quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Os Sanvicentinos na Grande Guerra


António de Matos


António de Matos nasceu no Casal da Serra, a 31 de setembro de 1894. Era filho de Fernando de Matos e Maria Bárbara.
Embarcou para França, integrado no 1.º Batalhão do Regimento de Infantaria 21, no dia 21 de Janeiro de 1917. Era o soldado n.º 609, com a placa de identidade n.º 9517.
O seu Boletim Individual do CEP refere o seguinte:
a)    Baixa à ambulância, em 24 de junho de 19717;
b)    Evacuado para o hospital n.º 26, em 2 de julho;
c)    Julgado incapaz para todo o serviço em sessão de 16 de julho; evacuado para o hospital de Brest, em 26 de agosto; alta em 4 de outubro;
d)    Baixa ao mesmo hospital, em 14 de outubro; alta em 16 de dezembro;
e)    Seguiu para Portugal em 18 de dezembro e desembarcou em Lisboa no dia 22.
Quando regressou a Portugal, António de Matos já viria doente com tuberculose ou terá adoecido passado pouco tempo, pois o seu boletim individual refere que deu entrada no Sanatório Militar de São Fiel, no dia 6 de junho de 1919. Terá permanecido internado durante pouco tempo, uma vez que a instituição foi encerrada em setembro de 1919.
Não foi possível saber qual foi o seu destino, mas é provável que tenha falecido talvez ainda em 1919, pois não há memória dele no Casal da Serra. O seu registo de batismo também não tem qualquer averbamento que possa dar conta de um possível casamento ou a data e local da sua morte.

Nota. O Sanatório Militar de São Fiel foi criado em 1918 para receber e tratar os militares que regressaram da Grande Guerra com tuberculose. Funcionou nas instalações do antigo Colégio dos Jesuítas, mas foi encerrado inesperadamente em setembro de 1919, por razões que nunca terão sido bem esclarecidas.  




Maria Libânia Ferreira
Do livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"

Um comentário:

José Teodoro Prata disse...

Nas Jornadas de Medicina da Beira Interior de novembro passado, ouvi que o sanatório de São Fiel foi encerrado poucos meses depois de ser criado, por dificuldades económicas, e que alguns doentes até faleceram durante a transferência para outro local.
Esta é uma das histórias mais tristes (há mais, infelizmente) dos nossos combatentes.