sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Gestão da Gardunha

Andei por fora e por isso só agora li o artigo do João Carvalhinho sobre a serra da Gardunha publicado no jornal Reconquista de 12 de agosto.

Em 2017, na sequência do grande incêndio que devastou a nossa serra, acreditei piamente nas autoridades que prometiam reflorestar a Gardunha com árvores autóctenes e criar um banco de sementes para esse fim. Por isso entreguei na nossa junta de freguesia sacos com cerca de meia dúzia de quilos de bolotas de sobreiro e carvalho. Logo na altura tive a sensação de que estava a fazer figura de parvo, mas mantive a minha atitude, por uma questão de cidadania. Afinal foi mesmo inútil o tempo que passei pelas bermas de ruas e estradas a apanhar bolotas.

Sei agora, pelo artigo do João Carvalhinho, que podia ter sido diferente. Lamentável! Em jeito de reflexão Swot, deixo a ideia/reivindicação aos candidatos a cargos autárquicos nas próximas eleições.



José Teodoro Prata

4 comentários:

José Barroso disse...

Já tinha lido esta notícia.
Os autarcas são eleitas para tratar dos assuntos da "res publica" dos municípios e das freguesias; e não há aqui voluntarismos, porque para isso são pagos! Apesar do óbvio, para tudo é preciso sorte na vida. As críticas são apontadas sobretudo à CM de Castelo Branco. Mas, com todos os seus defeitos, os "Joaquins Morões" não aparecem todos os dias! Parafraseando aí um 'eminente gestor', que utiliza uma velha frase: "É o que temos!"
Já que estamos em tempo eleitoral é caso para dizer que os que se perfilam para ocupar as cadeiras (como diz o articulista) "...apenas convencerão os incautos."
Não bastaram os que abandalharam a antiga câmara de S. Vicente da Beira, que levou à extinção do nosso concelho! Agora também temos gente do mesmo calibre na sede do concelho que nos tirou do mapa.
Abraços, hã!
JB.

M. L. Ferreira disse...

Costumamos queixar-nos de que "no Terreiro do Paço" pensam que Portugal é apenas Lisboa. Em muitos aspetos podemos dizer o mesmo de alguns autarcas que pensam que o território do concelho é apenas a cidade sede onde são feitos os maiores investimentos, sobrando pouco para as aldeias, e quando fazem alguma coisa é como se estivessem a fazer-nos um favor. Assim não admira que, nas terras pequenas, esteja a acontecer esta sangria que vemos no último sensos, um pouco por todo o país interior. No livro comemorativo dos 250 anos da elevação de Castelo Branco a cidade consta um artigo sobre cada uma das freguesias do concelho (o José Teodoro deu-nos conta dele há tempos); em todos é grande a preocupação quanto ao futuro, pelo envelhecimento da população e fraca natalidade, não apenas porque os casais jovens têm menos filhos, mas também porque muitos abandonam a aldeia à procura de outras condições de vida.
Há tempos, num debate na televisão, alguém defendia que o desaparecimento de algumas povoações poderia nem ser uma grande tragédia desde que se investisse numa reflorestação adequada das zonas rurais, com benefício também para muitas espécies da fauna que tendem a desaparecer. Tendo a concordar, porque está a tronar-se cada vez mais deprimente viajarmos por algumas zonas de Portugal, principalmente na Beira Interior, todo cinzento ou cheio de eucaliptos.
Há pouco tempo subi à Gardunha por Alcongosta e, para além de naquele lado da serra a vegetação ser muito mais diversificada, pareceu-me também que algumas zonas que arderam nos últimos incêndios já tinham replantadas. Mesmo tendo em conta que o clima das duas encostas de serra é não é o mesmo, alguma diferença fará o facto de quem vê o autarca do Fundão na televisão, se não o conhecer, admira-se quando percebe que é o presidente da câmara...






José Teodoro Prata disse...

Como escrevi, soube da notícia há pouco tempo. E com o passar dos dias mais indignado fico, porque isto é muito grave (recusaram-se muitos milhares que poderiam fazer alguma diferença no futuro)!
Por outro lado, acho que as pessoas que se candidatam à presidência da nossa junta deviam ter mais cuidado com a decisão que tomam, pois ou têm disponibilidade (tempo e apetência para estar em cima destes assuntos) ou poupem-nos a estas tragédias! Gerir localmente a junta de freguesia é fácil (mensalmente o dinheiro vem contado e com destino certo). O difícil é acompanhar tudo o que se passa na Câmara, para não deixar passar oportunidades (lembro-me de o Prata passar todo o dia em Castelo Branco à espera que o Morão o recebesse, o que certos dias só acontecia lá pelas 19 horas...).

Anônimo disse...

Vou dar um só exemplo da desconsideração da CMCB face às povoações do seu território: A CM de Vila Velha de Ródão disponibiliza transporte da própria Câmara a todas as aldeias do seu concelho (ao menos 1 vez por semana), para que as pessoas assim lá possam deslocar-se a tratar dos seus assuntos. O Tripeiro NUNCA teve qualquer transporte, fosse de empresa privada ou da CMCB. O Mourelo agora também deixou de ter qualquer autocarro, seja para CB ou para o Fundão (que era garantido por empresa privada). E querem que as pessoas se mantenham no território... Mas, tal como acontece com muito mais gente, se calhar se perguntarem ao presidente da câmara sobre estas aldeias, ele nem sabe que "lhe" pertencem...