terça-feira, 26 de abril de 2022

Ditadura / Democracia

 O jornal Publico tem um interessante artigo comparativo de Portugal, nos anos da ditadura e da democracia.

Não sei se poderão aceder: https://www.publico.pt/interactivo/ditadura-democracia-portugal

José Teodoro Prata

2 comentários:

M. L. Ferreira disse...

Os resultados destes estudos mostram-nos um Portugal de antes do 25 de Abril muito diferente do atual (quase como do dia para a noite), e muito melhor em quase todos os indicadores. Teve também muito a ver com a entrada na EU, que nos abriu ainda mais as portas do mundo. Ainda assim, continuamos atrás da maior parte dos países europeus em muitos aspetos, e muito dificilmente conseguiremos igualá-los. E pandemias e guerras não ajudam nada, principalmente os mais fracos.
Ontem um dos canais do Telecine passou o filme Good bye Lenine. É um filme já com alguns anos que mostra algumas alterações na vida dos berlinenses após a queda do Muro. Não deixei de me rever um pouco nele, principalmente nas mudanças que também nós experimentámos nas relações entre as pessoas, no modo de vestir, na música que ouvíamos, nos programas que passavam na televisão, e até no que comíamos e bebíamos.
Hoje o Público também publicou um estudo (só vi no Sapo) que prova que as pessoas com mais educação escolar vivem mais anos. Não admira; no fundo as nossas vidas são uma constante de interdependências de toda a ordem.

José Barroso disse...

O título "Ditadura / Democracia" é demasiado abrangente! "O Politico", ou seja, o objeto da Ciência Política, isto é, a forma de organização das sociedades humanas é, porventura, uma das áreas a que os filósofos de todos os tempos dedicaram grande parte do seu pensamento. Platão escreveu "A República" e Aristóteles a "Politeia" (Política).
E eram os Romanos, que muito aprenderam com os gregos, que diziam: "Dura lex, sed lex" (A lei é dura, mas é a lei), a querer significar que a lei prevalece sobre a nossa vontade individual. E isso também quer dizer que a existência de uma lei, porque delimita a nossa vontade, ela é a primeira barreira à barbárie. Por isso se costuma referir que o Código da Hamurabi, sendo embora uma lei "violenta", ela já estabelecia uma medida limitativa ao que se entendia dever ser um castigo para o prevaricador.
Cotejando os termos "ditadura" e "democracia", a coisa é demasiado longa para se tratar aqui.
Mas, héllas, já agora denuncio a ligeireza com que muitas vezes se diz que o governo (este governo), é uma "ditadura da maioria"; ou que "Portugal está quase como a Venezuela" (como ainda há dias afirmou o José Gomes Ferreira, da SIC). É lamentável que se diga isto, porque revela que não se tem uma noção clara do que se está a dizer! Desde logo, porque existem mecanismos no sistema político de poderes e contra-poderes que se autolimitam. E, dizer estas coisas à frente de um auditório tão grande, como a TV, contribui para a confusão da informação na comunicação social e, sobretudo, nas redes sociais. Mas, autolimitação de poderes que, às vezes ( e isso já é uma questão perigosa), se tenta perverter, como naquele caso do ataque perpetrado por apoiantes de Trump ao Capitólio!
Já aqui referi noutra ocasião, que nenhum sistema político é perfeito, embora muitos líderes, em determinadas épocas, quisessem (ou queiram) fazer crer o contrário. Loucos! Se o homem não é perfeito nenhum sistema por ele construído o é! Nem nas ciências exatas, quanto mais nas ciências sociais! Nos nossos dias mais recentes, com a invasão da Ucrânia poderá estar bem patente a "ditadura" e a "democracia". Para lá dos evidentes interesses geopolíticos imediatos, são dois modos de vida que estão em jogo nesta guerra. Esperemos que tudo acabe bem! A este propósito, termino com uma frase de Stephen Hawking (o cientista britânico da cadeira de rodas): "A maior ameaça à espécie humana é a ganância".
Abraços, hã!
JB.