, Dona Joana de Meireles Guedes Cabral avó do 2º Viscondes e Dona Antónia de Meirelles Cabral avó da esposa.
A esposa do 2 Vicondes era irmã do Ilustre António Meireles Cardoso Gramacho
5 de abr de 1829, Carregal - 28 de ago de 1917, Figueira da Foz.
As Avós do 2º Visconde eram filhas de António Joze Ferreira Meireles Gramaxo e Dona Eusébia Dias Cabral, esta natural de Tinalhas filha de Theodoro Faustino Diaz e Maria Cabral de Pina e irmã do dito Padre Estevão Dias Cabral.

Jaime da Gama disse...

Na manhã de quinta feira 30 de Agosto de 1917 10 horas o portão da luxuosa e ampla moradia com jardim,situada na esquina das ruas Bernardo Lopes e engenheiro Silva, na Figueira da Foz , abriu-se dando entrada a carreta dos pobres, puxada por muar da abegoria municipal, para conduzir a última morada, cadáver do dono da casa falecido no anterior dia 28.
No exterior formou-se extenso cortejo de individualidades da sociedade figueirense, representantes de diversas associações locais , que o defunto auxiliou .Muitos curiosos manifestavam estranheza pela presença da carreta da Misericórdia, explicação simples, extinto deixou expresso esse desejo.
António Meireles Cardoso Gramacho, abastado proprietário e capitalista,havia nascido na aldeia de Carregal do Zêzere , freguesia de Nossa Senhora das Neves de Dornelas, Concelho de Pampilhosa da Serra,no dia 5 de Abril de 1829,residindo há muitos anos na cidade da Figueira da Foz.
Seus pais foram o bacharel Teodoro Cardoso de Meireles,natural do Carregal , e Dona Luísa Meireles Taborda Leitão ,ambos residentes que foram no Carregal.
António Meireles Gramacho , casou com Dona Carlota Mendonça Castro Lemos,natural de Cernache do Bom Jardim, não tiveram descendência.
Hábil administrador, António Gramacho,vendeu bens no Carregal, comprou acções da Companhia do Caminho de Ferro da Beira Alta, e muitos hectares de Terrenos na area de expansão da Figueira da Foz,multiplicando a fortuna de modo ser considerado dos mais ricos da região.
A sua protecção fez rumar, a cidade foz do Mondego,muitos naturais da freguesia natal.
No testamento declarava herdeira universal a esposa, na falta desta alguns familiares,com relevância para sua irmã , Viscondessa de Tinalhas.
A influencia da família Meireles Gramacho, manteve-se por mais tempo, curiosamente quando fundaram a Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra em Lisboa no ano de 1941, uma das iniciativas primeiras da instituição, colónia balnear infantil na praia da Figueira destinada as crianças pobres da Pampilhosa, concretizou-se graças ao contributo da ilustre familia.
António Meireles Gramacho, ultimo senhor da casa do Carregal.Seu pai deteve a maior fortuna do Concelho de Pampilhosa.
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