quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

A Estrada Nova

http://www.radiocastelobranco.pt/audioteca/

(Clicar no último História ao Minuto)
José Teodoro Prata

2 comentários:

M. L. Ferreira disse...

Para quem não saiba e estiver interessado, há uma publicação, aqui no blogue, do mês de setembro de 2009, que dá algumas achegas interessantes a esta crónica.
Para quem goste muito de caminhar, deve ser uma estrada bonita para se fazer a pé, se ainda existir e não tiver ardido a floresta à roda. Mas há uma alternativa para quem queira ir de carro, que vai da Enxabarda, pelo Açôr, até Janeiro de Cima, quase sempre pelo cimo da serra. A paisagem é muito bonita e é provável que, pelo menos nalguns troços, o percurso coincida com o dessa Estrada Nova mandada construir pelo Marquês de Alorna no início do século XIX.

Jaime da Gama disse...

Pedro José de Almeida Portugal, 3º Marquês de Alorna, era neto materno de D. Francisco de Assis de Távora e Vice-rei da Índia e de Leonor Tomásia de Lorena e Távora, casou a 19 de fevereiro de 1782 com Henriqueta Júlia Gabriela da Cunha, 1ª filha de Manuel Carlos da Cunha e Távora, 6º Conde de São Vicente e de Luísa Caetana de Lorena.
O trisavô Francisco de Távora era irmão do 2º conde de São Vicente, D. Miguel Carlos de Távora casado co a Condessa Maria Caetana da Cunha (filha do 1º conde de São Vicente João Nunes da Cunha (Vice-rei da Índia), que eram trisavós da esposa Henriqueta Júlia Gabriela da Cunha.
D. Álvaro da Costa, Armeiro mor foi trisavô de Tomás de Noronha que era cunhado de João Nunes da Cunha por casamento, as mulheres eram irmãs, a esposa de Tomás de Noronha era Madalena de Brito e Bourbon e de a de João Nunes da Cunha era Isabel de Bourbon.
Estou a falar de três famílias poderosas do Reino de Portugal ligadas à Vila de São Vicente: Família Costa, Cunha e Távora.

Relativamente à “Estrada Nova”, naturalmente haveria uma grande força de ligar a Beira à capital, pois estas famílias teriam grande interesse.
Houve complicações nas nossas relações diplomáticas com a Espanha, o governo teve que se preparar para a guerra, o marquês de Alorna teve o comando das tropas que se uniram na Beira, requisitou mais forças, dinheiro e recursos indispensáveis para uma boa defesa. Valendo-se do seu próprio crédito, abasteceu Almeida, e com a sua reconhecida energia conseguia fazer das rochas do Monsanto uma praça de guerra, e construir na Guarda um forte com casamatas à prova de bomba, fortificou a posição das Talhadas com três redutos e outros entrincheiramentos, pôs o castelo de Vila Velha, que era um montão de pedras, em estado de se defender, levantando flechas e trincheiras, fez algumas obras nos arredores de Sortelha e Celorico, criou um Hospital no Fundão, estabeleceu nesta vila, em Cardigos e Celorico, armazéns para abastecimento das suas posições e com o fim do facilitar as comunicações para Abrantes, uma sofrível estrada, que ficou com o nome do estrada do Marquês de Alorna.
Mas estamos a falar de Távora, pois bem os avós maternos do 3º Marquês de Alorna, Francisco de Assis de Távora e Leonor Tomásia de Lorena e Távora a 13 de junho 1759 Vítimas da conspiração conhecida como o "Processo dos Távoras", acabou por ser executado, junto com a Casa dos Távoras, o 3º Marquês de Alorna era uma criança inocente como outra foi poupado a esta tragédia. Por morte do Rei D. José em 1777, D. Maria I subiu ao trono, e uma das primeiras coisas que fez foi dar liberdade aos presos do Estado; o 2º Marquês de Alorna, D. João de Almeida Portugal ficou livre e restituído à sua família, o filho D. Pedro de Almeida recebeu o título de conde de Assumar, e passou a ocupar na corte o lugar a que tinha direito pelo seu nascimento fidalgo. Seguiu a carreira das armas, e sendo coronel de cavalaria, Em 1795, alcançou o título de marquês, concessão de D. Maria I, pelas cartas do 4 e 14 de abril, com as honras do ofício de vedor da Casa Real, e a graduação de marechal de campo.