terça-feira, 5 de novembro de 2019

Passeios e afins

Impõe-se um esclarecimento relativamente à organização (ou à falta dela) de passeios pedestres pela nossa freguesia, assim como de excursões a lugares significativos para alguns dos nossos antepassados.
1. Nunca pretendi criar uma organização que promovesse este tipo de iniciativas, até porque coletividades já nós temos que cheguem, falta é gente para as dinamizar e participar nas suas atividades.
2. Nunca a Junta de Freguesia, a atual e todas as anteriores, encarou estas atividades como suas, embora colaborasse sempre. Não são da sua competência, embora noutras freguesias isso aconteça.
3. Existem na nossa freguesia várias instituições que poderiam promover este tipo de iniciativas, mas isso não acontece, embora no passado o GEGA já o tenha feito.
4. Os passeios que promovi, com a colaboração das juntas e de amigos, foram gestos de boa vontade, sem outras ambições que passar uns bons momentos. O problema é que não atraímos ninguém de fora e, se houver um acidente, não existe cobertura.
Se calhar temos de repensar tudo, até porque várias associações estão a definhar e talvez seja necessária uma reorganização global. Mas isso só acontecerá quando as pessoas quiserem, temos de deixar amadurecer as coisas (mas agir antes que caiam de podres).





José Teodoro Prata

4 comentários:

M. L. Ferreira disse...

Creio que há algumas coisas que distinguem os passeios pedestres que se têm realizado na nossa terra das caminhadas que se fazem na maior parte das outras terras e que conseguem atrair muita gente das localidades à roda. Para mim, a principal é que não se trata apenas de exercício físico (caminhar), e convívio, também importante, mas são sobretudo uma lição de história sobre São Vicente (para além das muitas histórias que se iam contando pelo caminho). Infelizmente para este tipo de coisas não há muito “público”.
Foi a partir da primeira vez em que participei, já lá vão alguns anos, que tive consciência da muitos aspetos da vida dos lugares e das pessoas da nossa terra, e ganhei o gosto por ir por aí, muitas vezes sozinha, à procura.
Deve ser por isto que achamos que estes passeios só podem continuar a ser organizados por ti, que és das pessoas que mais sabem sobre São Vicente.

José Teodoro Prata disse...

A questão não é se eu oriento, mas quem organiza e quais os objetivos que temos (podem ser os que tivemos até agora, mas temos de o assumir que não queremos nada com intacto regional).
Por outro lado, se da tua quase queda no passeio da barragem tivesse resultado algo grave (foi por um triz), de quem era a responsabilidade?Dirás que tua, mas não podes andar com porreirismos.
Há dois anos, regressava do Porto com 3 autocarros cheios de alunos. Na zona de Pedrógão, um avariou e o chefe da Auto-Transportes mandou-nos regressar distribuindo os alunos pelos outros dois autocarros, pois não ia mandar outro.
Não queríamos regressar, mas a alternativa era ficar num pinhal ardido, toda a noite, completamente às escuras, sem água, nem comida, com 45 adolescentes.
Regressámos, pois sabíamos que a GNR tinha conhecimento da nossa situação. Mas, em vez da ajuda que esperávamos, aguardavam-nos à entrada de CB, fomos todos (12 professores e cerca de 130 alunos) levados para a sede da GNR, onde fomos todos identificados e corre processo jurídico.
Esta ocorrência abriu-me os olhos.

José Barroso disse...

Já não fui a tempo de comentar o post anterior. Toda aquela situação de vivências contada pela ti' Eulália (e de novo publicada), é muitíssimo interessante. Só por si, merecia um estudo sociológico! E o que é curioso é que é estranhamente bela! Com certeza, não pela parte do conteúdo em que se demonstra a vida difícil das pessoas pobres da Vila; mas porque, sendo tão crua, acaba por retratar tão fielmente essa mesma vida e, por isso, nos põe perante um quadro tão realista que ao mesmo tempo fere, mas que nos leva a outros tempos que (num certo sentido, obviamente) eram tão bons!
Em relação aos passeios, creio ter reconhecido as fotografias de um passeio vosso de há uns anos atrás! Com razão nos queixamos da falta de pessoas para organizar e participar! E connosco todo o Interior. Mais uma vez vem à colação o que noutras ocasiões aqui dissemos: não tivemos a capacidade de evitar (ou pelo menos minimizar) esta tragédia; pois que de uma tragédia se trata! Tragédia, que consiste na destruição das famílias e da relação das pessoas com as suas origens! Destruição provocada pelo afastamento!
Bem sei que a luta para evitar a desertificação nem os governos a podem ganhar. Alguém me diz o que esteve a fazer um secretário de estado em Castelo Branco na anterior legislatura? Ficou a intenção, o que talvez já não seja mau! Mas receio (como já vi escrito) que a ministra do mui novel Ministério (qualquer coisa) da Coesão Territorial não tenha conteúdo funcional para o seu mester ...!!
Todos sabemos a solução. Essa é o investimento. E, infelizmente, não aparece nenhum árabe, russo ou americano interessado e com capacidade financeira; já que, quanto a vontade, pelo menos na Vila, nós nunca a tivemos!
Posso dizer-vos ainda que já muitas vezes me lembrei de, juntamente convosco e com outras boas vontades, podermos discutir num forum tipo "Jornadas Vicentinas", os nossos problemas neste e noutros domínios. Ora, o Jornal do Fundão, já fez as "Jornadas da Beira Interior" por vários anos. As conclusões estão publicadas. Teve mérito. Mas pergunta-se: e os benefícios reais dessa iniciativa? Nenhuns! A Universidade da Beira Interior na Covilhã (incluído um curso de Medicina) não foi criada por causa dessas Jornadas. Mas foi bom. Lá está, um investimento do governo Guterres (porque ele passava férias nas Donas, Fundão). Mas quantos alunos da UBI ficam nesse mesmo Interior...?!
Abraços, hã!
JB


Conceição Teodoro disse...

Ainda sobre os passeios, também os considero muito enriquecedores e haverá certamente uma forma de acionar um seguro e cada participante pagará o que for determinado. Quase todos os passeios organizados na região têm a colaboração dos Caminheiros da Gardunha. No ano passado fizemos uma caminhada no Souto da Casa e a Presidente da Junta confidenciou que pedia sempre o seu contributo.