sexta-feira, 11 de março de 2011

Padrinhos e afilhados

O batismo é um dos sete sacramentos da Igreja Católica.
Em São Vicente da Beira, nos anos 60, o batizado realizava-se em qualquer dia, à hora marcada pelo Vigário. Não era necessariamente num domingo, nem tinha de se integrar numa missa.
A parteira é que levava o recém-nascido à Igreja. Era esse o costume. A mãe ficava em casa a preparar o lanche: doces feitos no dia anterior, pôr o chá ao lume e preparar a mesa, enfeitada com um vaso de flores.
O bebé trajava de vestido branco, capa e touca, tudo de seda. A acompanhar, o pai e os padrinhos, mais outros familiares da casa ou próximos.
Ao fundo da Igreja, na pia batismal, o padre tirava um pouco de água benta e derramava-a na cabeça da criança, reclinada sobre a pia. Depois, colocava-lhe sal na boca. Normalmente, este gesto acalmava o bebé, antes choroso pela surpresa da água fria.
Eram os padrinhos que escolhiam o nome do novo ser e só o davam a conhecer no momento do batismo. Em casa, a mãe esperava ansiosa por saber que nome fora dado ao seu menino ou à sua menina.
À saída da Igreja, o sino repicava à festa e os garotos corriam atrás do cortejo, a apanhar rebuçados que os padrinhos atiravam.
Chegados a casa, a mãe podia finalmente tratar o seu bebé pelo nome. Às vezes, para ela, a festa ficava estragada, ao imaginar que o seu mais querido ser teria de carregar toda a vida com um nome tão detestável. Mas que remédio!
Não foi o meu caso. Chamo-me José, porque sou afilhado do meu tio José Candeias. Não herdei nenhum dos nomes mais comuns da família: António, João, Guilherme, Francisco… Mas já havia tios José e, ter em casa um filho com nome bíblico, dava sempre jeito!

Texto composto a partir da recolha de Maria Isabel dos Santos Teodoro, trabalho manuscrito, Escola Secundária de Alcains, 1985.

sexta-feira, 4 de março de 2011

O resineiro

José Candeias nasceu em 1921 e é o homem mais velho de São Vicente da Beira. Vive na Tapada da Dona Úrsula, com a sua mulher Estela Prata, ainda entretido com umas cabritas e no amanho das terras, depois de uma vida de muitos trabalhos, entre os quais a ida para França e mais de 20 anos como resineiro.


Comecei a trabalhar na resina aos 16 anos, ainda descalço. No primeiro ano, ganhava 15 escudos por dia, mas, no ano seguinte, já me pagavam como aos homens, 17 escudos.
Se era uma vida dura? Deus te livre, afilhado! Saímos de casa por volta das quatro ou cinco da manhã, para pegar ao nascer do sol, sempre a subir e a descer barreiras, com o caldeiro da resina às costas. Comíamos a merenda por volta das dez horas: uma orela de pão, com um bocado de queijo ou azeitonas, numa bolsa presa ao cinto das calças. No tempo quente, andávamos horas sem encontrar água, mortos de sede. Metíamos uma palhinha na boca, para entreter. Às vezes, num ribeirito quase seco, fazíamos uma poça no chão e bebíamos aquela água ludra, a saber a terra e a raízes. Nalguns dias, só matávamos a sede depois de largar, cerca das duas horas da tarde, quando passávamos na fonte de Santo André.
A exploração da resina ocupava-nos de meados de Fevereiro a meados de Novembro. Primeiro fazia-se o descarrasco, com a machada, desbastando a carcódia do pinheiro até quase à pele, na parte que queríamos explorar nesse ano. Na volta seguinte, colocávamos a bica (lata de zinco, em forma de meia-lua, espetada no pinheiro), a cunha e a tigela de barro, entalada entre a cunha e a bica. Feito este trabalho em todos os pinheiros, começava a exploração: cortávamos uma tira de pele do pinheiro, rente à bica, para a resina sair. Depois, até Outubro, íamos cortando mais tiras de pele, pelo tronco acima, para que houvesse sempre feridas novas por onde o pinheiro sangrar. A colha fazia-se com uma espátula, tirando a resina da tigela para o caldeiro. No tempo quente era mais fácil, pois a resina corria quase como água. Caldeiro cheio e era necessário ir despejá-lo ao barril e voltar, voltar as vezes necessárias. Quando os bidons estavam todos cheios, vinha o camião da fábrica a carregá-los ao estaleiro. A campanha da resina terminava na primeira quinzena de Novembro. Antes, dávamos uma última volta, a raspar a resina seca que ficara na ferida do pinheiro. Depois, com um pau, amassava-se bem dentro do caldeiro, para desfazer a resina seca na líquida.
O José Neves era um dos três donos da fábrica da resina, em Castelo Branco, onde agora está o Modelo. Também explorava a resina na nossa terra. Os resineiros trabalhavam para ele. Chegámos a ser doze resineiros. Resinávamos todos juntos, levando os pinheiros a eito. Começávamos pela margem esquerda da Ribeirinha, no Valouro, e depois pela Oles, Barragem, Serra, Lameiras, Senhora da Orada, Mata Redonda, Casal Pousão (até quase à Paradanta), Vale Covo e finalmente Vale Feitoso, em frente ao Valouro, onde tínhamos começado. Esta enorme volta demorava oito dias. Também fazíamos o Peral, uma grande propriedade da Casa Conde, por cima do Tripeiro.
Trabalhávamos juntos, mas cada resineiro tinha a sua volta diária, com cerca de 450 a 600 pinheiros para fazer. Isto é, andávamos na mesma zona, mas longe uns dos outros. A cada resineiro era atribuída uma volta diária, às vezes por sorteio, pois havia voltas maiores que outras ou em terrenos mais difíceis. Era um trabalho solitário, horas sem ver vivalma. Mesmo bichos, só raramente topávamos com um texugo ou uma raposa, além dos gritos de gaios e de corvos.
Mas os trabalhos dos resineiros não se ficavam por aqui. Ainda íamos à Barroca do Zêzere ou a Dornelas, por nossa conta, a pé, com uma saca às costas, buscar pedras para desgastar as ferramentas. Dornelas é uma terra muito bonita, sobre o rio, e nas barreiras apanhávamos as pedras, do tamanho da mão. Isto era por volta de 1950.
Anos mais tarde, o senhor José Neves começou a contratar com um resineiro a exploração da resina numa zona. Era melhor para os dois: o resineiro ganhava mais e o José Neves recebia mais resina, pois era colhida com mais cuidado, de forma a não cair nada para o chão. Eu contratei com ele a exploração da resina no Vale Covo, Vale Feitoso, Vale Moreno e Canada. Trazia comigo três resineiros: o meu irmão João, o meu irmão Domingos e o Tonho da Lígia. A tua madrinha também colhia! E íamos à fábrica assistir à pesagem dos bidons, para sabermos quantos quilos tínhamos colhido. O camião da resina levava-nos para Castelo Branco e voltávamos na camioneta da carreira. Num ano, tive de lucro 12 contos, livres de despesas. Dei 500 escudos a cada resineiro, pois tinham-me ajudado a ganhá-los.
Mas, em 1962, abalei para a França, a salto, à procura de uma vida melhor.


José Candeias e Estela Prata

sábado, 26 de fevereiro de 2011

O resineiro engraçado

E ao resineiro engraçado, solteiro ou casado, as moças cantavam:

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A extração da resina

Foi uma importante actividade económica, em São Vicente da Beira, entre os anos 20 e os anos 70 do século passado.
Ganhava o trabalhador (o resineiro), ganhava o patrão ou contratador (em S. Vicente, o senhor José Neves) e ganhava o proprietário dos pinheiros. Era uma fonte de riqueza.
Deixo-vos com um vídeo da zona da Nazaré, para os mais velhos recordarem e os jovens aprenderem como era.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A resina


O pinheiro bravo difundiu-se pelo litoral e interior do país, nas regiões a norte do rio Tejo, desde finais da Idade Média. Chegou a esta região, no século XIX, mas só passou a dominar as paisagens serranas no século seguinte.
Entre 1920 e 1970, fez-se a extração sistemática da sua resina. Mas, embora essa actividade persista em algumas regiões, ela já cessou completamente noutras, como por exemplo neste interior beirão.

A resina do pinheiro é um líquido viscoso que é excretado pelo pinheiro para selar e proteger qualquer ferida na casca. É de uma cor amarelo acastanhado e, no contacto com o ar, torna-se duro e forma uma crosta quebradiça e pegajosa. A resina fossilizada é conhecida como âmbar e é considerada uma pedra semi-preciosa.

A resina é principalmente utilizada para a produção de aguarrás e pês.
A aguarrás é utilizada para diluir e dissolver tintas e vernizes, em graxa de sapato e lacre. É também juntada a muitos produtos de limpeza devido às suas propriedades anti-sépticas e ao seu perfume a pinheiro.
O pês é utilizado em cola de papel e na fabricação de sabão, vernizes e tintas e talvez a utilização mais conhecida seja para os arcos de instrumentos musicais de corda como o violino.
A vulgar resina de pinheiro era, no passado, utilizada nas embarcações de vela para as impermeabilizar. Também tem propriedades medicinais: sabe-se que é anti-patogénica e foi durante anos utilizada para esfoladelas e feridas, como tratamento contra piolhos, misturada com gordura animal para massajar no peito, ou para inalar contra doenças nasais e de garganta.
(O meu pai, António Teodoro, pedreiro de profissão, curava as gretas nos dedos, provocadas pelo cimento, enchendo-as de resina.)
No passado era aplicada em cubos de açúcar ou em mel como tratamento contra parasitas intestinais e remédio geral para tudo. É também um estimulante, um diurético, um adstringente e um anti-espasmódico. Porém, o seu vapor pode queimar a pele e os olhos, prejudicar os pulmões e o sistema nervoso central, quando inalada, e causa insuficiências renais quando ingerida.

O texto (adaptado) e as fotos foram tiradas de um site do concelho de Góis:
http://www.goisproperty.com/portugues/regiao%20de%20Gois/Resina-de-pinheiro.html

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O Cagadouro

Situava-se mesmo no princípio da quelha que levava à Tapada de Dona Úrsula, logo a seguir ao Cimo de Vila, à esquerda, na bifurcação da Corredoura para o lado direito, encosta acima. Foi o nosso último vestígio das lixeiras que, ao longo de milénios, coexistiram com os homens e periodicamente matavam a torto e a direito.
Houve exceções, como nas cidades romanas, com as suas redes de esgotos e de abastecimento de águas. Depois, voltou tudo ao mesmo. Ficou célebre o rei francês que levou com uma penicada em cima, mas perdoou à mulher que atirara os dejetos para a rua. A fim de evitar que tal voltasse a acontecer, não proibiu aquele mau hábito, apenas impôs a obrigação de gritar “Água vai!” antes de lançar as porcarias pela janela, a fim de as pessoas terem tempo de se desviarem.
Séculos depois, após o Terramoto de Lisboa de 1755, o Marquês de Pombal já reconstruiu Lisboa seguindo as regras de higiene defendidas pelos que associavam a falta dela às constantes mortandades. Um dos sábios desses tempos foi o beirão Ribeiro Sanches, cristão-novo de Penamacor, afastado da pátria pela intolerância religiosa da Inquisição. Publicou as suas ideias sobre as regras de saúde pública que os governantes deviam cumprir e fazer cumprir no planeamento e gestão dos centros urbanos. Graças a ele, a Baixa de Lisboa foi reconstruída com rede de esgotos (com um buraco para despejos, no rés do chão de cada prédio), vidros nas janelas e ruas calcetadas com valetas. As coisas foram melhorando, muito lentamente, até chegarmos à data de 1970, em S. Vicente da Beira. Mas já lá vamos.
Primeiro há que explicar que o Cagadouro era uma lixeira geral usada pelas pessoas do Cimo de Vila que não tinham hortas por perto, onde despejar os lixos, vazar os penicos ou mesmo arrear a calça. Tudo normal para a época, até a ignorância do perigo que era ter uma lixeira acima da povoação, com a consequente difusão de bactérias, quando as chuvas lavavam os caminhos e as espalhavam pelas ruas.
Nos anos 60, notou-se uma gradual diminuição da utilização da lixeira. No início, tínhamos de passar com cuidado, sempre pelo meio, como se houvesse um acordo entre transeuntes e utentes. De noite é que era mais complicado: fazíamos fila indiana, com o credo na boca, na esperança de a regra ter sido cumprida. Mas, no tempo chuvoso, mesmo de dia, era sempre uma lástima! De pessoas que lá se fossem a aliviar directamente, só topei com um ou dois cus ao léu, atrapalhados entre a urgência da necessidade e a vergonha da exposição.
A malta da Tapada descia a quelha sempre a altíssima velocidade, tudo a descer até à Escola, na Praça. Um dia, só no momento da abalada me lembrei da assinatura da minha mãe na prova. Nem a meti na bolsa, pois os meus primos já tinham desaparecido. Encostei-a à barriga e ala que se faz tarde. No fundo do Cagadouro, tropecei no rego da regadia das Lameiras e estatelei-me no chão da Corredoura. A prova ficou mais colorida: o castanho da terra e o verde da erva no azul das letras, em fundo que fora branco. Mas, se eu tivesse tropeçado uns metros atrás…
Com o fim da década, a lixeira deixou de ser utilizada. Nesses anos, a Vila teve rede de água e esgotos e, embora a recolha dos lixos urbanos tenha começado só na década de 80, as pessoas já eram mais cuidadosas. Depois do 25 de Abril, no final dos anos 70, usavam-se bidons cortados ao meio para o depósito do lixo pelas ruas da Vila. Era Presidente da Junta o senhor Ramiro Lima e, como construtor civil, talvez ele mesmo os tenha arranjado. Numas Festas de Verão, trouxeram-se todos os bidons para a Praça, onde eram muito precisos, mas deixaram-se as ruas sem locais para vazar o lixo, numa altura em que mais o havia. Uns jovens escreveram numa parede, com seta para a Praça: “Visite a exposição de bidons do lixo”. Tempos de miséria, como diria o meu pai, mas também tempos de aprender a ser cidadão, digo eu, um dos que escreveu aquilo na parede.
Penso que foi logo depois de 1970 que o Cagadouro deixou de ser cagadouro, embora, como disse acima, já não fosse quase utilizado como tal. Nesses anos, o meu tio João Teodoro, da Serra ou Baloia, regressou do Canadá e reconstruiu a casa situada no topo cimeiro da Rua da Cruz, já na Corredoura. No quintal, fez um palheiro para a burra, com entrada pela quelha. Antes das obras, limpou tudo, meio metro de altura de entulhos, levados em vários tractores.
Lembro-me de passar por lá e conversar com o meu pai, do caminho para o alto da obra. A certa altura, ele fez-me uma pergunta e eu respondi que não. “Não é NÃO que se diz, é NÃO SENHOR! Estes rapazes de agora já não têm educação como dantes!”, ralhou lá de cima o meu tio João Teodoro, o Pontífice. Achei que o meu tio estava a ser injusto comigo, pois eu fora educado na resposta ao meu pai e, por isso, atribuí o seu reparo à diferença de idades entre nós. Raciocínio típico de um adolescente: nasci em 1957 e, em 1970, tinha 13 anos.
Outros tempos...


Local da antiga lixeira, visto a partir da Corredoura.


A parte superior do mesmo local, agora visto por quem desce a quelha. À esquerda, o palheiro da burra do tio João da Serra.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A emboscada na Enxabarda


Aquele entardecer invernoso foi um dos momentos mais traumáticos vividos pelo exército francês, em Portugal. Muitos anos mais tarde, quando uma emigrante da Enxabarda se apresentou, para o serviço doméstico, na casa de um alto oficial francês, ele exclamou: “Enxabarda, a terra por onde os franceses tanto temiam passar!”.
Fez precisamente 200 anos, no passado dia 1 de fevereiro. O recontro militar da Enxabarda foi um episódio da 3.ª Invasão francesa. As tropas do General Massena venceram Almeida, passaram o Buçaco e desceram para Lisboa. Mas, na zona de Torres Vedras, foram travadas pelas famosas Linhas de Torres, fortificações militares em todos os pontos altos, entre o mar e o Tejo, prontas a metralhar os franceses na sua passagem pelos caminhos dos vales.
Massena sabia o que o esperava e não ousou avançar. Pediu reforços à retaguarda e de Ciudad Rodrigo veio em seu socorro o Regimento 30, composto por 3.000 cavaleiros e infantes, sob o comando do General Foy.
Atalhou caminho pela Estrada Nova, o percurso mais curto para o Ribatejo e a Estremadura, pelo Sabugal, Fundão e Abrantes. A Estrada Nova era de facto nova, nesse ano de 1811. Mandara-a construir o Marquês de Alorna, comandante militar da Beira, em 1801, durante a Guerra das Laranjas, travada contra o exército franco-espanhol. Ligava Cardigos à Enxabarda, pela Isna, Estreito, Foz do Giraldo, Alto do Ingarnal, sempre pelos cumes da Gardunha, até à Eira dos Três Termos (acima do Vale de Figueiras), onde descia para a Enxabarda. Daqui para o Fundão já havia estrada, tal como entre Abrantes e Cardigos.
Mas a notícia da passagem dos franceses chegou à Gardunha mais depressa do que o regimento. O Tenente-Coronel Grant, oficial inglês do exército luso-britânico, avançou para a serra apenas com 80 ordenanças de Alpedrinha. Na Enxabarda, preparou uma emboscada ao regimento francês. Vieram juntar-se-lhe centenas(milhares?) de populares dos povos das encostas da Gardunha. Entre a Enxabarda e a Foz do Giraldo, cavaram fossos na estrada, logo disfarçados com paus, mato e terra. Nalguns, colocaram estacas afiadas, no fundo.
As tropas francesas chegaram cerca das 4 horas da tarde e foram surpreendidas por um cerrado fogo dos portugueses escondidos atrás das moitas. Tiros, correrias, sofrimento, morte. A batalha só terminou quando a noite tudo envolveu no seu manto negro.
Ao amanhecer, fez-se o balanço: 207 franceses mortos, muitos deles ao longo da noite, dos ferimentos e de frio; 18 prisioneiros; bagagens; bois e carros de trigo. Longe das vistas do oficial inglês, os populares apoderaram-se de tudo o que lhes veio à mão. Contam-se histórias de um tesouro francês que fez a fortuna dos Gama do Maxial da Ladeira.

Notas:
Esta síntese foi elaborada a partir de documentos já apresentados nas seguintes publicações: “Estrada Nova” de 3 de Setembro de 2009; “Invasões Francesas 6” de 2 de Outubro de 2009; “Invasões Francesas 7” de 3 de Outubro de 2009.
As imagens e respetivas legendas são da edição impressa do Jornal do Fundão, deste 10 de fevereiro, em que ilustram um artigo do Professor Candeias da Silva, sobre o mesmo assunto.