segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Ainda o passeio: Pedras que falam


Bem longe dos luxos arquitetónicos das casas de famílias que ficaram na história da nossa terra (os Costas, os Cunhas e alguns outros), estas paredes são o que resta da casa onde a Ti Ana Prata e o Ti Miguel Rodrigues viveram e criaram os muitos filhos que tiveram.
À esquerda, o forno resistiu ao trabalho de matar a fome a tantas bocas, e continua de pé, pronto a receber mais fornadas de pão.
Mesmo em ruínas, foi uma emoção olhar para aquelas pedras e imaginar as histórias que contariam, se falassem…


M. L. Ferreira

4 comentários:

Anônimo disse...

Uma santa mulher, a ti Ana Prata!
Diz-se que um dos filhos se enamorou por uma cachopa do Cimo de Vila e foi pedir licença à mãe dela para a namorar à porta de casa.
- Nem à porta, nem em parte nenhuma. E ai de ti se te por aqui vir a rondar-me a casa!
Mas a cachopa, que também gostava do rapaz, encontrou maneira de se encontrar com ele, às escondidas. Quando a mãe soube, deu-lhe uma sova tão grande que quase a deixou de cama.
Assim que pôde, a rapariga fugiu e foi ter à Barroca, a casa do namorado. A ti Ana recebeu-a bem e tratou-a sempre como se fosse uma das filhas; só de lá saiu depois de casada.
E foram felizes, porque ele era um bom homem e tratou-a sempre bem.

M L Ferreira

José Teodoro Prata disse...

Já aqui escrevi que a ti Ana Prata é que amamentou a esposa do Engenheiro Martinho, pois a mãe morreu-lhe à nascença. E ela considerava a ti Ana Prata a mulher mais bonita de São Vicente.

Anônimo disse...

A ti Espírito Santo Ramalho, era de ideias fixas, não queria por nada deste mundo que a filha (minha sogra) casasse com o Zézito.
Entretanto foram dizer ao Zézito que a namorada se encontrava sozinha na fonte velha,(era noite): a Adecilia, a Palmira e o Zézito munidos de uma lanterna foram à fonte e trouxeram-na para a Barroca.
A partir desse momento passou a dormir com as cunhadas. Pouco tempo depois... manhã cedo o ti Bernardo rua abaixo dirigia-se para igreja:(lá tenho que ir dar autorização...)tinha 19 anos.
O amor tem destas coisas, casaram, tiveram muitos filhos e foram felizes até que a morte os separou.
Enquanto o genro foi vivo nunca entrou na casa da filha. "E moravam em frente uma da outra"
O Ti Bernardo às escondidas da mulher dava-lhe azeite, vinho...
(...)Em redor da lareira; vocemecê era má, queria matar a nossa mãe,
diziam as netas
E matava...
-O mundo dá muitas voltas no fim da vida só estava bem na casa da filha "rebelde".
J.M.S

José Teodoro Prata disse...

Ainda me recordo da tia Ana e do tio Miguel. Eram mesmo meus tios, pois a tia Ana era irmã do meu avô João Prata.
Quando, ainda pequenito, ia despejar as presas da Barroca, via-os cá do fundo, na sua azáfama em redor da casa, já velhinhos.