quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

O seminário na pandemia

Como a família verbita é numerosa pelas nossas bandas, aqui deixo informação do jornal Notícias da Covilhã (imagem) e do boletim interno da SVD, que reproduz uma informação do VIVA SERRA.pt.

É com orgulho que constatamos o facto de os nossos missionários não ficarem à margem do combate à pandemia.


A “célere” evolução da pandemia de COVID – 19 na região da Cova da Beira obrigou a uma expansão de recursos para prestação de cuidados de saúde. Este facto esteve na origem da criação de uma nova “Unidade de Apoio Pós-Alta”, nas instalações do Seminário do Verbo Divino, na freguesia de Tortosendo, concelho da Covilhã, a qual se prevê abrir “muito em breve”, segundo comunicado enviado pelo Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira (CHUCB).

A infraestrutura “estará dotada, com todas as amenidades e condições logísticas, que lhe permitirá receber utentes com alta clínica, provenientes dos internamentos não-covid do CHUCB”, de acordo com a mesma nota. O espaço está preparado para receber um máximo de 30 doentes.

O objetivo é tratar doentes que já não necessitem de cuidados especializados, mas que podem ainda “não dispor de alguns preceitos elementares, tais como: autonomia para a realização de atividades básicas diárias, condições de salubridade ou estruturas adequadas no domicílio, apoio familiar ou de terceiros, e outras, que até aqui eram asseguradas pelo Hospital, até se alcançar uma resposta social adequada”.

“Esta solução irá beneficiar aqueles que dela verdadeiramente precisam, mas permitirá especialmente aliviar a pressão, que se faz sentir nas áreas de internamento do CHUCB”, segundo a mesma fonte.

O CHUCB lança o apelo para a “participação cívica de todos” para suprir a “necessidade extraordinária de recursos humanos, a que uma estrutura desta natureza obriga”. Por isso lança “desde já o apelo, a quem queira colaborar de forma livre e voluntária neste projeto, para que se manifeste, na certeza de que por esta via estará a ajudar a cuidar de concidadãos, que se encontram em situação de maior vulnerabilidade socioeconómica e a ajudar o Hospital a libertar camas, para quem delas realmente precisa”.

Assim todos aqueles que tenham alguma experiência ou apetência na área da prestação de cuidados e se pretendam voluntariar para este projeto, de grande responsabilidade social deverão contactar o Serviço de Comunicação do CHUCB através do email: eventos@chcbeira.min--saude.pt, informando o nome completo, idade, situação profissional ou ocupação e contacto telefónico.

In VIVA SERRA.pt

José Teodoro Prata

4 comentários:

José Barroso disse...

Estamos a viver uma tragédia de que não há memória nas nossas vidas. Comparável a isto, só a pandemia de 1918/19. Mas, desse tempo, já haverá muito poucas pessoas vivas. A minha tia Maria de Jesus (mãe do Francisco Santos (alfaite)), é, provavelmente, a pessoa mais velha da Vila; e só nasceu em 1921, perfazendo 100 anos em dezembro próximo.
É nestas alturas difíceis que a solidariedade humana aparece. Valha-nos isso! Cada vez mais se disponibilizam pessoas para, de alguma forma, ajudar. No entanto (já aqui o escrevi), o homem é capaz dos actos mais nobres e dos mais hediondos. Se nos puséssemos de lado a apreciar o que se passa, como se nada tivéssemos a ver com isto (e, de faco, temos!), o que poderíamos pensar acerca da quantidade de vacinas que, por esse país fora, com os mais variados argumentos, já foram desviadas das pessoas a que, prioritariamente, se destinavam? O que é que pode cofigurar, o desvio de medicamentos para situações não urgentes? Não sei se isso é ou não um acto hediondo. Mas é, com certeza, um acto muito reprovável e ilegal, visto que a vacina pode não ser necessária para salvar a pessoa a quem é administrada, porque essa pessoa não corre riscos; mas pode deixar morrer pessoas (por exemplo, idosos com mais de 80 anos) para quem apanhar o vírus é quase uma sentença de morte! Não vou estar aqui a dizer o que significa isso perante o nosso Código Penal, uma vez que é dito todos os dias na comunicação social.
Deixo a questão jurídica e foco-me mais na questão ética e moral, no que se passa hoje, porque tudo isto me fez lembrar dois filmes (acho que se chamavam "O Dia Seguinte" e "A Teia"), que ficcionavam a sociedade global após uma gerra atómica em que desapareciam todos os bens, nomeadamente, os alimentos e os vivos comiam ratos e usavam como moeda de troca o tabaco. E onde as pessoas praticavam, aí sim, os mais macabros actos para obter o que necessitavam para sobreviver. No caso desta pandemia até já há uma vacina muito eficaz e a questão de podermos resistrir ao coronavírus com muita probabilidade é apenas uma questão de tempo. O que eu continuo é sem saber quais são os comportamentos da pessoa humana (não num filme de ficção, mas na sociedade portuguesa), perante uma situação limite! Se não houvesse vacina, até que ponto ia a solidariedade ou a selvajaria? Com a história das vacinas desviadas, não é difícil de adivinhar.
Abraços, hã!
JB.

medronheira disse...

A bela história da Libania sobre o amor de família, que nos toca a corda da sensibilidade ajuda ainda explicar a complexidade do ser humano, que tanto nos perturba. Nós somos de todos os animais, a única espécie que tenta domesticar-se a si própria. Essa deve ser a tarefa, de todas a mais árdua. nós somos a corda sobre o abismo, como dizia o filósofo. O que está demonstrado é que o nosso cerebro reptilíneo, com formatação de centenas de milhares de anos de mecanismos de sobrevivência, se sobrepõe ao neocórtex, onde gardamos as memórias mais recentes da cultura, da solidariedade, e outros valores comuns sempre que um perigo iminente nos ameaça. Um exemplo da formatação vem no 3º parágrafo, daquela bela história que ninguém deve deixar de ler.

M. L. Ferreira disse...

Grande iniciativa, assim possa concretizar-se. Por vezes estas coisas pressupõem tantas burocracias que acabam por ter dificuldade em ganhar pernas para andar.
E a confusão inicial que transparece na notícia (dificuldades de comunicação entre o Hospital e a Autarquia) não credibiliza muito o projeto, mas também faz parte. Vejamos o que aconteceu no programa da vacinação que tem dado origem às irregularidades que têm sido noticiadas. Em vários casos será por maldade e falta de princípios(os espertinhos estão nas filas das mesas de voto, do trânsito, das caixas de supermercado, etc.) mas outras vezes será mesmo por falhas no planeamento e comunicação. E tudo isto é ainda mais preocupante porque quem decide são as pessoas mais habilitadas e experientes do País, ou deviam ser…
No meio disto tudo resta-nos olhar com esperança para a diminuição do número de casos de mortes e infetados dos últimos dias. Oxalá a tendência se mantenha para bem de todos.

José Teodoro Prata disse...

Libânia: neste caso, parece que a coisa avança mesmo, pois a notícia tinha foto dos carros dos trabalhadores que estão a fazer as obras de adaptação do espaço.