A exposição atualmente no Centro de Cultura Contemporânea de
Castelo Branco é absolutamente a não perder!
Consta de uma mostra de 60 fotografias selecionadas de entre
milhares, do fotógrafo amador António Cezar d´Abrunhoza (1881-1941), por Leonel
Azevedo. O restaurante O Lagar, na Póvoa Rio de Moinhos, está decorado com
fotos deste artista.
A foto que aqui se mostra faz-me lembrar o regresso da minha
família paterna à sua terra, São Vicente da Beira. Cerca de1942, o meu avô
Francisco decidiu deixar o seu trabalho de hortelão, na Feiteira, Castelo
Branco, propriedade da família deste fotógrafo, mas não fora ele que vivera na quinta,
pois o patrão era empregado bancário, segundo o meu pai. A tia Celeste era
ainda uma criança, mas tinha de tratar das vacas e restante ganal, além de
fazer trabalhos domésticos, mas a patroa espancava-a, por tudo e por nada. O
meu avô revoltou-se: “Porrada nos filhos, só ele!” Mandou vir um carro de bois,
embrulhou as tralhas numa manta e ala para a Vila.
Nessa altura, o meu pai, António Teodoro, tinha 16-17 anos e
andava a trabalhar como servente na construção do Liceu de Castelo Branco
(1941-44). Depois foi para o Balcaria, acima da Senhora da Orada, como pastor
do tio Joaquim Teodoro. Ali terá ficado até voltar a Castelo Branco, para fazer
a tropa.
Ele nasceu em Castelo Branco, em 1925, numa casita da Quinta
da Granja, que existia em frente à fonte da estrada que vai para as Sarzedas.
Esse palheiro existiu ali até à recente urbanização da Granja. Nessa altura, o
avô Francisco era o hortelão dessa quinta. Desconheço se a família terá vivido
em Castelo Branco desde antes de 1925 até cerca de 1942, quando voltou à Vila. Depreendo
que não, mas pelo local de nascimento dos irmãos mais novos é fácil verificar.
Sei que a tia Eulália era muito pequena quando regressaram.
José Teodoro Prata