sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Poesia BIO



APRENDER A FAZER ALGO

I
Tinha linhas e agulha,
Mas faltava-me o modelo.
Saí ao meu quintal e vi
Uma aranha bem ocupada
E zás, a obra bem acabada.

II
Peguei nas linhas na agulha.
E segui o desenho.
Fiz um tal naperon, em teia bem acabado.
E em cima da mesa, muito bem representado.

III
Outro dia sentei-me, um pouco para descansar.
Então vi um formigueiro e formigas a passar.
Umas iam outras vinham, lá ao seu formigueiro.
E todo o santo dia, trabalham sem parar.

IV
Mas quem não viu já,
Um carreiro de formigas?
Mas olhem, reparem bem,
As que vão ao formigueiro.
E as que dele vêm,
Para contar com a outra.
Alguma coisa já tem.

V
Até é, como que se beijam.
Eu fiquei admirada,
Quando as olhei e vi,
Naquele banco sentada.
A natureza tanto tem para nos dar,
É um livro aberto,
Onde se estende o olhar.

Maria Ascensão Candeias dos Santos

Adelino Costa

2 comentários:

M. L. Ferreira disse...

Adorei o naperon e a comparação com a teia de aranha. Há lá coisa mais delicada, principalmente naqueles dias de inverno em que se enchem de gotas água?

José Teodoro Prata disse...

A Ascensão já nos orgulhara com o seu desempenho na noite de poesia, 3.ª feira de Festas, e agora volta a brilhar com este poema tão ligado às coisas simples da vida.