Mário de Souza
Mário de Souza da Cunha Pignatelli foi
batizado na freguesia de Salvador, Penamacor, no dia 26 de novembro de 1886. Era
filho de Francisca de Souza, nascida nos Escalos de Cima, e de José da Cunha
Freire Pignatelli.
Com apenas dez anos de idade, após ter
concluído a instrução primária, a mãe enviou-o para Lisboa, a fim de prosseguir
os estudos na Real Casa Pia de Xabregas. Aos 18 anos, começou a
trabalhar na Companhia dos Correios e Telégrafos, vindo a alcançar a posição de
Director Distrital, com assento na Guarda.
Assentou praça em Penamacor, no dia 3 de junho
de 1906, e, apurado para servir na Arma de Engenharia, alistou-se no Regimento
de Infantaria de Reserva n.º 21.
Licenciado, foi domiciliar-se na freguesia de
Santos o Velho, em Lisboa. Apresentou-se novamente para serviço ordinário, por
um período de 30 dias, nos termos do nº 2 do Art.º 31 do regulamento para a
organização das reservas do exército, em 1 de agosto de 1907.
Passou ao DRR n.º 21, em 31 de outubro de 1907,
e mudou a residência para Castelo Branco. Em 16 de janeiro de 1911, passou ao
DRR n.º 2, indo domiciliar-se na freguesia de Belém, Lisboa.
Em 1917, foi mobilizado para participar na
Grande Guerra, tendo seguido de comboio para França, no dia 9 de junho de 1917,
integrado no Serviço Postal nº 8 do CEP, Serviço de 2.ª Linha, com o posto de
1.º Aspirante de Correios, com a graduação de Alferes.
No seu boletim individual do CEP consta apenas
o seguinte:
a) Transferido para
o S.P.C. 4 (Serviço Postal em Campanha nº 4), a 10 de janeiro de 1918;
b) Licença de
campanha por 45 dias, em 14 de janeiro;
c) Colocado como
chefe do S.P.C. 4, em 4 de fevereiro;
d) Colocado com
adjunto do S.P.C. 8, por ordem de 9 de agosto;
e) Abatido ao
efetivo, em 23 de março de 1919, regressou a Portugal a 31 do mesmo mês.
Desembarcou em Lisboa, a 3 de abril.
Condecorações: Medalha comemorativa da Campanha de França.
Por ter completado o tempo de serviço obrigatório,
foi-lhe dada baixa a 3 de julho de 1921, ficando obrigado, em tempo de guerra,
a concorrer para a defesa local até aos 45 anos de idade, mas sem encargo algum
em tempo de paz. Passou à reserva para todo o serviço militar, em 26 de novembro
de 1931, por ter completado 45 anos de idade.
Família:
Antes de ter sido mobilizado para participar
na Grande Guerra, Mário de Souza já era casado com Judite Santareno e residiam
em Évora, localidade onde lhes nasceram os seus 2 filhos:
1. José Santareno de Souza da Cunha Pignatelli (condecorado com a Laureada
Cruz de São Fernando pela sua participação na Missão Militar Portuguesa de
Observação durante a guerra civil de Espanha) que casou com Maria Joana
Casanova Dias Ferreira. Tiveram dois filhos, ambos com descendência;
2. Mário José Santareno de Souza da Cunha
Pignatelli que casou com Maria Júlia Mesquita dos Santos. Tiveram 6 filhos,
todos também com descendência.
Após ter-se retirado
da vida profissional (nesta altura estaria colocado como Diretor de Correios e
Telégrafos na cidade da Guarda), domiciliou-se em São Vicente da Beira onde
passou a gerir as suas propriedades. Foi também Provedor da Santa Casa da
Misericórdia, mas por um período muito curto, uma vez que faleceu passado pouco
tempo de ter tomado posse do cargo.
Mário de Souza da
Cunha Pignatelli morreu em São Vicente da Beira, no dia quatro de Abril de
1947. Tinha 62 anos.
(Pesquisa feita com a
colaboração da bisneta de Mário de Souza, Marina da Cunha Pignatelli)
Maria Libânia Ferreira
Do livro Os Combatentes de São
Vicente da Beira na Grande Guerra
Um comentário:
Este Mário de Souza está ligado a uma história digna do nosso Conta-me histórias! A ela chegaremos, quando for contada numa sessão.
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