sexta-feira, 5 de julho de 2019

Os Sanvicentinos na Grande Guerra

António Batista



António Batista nasceu em São Vicente da Beira, no dia 1 de fevereiro de 1895. Era filho de João Batista, ganhão, e de Maria de São João.
Embarcou para França, no dia 21 de janeiro de 1917, integrando a 8.ª Companhia do 2.º Batalhão do 2.º Regimento de Infantaria, com o posto de soldado n.º 582, placa de identidade n.º 9972. Na mesma viagem seguia também o seu irmão Luís Batista.
No seu boletim individual do CEP é referido o seguinte:
a)    Punido em 3 de novembro de 1917, pelo Comandante da Companhia, com 10 dias de detenção, por ter faltado à revista no dia 31 de outubro e ser reincidente neste tipo de faltas;
b)    Punido com 5 dias de detenção, pelo Comandante da Companhia, no dia 6 de maio de 1918, por ter faltado aos trabalhos no dia 5;
c)    Aumentado ao efetivo do Depósito Disciplinar 1, em 26 de setembro de 1918, onde ficou com o número 738;
d)    Marchou em diligência ao Tribunal de Guerra do Quartel-General de Base, no dia 22 de fevereiro de 1919;
e)    Condenado em 18 de abril de 1919, na pena de 6 anos e um dia de presídio militar, com igual tempo de deportação militar ou, em alternativa, na pena de 10 anos de deportação;
f)     Repatriado com a Secção de Adidos, em 5 de junho 1919.



Não foi possível encontrar documentação que permitisse conhecer o motivo desta detenção, julgamento e condenação, mas, pela coincidência de datas e pena aplicada, é provável que tenha participado na insubordinação levado a cabo por um número significativo de praças, no dia 23 de setembro, que «…encontrando-se com prevenção de marcha para um novo acampamento mais avançado em relação à frente do inimigo, insubordinou-se, recusando a desarmar as barracas e a entrar na formatura, ameaçando de matar com granadas de mão e a tiros de metralhadora todo aquele que tal fizesse, como também se recusando a entrar em ordem às intimações que lhe foram feitas pelos seus superiores.» (Folha de matrícula de outros militares que participaram nesta insubordinação)
É provável que não tenha saído com vida da prisão, pois nem mesmo os familiares mais próximos voltaram a ter notícias dele.
Contam que os pais ainda venderam algumas coisas do pouco que tinham para ir à procura dele, mas foi tudo inútil. Terão desistido, finalmente, quando lhes disseram que ele tinha morrido.

Maria Libânia Ferreira
Do livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"
À venda, em São Vicente, nos Correios e no Lar; em Castelo Branco, na Biblioteca Municipal.
O dinheiro da venda dos livros em São Vicente reverte para a Santa Casa da Misericórdia.

terça-feira, 2 de julho de 2019

Encontro Francicano da Região Centro

A nossa Fraternidade da Ordem Terceira organizou, no passado domingo, o Encontro Franciscano da Região Centro.
Cerca de 150 pessoas passaram o dia connosco. Recebemo-los na sede da Ordem Terceira, a capela de São Francisco, com cumprimentos, orações e cânticos.
Seguiu-se uma breve visita ao centro da Vila (já fazia muito calor), com passagem pela Praça, Igreja Matriz, Igreja da Misericórdia e Convento Franciscano. Na Matriz, explicamos-lhes a forma como o franciscanismo moldou a religiosidade de São Vicente da Beira.
Depois rumámos todos à Orada, onde foi celebrada a missa dominical, seguida de um almoço partilhado.
E deixámo-nos ficar, em comunhão com a natureza.






Texto de José Teodoro Prata
Fotos de Jaime da Gama

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Salvar a humanidade


Ia escrever "Salvar o planeta", mas a verdade é que quem se vai lixar é a humanidade, o planeta continuará, num ciclo diferente. Os homens estão a provocar tantas alterações na Terra que porão em causa a própria espécie humana, através de temperaturas extremas, calamidades mais frequentes e violentas e subida da água dos oceanos.
Os próximos anos serão decisivos, mas estou pessimista. Hoje de manhã encontrei esta fita de uma cassete VHS estendida ao longo de muitos metros do caminho do Carvalhal Redondo, a começar no cruzamento do Cabeço do Pisco para as Lameiras. Parei várias vezes o carro e fui apanhando, este é o produto final.
Depois pensei que talvez o autor deste ato seja apenas alguém inconsciente que no dia a dia até produz pouca poluição. E os outros humanos que sujam tanto e nada fazem?!
Mas temos de ser todos, com pequenos atos no dia a dia... 

José Teodoro Prata

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Maria de São Pedro



Publicado no jornal Reconquista da passada semana (19.06.2019), com a colaboração, e quase de certeza por iniciativa, do nosso José Manuel dos Santos.

José Teodoro Prata

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Água Mole em Pedra Dura...


O “FESTIVAL ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA” animou a nossa terra este fim de semana. Foram dois dias cheios de atividades de áreas muito diversas, que começaram ainda durante a manhã de sábado, com a abertura de uma exposição e oficina de pintura, e fotografia e desenhos de São Vicente.
Mas a abertura oficial foi feita pelo Grupo de Cantares de São Vicente, que recebeu a comitiva da Presidência da Câmara de Castelo Branco.


Seguiu-se depois o lanche para toda a população e convidados.

Um dos pontos mais altos do Festival foi a atuação, ao fim do dia de sábado, do Grupo Castra Leuca. A interpretação que fazem da música tradicional portuguesa é impressionante e emocionou muita gente (vi algumas lágrimas em vária pessoas).

A noite foi animada pela Bandazona, com baile para os mais resistentes.
O domingo acordou a ameaçar chuva, mas não desmotivou os muitos que se levantaram cedo para assistir ao Concerto ao Amanhecer, na Praça. Outro dos pontos altos do Festival.


Aos madrugadores que assistiram ao concerto e aos que foram chegando para o Passeio Pedestre foi servida a Sopa para Todos, bastante apreciada.

À tarde, o Grupo de Teatro Ajidanha apresentou a peça “O Anexo” (não tenho a certeza, mas penso que é assim). Não pude assistir, mas quem viu diz que foi muito bom.
O Festival terminou com a atuação da nossa Banda; um pouco mais reduzida, mas sempre a encantar-nos.

Para além destes momentos principais, houve animação permanente, com o grupo de músicos, fogo e malabaristas do Chapitô,
…e pelos contadores de histórias que encantaram todos os que os ouviam.

Penso que não estava no programa, mas durante os dias do Festival pudemos ver também uma exposição “Riquezas Inauditas" recolhidas pelo João Paulino por vários lugares. Será uma das maiores e mais variadas do País. É um trabalho extraordinário que ele teve a generosidade de partilhar connosco, e vale a pena ser apreciado.

 M. L. Ferreira 

Nota: O Festival teve o mesmo formato do ano passado, mas penso que foi mais participado pelos sanvicentinos e pessoas que nos visitaram, por isso o título deste artigo.

quarta-feira, 19 de junho de 2019

O fel-da-terra


Se um dos seus filhos andava sem apetite, a minha mãe mandava-me ao Ribeiro Dom Bento buscar fel-da-terra, para lhe fazer um chá. Não me lembro se fazia efeito, pois o difícil mesmo era bebê-lo: a amarga como o fel!
Informa-me a internet que

O fel-da-terra é uma planta medicinal, também conhecida como Centáurea-menor.
O seu nome científico é Centaurium erythraea
As propriedades do fel-da-terra incluem sua ação cicatrizante, calmante, vermífuga, estimulante do suco gástrico e antipirética, que diz respeito à sua capacidade de regular a temperatura corporal. Assim, devido às suas propriedades, o fel-da-terra pode ser utilizado para:
  • Ajuda no tratamento da inflamação no estômago;
  • Má digestão, aumentando a produção de secreção gástrica;
  • Auxilia no tratamento de doenças do fígado, como a hepatite;
  • Auxilia no tratamento de estomatites, que são pequenas feridas e bolhas que surgem na boca, e da faringite crônica;
  • Estimula o apetite, principalmente quando combinada com outras plantas medicinais como a Genciana e a Artemísia;
  • Ajuda a baixar a febre e no tratamento de doenças provocadas por vermes.

Este ano há muito, nunca vi tanto. De regresso, passei pela Devesa e em frente à sede dos escoteiros está o chão todo cheio.

José Teodoro Prata